segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Há coisas que não entendo!

... E esta é uma delas. Toda a gente se queixa quando os transportes públicos circulam cheios e só há lugares de pé (quando os há). Em dias como o de hoje, com boa parte do pessoal de férias, no comboio onde viajei (uma unidade da série 3500, de dois pisos) havia lugares sentados disponíveis à escolha e mesmo assim havia quem fosse ou de pé ou sentado nas escadas, tal como nos dias "normais" em que o comboio vai cheio!
Dá para perceber?

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Imaginem que...

... no próximo Domingo de manhã pretendem ir da zona Oriental de Lisboa para a Ocidental ou vice-versa.
O que fariam?
Seguiam pela marginal fora? Não dá. O Costa da Câmara gosta de ter o Terreiro do Paço fechado aos Domingos, ninguém sabe muito bem porquê.
Pelo Marquês? Pois é, também não dá. Vão fazer
(mais) uma corrida qualquer por aí e o trânsito estará cortado. Aliás, estará aí, na Fontes Pereira de Melo, na Avenida da República, em Entrecampos, no Campo Grande, na Avenida de Berna, na Praça de Espanha e na Columbano Bordalo Pinheiro.
Resultado, se, por acaso, no próximo Domingo de manhã eu quiser ou tiver (sim, porque estarei de prevenção no emprego e posso ser chamado a qualquer momento) que atravessar a cidade de um lado ao outro terei que ir, no mínimo, à segunda circular e só aí poderei fazer tão difícil travessia. E morando eu junto ao rio.
Por favor, deixem-me circular!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Luz de Natal!

Em chegando esta altura do ano é mais que certo: há sempre avarias na iluminação pública, pelo menos, na minha zona. Será por sobrecarga de um sistema sub-dimensionado? Serão as luzinhas e outros enfeites eléctricos existentes quer em casa quer na rua? Não sei nem faço ideia. A única coisa que sei é que hoje tive que fazer mais de metade da minha caminhada desde Braço de Prata a Xabregas numa escuridão quase total apenas atenuada pelas luzes de Natal (essas nunca avariam!), pelos faróis dos automóveis e pelas luzes das várias lojas e outras empresas.
E isto é assim, todos os anos, nesta Santa Quadra cheia de Luz e de Esperança!

sábado, 13 de dezembro de 2008

A anedota

Almeida Santos defendeu ontem na TSF que a Assembleia da República deveria encerrar às sextas-feiras para que os deputados possam ter direito à "vida profissional", pois, segundo ele, "não se paga o suficiente" (aos deputados, claro).
Seguindo a mesma lógica, facilmente se deduz que a maioria dos portugueses deixa de trabalhar logo na segunda-feira a meio da manhã!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mais lembranças

Voltando ao tema das lembranças, dei por mim a recordar-me das idas à Baixa com a minha mãe. Apanhavamos o autocarro na Rua de Xabregas (que tanto podia ser o 9 como o 46, mais tarde substituído pelo 39) e saíamos, geralmente, na paragem da Rua Augusta, a qual ficava junto à Meia de Vidro, loja especializada em meias e outros artigos do género e onde a minha mãe parava sempre para ver a montra e, por vezes, comprar alguma coisa, para meu desespero (eu e as lojas de roupa...).
Actualmente esta loja está transfigurada em mais uma Calzedonia, igual às outras milhentas. Naquela altura não existiam nenhuma destas cadeias que agora enxameiam o país e isso fazia com que nas lojas da Baixa se encontrassem coisas diferentes. Isso perdeu-se com as cadeias onde tudo é igual de uma loja para outra, até as montras. Essa é, para mim, uma das grandes razões para a Baixa ser o que é hoje em dia (em termos comerciais): ao perder aquela especificidade própria, perdeu também a "razão de ser". Se é para ir a uma Calzedonia, a uma Zara ou a outra coisa qualquer dessas as pessoas preferem ir aos centros comerciais, onde facilmente estacionam os seus automóveis.
Voltando à Baixa de há 25-30 anos...
Aquela paragem, em conjunto com a sua "irmã" da Rua do Ouro (que ficava junto ao cruzamento com a Rua de São Nicolau, o que me convinha pois assim passava sempre pelas montras do Bazar Thadeus e da Biagio Flora) acabaram por desaparecer no início do Verão de 1984, quando o trânsito da Baixa ganhou o esquema que ainda hoje existe (com algumas, poucas e pequenas, diferenças), com o fecho da Rua Augusta ao trânsito automóvel, entre outras alterações. Creio que essas alterações foram efectuadas num fim-de-semana, mas só me lembro do primeiro dia útil "vivido" por elas, estava eu em casa dos meus avós, na Rua de São Mamede (a que fica junto ao ex-Largo do Caldas e onde se situa o Teatro Romano, não me estou a referir à Rua NOVA de São Mamede!). As notícias que chegavam pela rádio relativas ao pandemónio provocado pela falta de hábito e desconhecimento dos novos sentidos de trânsito eram impressionantes: a fila chegava a meio da Avenida da Liberdade! Hoje em dia rimo-nos de tal notícia, pois tal coisa é mais que corrente, é o nosso dia-a-dia. Mas há 24 anos e quase meio não era assim! As pessoas ainda andavam de transportes (mais por necessidade que por vontade).
Tudo isto desapareceu. O trânsito na Baixa continua cada vez mais caótico, mesmo com o metro a chegar ao rio. Os autocarros diminuiram tanto em número de carreiras como em número de pasageiros. Dos eléctricos nem se fala: hoje a Rua da Prata só é percorrida na totalidade pela carreira 15 e a partir da Rua da Conceição também pela 12. Em 1984 eram 4 na sua totalidade (3, 17, 19 e 26) e mais uma a partir da Rua da Conceição (a mítica da 10). Na Rua dos Fanqueiros actualmente já só há a 15, contra as 3, 17, 19, 25 de 1984 (e a 11, "parceira" da 10). Mesmo nos autocarros, da tal paragem da Rua de Xabregas (entretanto deslocada umas dezenas de metros relativamente ao local onde se situava nessa época) já só tenho o 759 para a Baixa. Ao contrário do que acontecia nessa época, agora sempre que vamos para a paragem é uma autêntica lotaria: tanto podemos ficar 1 minuto como quase 1 hora.
Na parte das lojas o panorama não é melhor: as que fecham raramente voltam a abrir e quando o fazem é para ficarem ocupadas por bric-à-bracs de indianos e chineses, lojas que, para mim, pouco ou nada têm de interessante.
Já só falta mesmo tirarem os ministérios que ainda restam do Terreiro do Paço e os bancos que ainda "moram" nos quarteirões junto a essa praça mudarem de poiso para que a Baixa vá de vez à vida.
E isso entristece-me, pois para mim a Baixa sempre foi o centro do meu mundo. Vou muitas vezes a centros comerciais fazer compras, mas acho todos eles sempre impessoais, iguais uns aos outros. E com o problema de que se não encontro ali o que quero, dificilmente encontrarei noutro centro, pois as lojas são as mesmas. E é para isso que a Baixa faz(ia) falta!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sua Excelência, o Senhor Cagança

Num noticiário televisivo dizia um funcionário da Estradas de Portugal que nos últimos quatro dias as equipas de limpeza tinham trabalhado 24 horas por dia, para tentar manter abertas o maior número possível de estradas tendo que se desdobrar em esforços para fazer isso tanto na zona da Serra da Estrela como nos distritos da Guarda, Vila Real e Viseu.
Logo de seguida entra em cena Sua Excelência, o Senhor Cagança, apresentado como praticante de esqui e a queixar-se que sempre que neva é a mesma coisa, com estradas cortadas e por causa disso fica ele sem poder usufruir do seu hobby no único local em que isso é possível fazer em Portugal.
Coitado de Sua Excelência, o Senhor Cagança.
Que Deus o guarde!

domingo, 23 de novembro de 2008

Mais outro exemplo de bom planeamento

No Diário de Notícias de hoje vem uma notícia sobre o que se pensa fazer na zona da Matinha (e zonas adjacentes). Entre as várias coisas anúnciadas, nas quais se inclui uma "piscina de mar aberto" na Doca do Poço do Bispo, aparece por lá "que além de uma urbanização, o" plano "prevê o desmantelamento do viaduto da entrada sul do Parque das Nações (na Avenida Marechal Gomes da Costa)"! Ora, este viaduto tem apenas 10 anos e meio (11 no máximo) de uso e foi construído em betão, logo, penso eu, sem o intuito de ser uma obra provisória. Desconheço quanto terá custado a sua realização, mas não me parece que tenha sido barato. Sendo assim não se entende mais esta excelente medida de gestão. No seguimento da notícia fala-se na criação de acessos pedonais até ao rio, o que, para mim, ainda justifica mais a existência daquele viaduto, já que boa parte do tráfego é para ele canalizado, diminuindo a "pressão automóvel" ao nível do solo e facilitando assim a travessia pedonal até ao Tejo.
E assim se brinca ao faz-de-conta-que-estamos-a-gerir-um-país, fazendo e desfazendo obras que custam milhões apenas por meros caprichos "urbanísticos". Crisis, what crisis?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Planeamento

Ultimamente tenho assistido a exemplos de mau planeamento que me fazem ficar com dor de cabeça.
Começando por Alcântara, derrubou-se ou desmantelou-se a passagem pedonal ali existente e que permitia uma ligação mais rápida e facilitada entre as estações ferroviárias de Alcântara-Mar e Alcântara-Terra. A razão para isso foi uma quimera chamada de "Nova Alcântara" que, aparentemente e pelo que percebi do pouco que que vi do último debate do programa da RTP Prós e Contras, nem se sabe muito bem como vai ser. Segundo alguns dos intervenientes desse programa, a ligação ferroviária entre as duas estações/linhas pode nem sequer vir a ser feita devido a sua inexequibilidade! Nesse caso, e como eu disse anteriormente, qual o motivo para terem desmantelado aquela estrutura? E qual a qualidade de vida e a segurança obtida com isso pelos milhares de passageiros que usam aquela ligação diariamente. Ainda ontem tive que fazer aquele trajecto e gastei metade do tempo dispendido apenas para atravessar a Rua Prior do Crato, isto porque naquele cruzamento ,e para quem venha do ou queira ir para o lado de Alcântara-Mar, não existe uma passagem de peões do lado da estação!
Avançando uns quilómetros para oriente vamos agora até Xabregas. Aí foi construído, como eu também já referi, uma ampliação do Terminal de Contentores de Santa Apolónia (TCSA) e feita uma renovação da operação no Terminal Multipurpose do Beato (TMB) que incluí investimento em equipamento (novas gruas) que não será propriamente barato. Existia já na altura também o terminal de cereais o qual tem um movimento apreciável.
Pois bem, nem 10 anos depois de tudo isto apareceu a famosa terceira travessia do tejo (TTT) em Lisboa, a qual passará precisamente entre o TCSA e o TMB. Logo à partida houve vozes que se questionaram sobre o impacto dessa ponte na operação portuária daquela zona, tendo a resposta para isso sido, nessa altura, mais obras no TCSA! Agora aparece a CMLisboa a propôr uma alternativa à chegada da ponte a Lisboa, a qual passa pela construção de um túnel do qual sairá a ponte propriamente dita. Isto implica um abaixamento do tabuleiro da TTT em cerca cinco metros face ao previsto anteriormente, ficando a TTT mais baixa que a Vasco da Gama, que se encontra a montante, situação essa já existente no projecto anterior. Temos assim várias situações que poderiam ser anedóticas caso não fossemos nós a pagá-las:
  1. Quando se construiu a Vasco da Gama fez-se uma ponte mais elevada, pagando-se mais por isso, altura essa que, pelos vistos, num futuro próximo não irá servir para nada;
  2. Investiram-se milhões de euros em instalações e equipamentos para revitalizar aquela zona portuária (incluindo o viaduto de Santa Apolónia para ligação ferroviária ao porto) que agora correm o risco de ficarem sub-aproveitados ou desaproveitados de todo.
Com isto tudo até me esqueci de dizer que estamos a falar de um país como Portugal, onde os governantes nos dizem constante e sistematicamente que o dinheiro não chega para tudo, mas que se permite dar ao luxo de proceder a este tipo de planeamento sem cabeça nem nexo!

sábado, 15 de novembro de 2008

Querem mesmo acabar com o porto de Lisboa (e com a zona oriental)!

Depois do Terminal de Contentores de Alcântara segue-se o Terminal de Contentores de Santa Apolónia/Xabregas (TCSA) e o Terminal Multipurpose do Beato (TMB)! A Câmara Municipal de Lisboa (CML) preocupada com o impacto paisagístico da nova ponte aparece agora a defender que a mesma deveria ser baixada 5 metros e entrar em túnel nos terrenos da Escola Secundária (ex-Industrial) Afonso Domingues!
Baixar em 5 metros a altura da ponte?
Se a proposta feita anteriormente já causava problemas às operações portuárias, havendo até especialistas que afirmavam que a ponte apresentada por essa proposta já era mais baixa que a Vasco da Gama, a CML agora apresenta uma nova "solução" ainda mais baixa? Sempre pensei que as pontes iam baixando de altura à medida que nos deslocavamos para montante de um rio, mas aparentemente não! Baixando a ponte em 5 metros que impactos terá isso na actividade portuária? Conseguirão os navios chegar ao TMB? É que o traçado da ponte passa precisamente pela entrada desse terminal! Ou será que esse terminal é para acabar? E para o TCSA, que fica a jusante da ponte, mas encostado a ela? Conseguirão os navios fazer ou ter espaço para fazer as manobras de atracagem? Para os que não sabem, essa manobra é feita em função da maré, atracando sempre com a proa virada contra a corrente. Quando a maré está a subir os navios que entram no Tejo são obrigados a virar e isso precisa de espaço!
E tirando esses tais 5 metros, que impacto terá isso na paisagem e na cidade? Uma ponte mais elevada não terá menor impacto que uma mais baixa? E não ficará mais junto às casas e tudo o mais que existir nas margens? E isso não implicará derrubar mais coisas do que aquelas que já iriam abaixo com a outra proposta? Que impactos teria tudo isso na zona de Xabregas e Beato? E já agora, o túnel seria para quê? Para a linha de comboio ter que descer para depois subir?
E tudo isto porque antes da actual vereação existiu uma outra que criou uma "embrulhada daquelas" nos terrenos da antiga fábrica de sabões na Estrada de Marvila, local de onde poderia sair o acesso à outra alternativa a esta ponte, sendo que com essa solução poder-se-ia, finalmente, construir uma verdadeira estação terminal ou central de Lisboa nos terrenos que existem no Vale de Chelas e que são do domínio público ferroviário (há sempre o perigo de uma Gare do Oriente II). Em caso de dúvidas quanto a isso sugiro uma viagem de comboio entre o Areeiro e Braço de Prata. A seguir ao Areeiro, do lado esquerdo, reparem numa vedação verde que fica junto à linha e que marca a "fronteira" entre os terrenos da Refer e os restantes. Uns metros mais à frente repararão que essa vedação passa para o outro lado do vale, indicando que tudo o que está nesse espaço é da Refer! Continuando a viagem, a seguir a Chelas e depois de se passar numa zona de trincheiras repararão no descampado com vista para o rio que fica à direita do comboio. Esses são os terrenos da "embrulhada".
E assim se faz um país. Será que isto é um país com futuro? Eu acho que não. Um país que vive ao sabor do vento e de quem pode "comprar" mais vale acabar. Tal como querem fazer em Lisboa mais concretamente na sua zona oriental e no seu porto comercial!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Aqui está uma daquelas coisas que realmente me...

Há coisas que me deixam lixado, mas uma das que mais me lixa são os atrasos. Nunca conseguirei perceber por que as pessoas se atrasam quando marcam uma hora para fazer o que seja.
Quantas vezes não se marcam encontros, jantares, saídas para uma hora qualquer e há sempre alguém que não aparece, normalmente o mesmo "repetente" de todas as outras vezes. Antigamente era uma seca este tipo de coisas, mas com a chegada dos telemóveis essas situações acabaram por se tornar menos "secosas". 10 minutos depois da hora combinada faz-se uma chamada para o "faltoso" e quando este reponde "ia mesmo agora sair" passa-se a bola para os "não-faltosos", os quais vão dar uma volta pelas redondezas para passar o tempo. E aqui fica uma das razões para os atrasos: quando se marca uma hora para estar num sítio, é mesmo para estar nesse sítio a essa hora e não a sair de casa nesse momento. Como sou um dos "não-faltosos" um dia resolvi atrasar-me. Ficou tudo em pânico! "Ele nunca se atrasa, onde é que ele estará?", "O que lhe terá acontecido?" E mesmo assim só me atrasei 5 ou 10 minutos!
E isto não é só para as saídas "lúdicas". No trabalho é a mesma coisa.
Neste momento estou à espera da chegada de um fornecedor para uma reunião de arranque de um projecto, reunião essa marcada para as 10:30. São 11:50! Nem aparece, nem diz nada.
Deve ser a minha sina, levar com atrasados a vida toda, mas que esta é uma daquelas coisas que realmente me ..., nisso não tenho dúvidas

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Como?

Numa das minhas deambulações virtuais pela internet dei de caras (virtualmente, claro) com um pdf, alojado no site da Agência Portuguesa do Ambiente, relativo às medidas a adoptar para inverter a tendência de perda de passageiros dos transportes públicos para o transporte individual. Nesse documento enumeram-se várias acções a desenvolver para atingir esse propósito no período de 2007 a 2012.
Lá pelo meio aparece a parte referente à Carris e à sua Rede 7. Curiosos são os resultados esperados com esta reestruturação toda:
Então a Carris anda com este programa todo, onde gastou vários milhares de euros só em campanhas publicitárias para no fim ser só para ter um acréscimo de 2% na procura!? E apesar do grande regozijo demonstrado pela administração da empresa relativamente aos resultados de 2007, só houve um aumento da procura de 0,46% em relação ao 2006?
Espero que estes valores sejam gralhas de quem escreveu o documento, caso contrário fico com vontade de perguntar se não andarão a brincar com isto tudo!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mais uma petição

Depois da petição encabeçada por Miguel Sousa Tavares (MST), denominada "Lisboa é das Pessoas. Mais contentores não!" contra a ampliação do Terminal de Contentores de Alcântara, apareceu uma outra criada por João Carlos Quaresma Dias e contrária à de MST, intitulada "Em Defesa de Lisboa", a qual eu assinei. As razões para isso são simples: Lisboa nasceu devido ao porto natural que é e sempre foi o estuário do Tejo. Acabar com o seu porto é matar uma parte importante não só da cidade, mas também e principalmente da sua História e mesmo da sua razão de ser.
Quanto a MST continua na sua luta pois, segundo ele, um terminal daquela dimensão iria criar uma parede de contentores com 15 metros de altura (são 5 contentores empilhados) por não sei quantos de largura, tapando todo o rio e mais não sei o quê. Ora, MST esquece-se, ou talvez nem saiba, que um contentor é um objecto que é feito para andar de um lado para o outro e não para ficar parado, pois isso só traz prejuízo a quem o possui e a quem o aluga, o que implica que a tal parede de 15 metros de altura é "volátil", desaparecendo tão
rapidamente da face da terra como apareceu. E neste aspecto sei o que digo, pois moro mesmo em frente ao Terminal de Contentores de Santa Apolónia. Se há dias em que os contentores ficam empilhados até aos tais "15 metros", também é certo que passado um ou dois dias no máximo essa "parede" (que nem me tapa assim tanto a vista do meu 3º andar) já desapareceu.
Tendo exposto tudo isto chega agora a minha vez de propôr uma 3ª petição. A minha proposta de petição não se destina à defesa de Lisboa, mas sim a lutar contra o roubo do campo alentejano. Até se poderia chamar "O Alentejo é de todos nós. Mais reservas de caça e eventos de todo-o-terreno não!". O que acham desta ideia?
Actualmente o campo alentejano está todo dividido, sendo grande parte dessa divisão para permitir a existência de reservas de caça, actividade muito ao gosto de MST. Também as estradas de terra batida costumam ser muito usadas pelos amantes do todo-o-terreno, escorraçando ainda mais os que gostam de ir ao campo para usufruir da calma e tranquilidade que o campo pode(ria) oferecer. Engraçado, também o todo-o-terreno é uma predilecção de MST!
Pois é. Aparentemente para MST tudo o que é "bom" deve ser preservado, mas pelos vistos só é "bom" o que é "compatível" com os seus interesses e gostos pessoais. Para MST o país teria que se organizar em função dos seus gostos pessoais. Eu também gostaria que isso fosse assim, mas em relação aos meus gostos. Pode ser?
Já agora, ao apoiarem a petição de MST estão a colocar em risco muitos postos de trabalho e a contribuir para o aumento de preços de muitos produtos, devido ao aumento de custos de transporte que a saída do porto de Lisboa acarretaria para a cidade e toda a sua Área Metropolitana. Valerá a pena por causa da birra de uns quantos intelectuais da nossa praça? Não me parece.
A bem da cidade!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Por que gostam tão pouco de Xabregas?




Com a história do aumento do Terminal de Contentores de Alcântara apareceram logo vozes a críticar tal obra, devido ao tremendo impacto visual que um terminal daquelas dimensões teria. Aparentemente, essas mesmas "vozes" avançavam como alternativas a Trafaria e/ou o Terminal de Contentores de Santa Apolónia. Para os que não sabem, este último terminal não se situa em Santa Apolónia (apesar do nome), mas em Xabregas. Fiquei foi sem perceber por que razão o tal impacto visual não é tão forte em Xabregas ou na Trafaria como o será em Alcântara. Vivo em Xabregas numa casa virada para o rio e da minha janela vejo toda a margem sul do Tejo desde Cacilhas até para lá de Alcochete. Mais ao longe vejo Palmela e a Serra da Arrábida, deslumbrante nos dias de céu limpo. Será que um terminal como o que se pretende para Alcântara não iria destruir toda esta paisagem?
Para além da paisagem existe também o aspecto ambiental da coisa. A quantas centenas de metros fica a habitação mais próxima do terminal de Alcântara? E em Xabregas? Não sabem? Vejam as imagens tiradas do Google Earth e que anexo a este post. A escala é a mesma nas duas imagens. A amarelo estão os terminais, a vermelho a primeira linha de casas de habitação.
Mas esta história do terminal de contentores não é única em Xabregas. Alguém me consegue explicar qual o motivo para que tenha sido esta a zona escolhida para "esconder" os drogados de Lisboa? Sim, o que se fez ali quando se criaram centros de atendimento e apoio a drogados foi mesmo escondê-los do resto da cidade, já que naquela zona não havia anteriormente problemas dessa natureza. Porque não usaram os armazéns situados na zona das docas de Alcântara e que, por acaso, nessa altura até estavam abandonados? Até ficava mais perto do Casal Ventoso!
Por isso, às "vozes" que se levantam contra o aumento do Terminal de Contentores de Alcântara e o empurram para Xabregas, lembrem-se que:
  1. Ali também há gente
  2. Ali também é Lisboa
  3. Ali também se ama a cidade
E a ver se, de uma vez por todas, começam a tratar toda a zona oriental e quem lá mora e trabalha com o mesmo respeito com que se tratam outras zonas.

sábado, 25 de outubro de 2008

País de...

Não li a notícia. Só consegui ler uma legenda da foto que acompanhava a notícia e passei-me. As obras de enchimento de areia das praias da Caparica estão atrasadas. E porquê? Segundo a tal legenda devido à forte ondulação que se tem feito sentir (compreende-se e aceita-se) e por causa do Campeonato de Surf. Como?! Importam-se de repetir? Por causa do campeonato de surf? Começaram as obras em plena época balnear para aproveitar o bom tempo, o que causou transtornos a muitos veraneantes, mas a explicação dada na altura (aproveitar o bom tempo), era mais que aceitável. E agora param essa obra para não prejudicar os surfistas?
Que raio de país é este que pára uma obra destas por causa do campeonato de surf, ou fecha a Avenida da Liberdade durante um fim-de-semana por causa de uma campanha publicitária de uma marca de automóveis, tal como havia sido feito há uns meses na Praça das Flores, mas aqui durante um mês, e para os mesmos fins?
Isto já está tudo vendido e ninguém deu por nada.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Continuação das memórias

Quando escrevi o "Coisas de outros tempos" perguntaram-me se eu ainda me lembrava dos autocarros de 2 pisos. Então não haveria de me lembrar? Não sei se me lembro deles por estar a ficar velho (ou já estarei velho?) ou se por eles terem durado até muito tarde (prefiro a segunda opção).
Na altura respondi que os AECs de cabine à frente andaram na minha zona em serviço regular na carreira 39 até Dezembro de 1987, tinha eu 15 anos. Nessa altura, quando a carreira 39 foi automatizada, foram substituídos pelos Daimler, ainda de 2 pisos, mas com um desenho e construção mais modernos, com motor atrás, o que permitia o aumento da altura útil dos autocarros, já que deixava de haver veio de transmissão a percorrer quase todo o autocarro até ao eixo traseiro. Estes andaram em serviço regular na 39 até 1993 ou 1994. Tanto uns como outros ainda circularam mais uns tempos depois de sairem do serviço regular como reforço de algumas carreiras às horas de ponta.
Quando andava na universidade e vinha das aulas, já o 39 ia apenas até aos Restauradores, os autocarros que estavam geralmente "à minha espera" no terminal eram o 837 e o 838. Foi para mim uma emoção quando, da primeira vez que visitei o Museu da Carris, revi o 837. Aquele era um dos "meus" autocarros! Subi logo para o autocarro (apercebendo-me imediatamente daquele estribo partido) e fui para o piso de cima, segundo banco a contar da escada, do lado do motorista. Era esse o "meu" lugar.
Durante os quase 3 anos que estes autocarros fizeram o percurso entre Marvila e os Restauradores existiu um tronco de uma árvore no primeiro acesso entre a faixa lateral e a central da Avenida da Liberdade onde os autocarros invertiam para voltar a Marvila e que ficava, invariavelmente, no caminho dos autocarros. De tal forma a pancada era forte que a maioria dos autocarros que andavam na 39 tinham o tejadilho do lado direito algo amarrotado. Era engraçado quando entravam não-habitués no 39 e iam logo para os lugares da frente do piso de cima. Quando o autocarro dava a cacetada no tal tronco encolhiam-se todos e numa ocasião chegaram a sair daquele lugar e foram mais para trás! Aquele tronco acabou por ser cortado para facilitar a curva aos autocarros poucas semanas antes deles serem substituídos pelos Volvos B59s (os "laranjas").
Andar naqueles autocarros era giro. As últimas viagens do 39 antes da recolha eram uma festa, com o autocarro a percorrer a mal empedrada Infante Dom Henrique pela faixa da esquerda a ultrapassar tudo e todos. Quem viajava lá em cima mesmo sentado tinha que se agarrar bem! Depois havia as curvas de Xabregas para entrar e sair da Rua da Manutenção. Nunca "peguei" num autocarro daqueles, mas pelo esforço demonstrado pelos motoristas para virarem a direcção naquelas curvas via-se que ela não era nada leve. Para compensar tinham uma caixa semi-automática muito útil nas reduções quando era para "travar a sério"!
No Verão os AECs tinham sempre o problema de aquecimento do motor. Em todos os pontos onde havia expedidores da Carris lá havia o famoso "regador" de folha em cor verde para meter água naqueles sequiosos motores. Para abrir a tampa muitas vezes era usada a chapa do autocarro (aquela plaquinha de madeira que tinha o número da carreira seguido do número daquele autocarro naquela carreira. Actualmente são em acrílico). Assim que se abria a tampa saía logo de lá uma torrente de água borbulhante.
Quanto aos Daimlers, no final da sua vida alguns já estavam tão mal tratados que quando paravam nas paragens chegavam a ir abaixo (coisa incrível para um motor díesel).
Quando era mais novo, usei o 39 algumas vezes entre S.Mamede e Xabregas. Adorava descer a Barata Salgueiro sentado no banco da frente do piso de cima. Aquela rua tem uma tal inclinação que durante uns segundos deixavamos de ver estrada à nossa frente. Era uma sensação estranha, pelo menos naquela altura (quer de idade quer de estatura). Talvez se eu fosse mais alto naquela época a sensação seria outra.
Ficaram também outras coisas curiosas para trás como as paragens obrigatórias, existentes tanto para eléctricos como para autocarros no início de descidas muito inclinadas, sendo as mesmas usadas para, nos eléctricos, accionar o freio de calço ao carril (aquela grande roda que os guarda-freios se punham a rodar antes de se começar a descida) ou, nos autocarros, ser obrigatoriamente engatada a 1ª.
Mesmo nos "novos", nos Volvos, havia coisas de que pouca gente se lembra, mas que eu ainda me lembro. Quem se lembra do cobrador nesses autocarros? Tinha direito a lugar sentado, no banco que ficava por cima da roda dianteira direita, virado para a coxia. Até tinha uma pequena "bancada" onde guardava os bilhetes e o dinheiro. Mais tarde, com a automatização das cobranças, essa bancada desapareceu e aquele banco passou a ser mais um lugar sentado para os passageiros.
Coisas de quando era (mais) novo...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Sessão de esclarecimentos

Às vezes tem mesmo que ser. Às vezes só mesmo com uma sessão de esclarecimentos é que as coisas ficam, precisamente, esclarecidas.
Quando eu digo que não gosto de sair à noite não o digo por ou para ser chato. Digo-o porque real e actualmente não gosto de sair à noite. Acho a noite agressiva, pouco apelativa e completamente afastada da minha maneira de ser. E não é só por gostar de me deitar cedo. É mesmo porque já não me sinto bem andar fora de casa à noite. Se é medo? Talvez. Mas, por favor, não levem a mal nem se ponham a gozar quando eu digo que não gosto de sair à noite.
Passa-se o mesmo com a comida indiana (e respectivos restaurantes). Quando digo que não gosto ou não quero não é por uma questão xenófoba ou qualquer coisa assim. Não. Digo-o porque realmente não gosto daqueles sabores. E também o digo porque, além de não gostar do sabor, aquela comida causa-me sempre muita azia, seja ou não picante. Por isso, não gostando eu do sabor daquela comida, para quê andar a martirizar os meus estômago e esófago? Ainda se fosse uma tomatada, que me trabalha sempre no estômago, a coisa ainda ia, porque aí o paladar, o aroma e o prazer que tudo isso me dá compensa, e muito, a digestão difícil que se segue (e sim, eu escrevi TOMATADA e não vou chamar molho de tomate à tomatada porque tenho sangue alentejano e no Alentejo come-se tomatada!). Por isso, dêem-me um prato de tomatada, dêem-me um bife da Portugália e respectivo ovo, e batatas fritas, e molho e, claro, cervejola, que eu comerei tudo isso com prazer, mesmo que a seguir ingira 6 frascos de sais de frutos. Mas não me façam comer comida indiana.
Comida italiana. Pizzas até marcham. Agora massas e lasanhas... São como a comida indiana. Dêem-me antes meia dúzia de farturas (com mais uma de oferta, pague 6 leve 7) que eu as comerei que nem um alarve. Claro que depois fico com uma crise de figadeira daquelas, mas o prazer que me deu besuntar-me todo nas farturas já ninguém mo tira!
Estão esclarecidos?
OK. Boa noite a todos, que já passa das 22 e eu ainda tenho que ir arrumar a mochila da natação para amanhã.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Coisas de outros tempos

Numa noite destas, em que o cansaço abundava, mas o sono teimava em não aparecer, fiquei, como é normal nestas alturas, a pensar em coisas diversas e dei comigo a recordar-me da Lisboa que eu conheci quanto era miúdo e que desapareceu ou quase.
Uma das coisas de que me recordei foi de expressões que eu ouvia muito em criança e em adolescente e que não oiço há muito tempo. Todas elas, ou quase, tinham "nascido" com os eléctricos e, tal como estes, quase desapareceram do vocabulário lisboeta, trocadas pelos bués e outras coisas assim.
Quem é que ainda hoje usa o "vai a 9" para se referir a alguém ou alguma coisa que vai muito depressa (ou, como se diz agora, com "bué da speed")? Este "vai a 9" teve origem nos 9 pontos dos controllers (reguladores de velocidade) que equipavam a maioria dos eléctricos da Carris (havia outros modelos com menos pontos). O 9º ponto correspondia à velocidade máxima. Nunca mais ouvi ninguém dizer este "vai a 9".
Outra que nunca mais ouvi foi o "levado da breca", que é como quem diz, "é tramado". O que é a breca? A breca é uma aportuguesamento do break inglês e este break era simplesmente o disjuntor dos eléctricos. Quem andou nos antigos eléctricos da Carris lembra-se com toda a certeza daquela caixa preta que ficava no tecto das plataformas mesmo por cima dos guarda-freios. Essa caixa era o disjuntor do eléctrico e sempre que o guarda-freio metia mais potência nos motores do que a que devia o resultado era certo: um estouro do disjuntor de ensurdecer todos os que viajavam naquela plataforma. E lá se ia a breca! Recordo-me de uma dessas ocasiões, na Rua da Prata, ia eu com a minha irmã. O eléctrico entrou na Rua da Prata e só parou no primeiro semáforo. Daí para a frente foi sempre a andar sem parar e sem tirar pontos. Só me lembro de ter dito à minha irmã qualquer coisa como ou "vai estoirar" ou "tapa os ouvidos" (aqui a memória varreu-se-me) e BANGUE, lá se foi a breca. Ela saltou do banco e quando "aterrou" perguntou-me "como é que sabias?". Fácil. O barulho de um motor daqueles em sobrecarga era bem característico!
Havia ainda expressões que para mim sempre foram um enigma, e que nunca entendi o porquê da sua existência. Uma delas era o "tlim-tlim, Xabregas". Porquê Xabregas? O "tlim-tlim" sei o que é: é uma onomatopeia para o som da campaínha do eléctrico. Quando os condutores (nome que se dava aos cobradores) davam o sinal de estar tudo em condições para continuar viagem puxavam duas vezes o cordão de couro que ligava à campaínha, fazendo assim o característico "tlim-tlim". Incialmente isto acontecia em todos os eléctricos, mas eu já sou da época em que só nos eléctricos com reboque é que isso se fazia. Fica por explicar o porquê do "Xabregas" e não outra zona qualquer.
Uma das coisas mais características da Carris desses tempos (que não estão assim tão longe quanto isso) era o famoso "Ssssanta Apolónia" que os condutores gritavam sempre que o autocarro (curiosamente não me lembro disso nos eléctricos) chegava à paragem que servia a estação. Os "sss" que eu coloquei a mais em Santa têm a sua razão de ser: eles diziam aquilo de uma maneira que parecia que faziam sempre um compasso de espera entre o "S" e o "anta", soando aquela sílaba mais prolongada que as restantes. Naquela época ainda havia muita gente a viajar de comboio entre Lisboa e a terrinha e sempre bem carregados de todo o tipo de bagagens. Era um pavor nos dias em que se passava em Santa Apolónia poucos minutos depois da chegada de um comboio. Primeiro que se saísse dali...
E como isto é exactamente como as cerejas, passei rapidamente das expressões para os hábitos. Lembrei-me daquele entroncamento da Cç. Cruz da Pedra, Rua Nélson Barros e Rua da Madre de Deus, onde os eléctricos da carreira 16 (com reboque) usavam as agulhas do entroncamento para inverter a sua marcha, com uma complicada manobra, atendendo ao restante trânsito, que implicava uma marcha-atrás em pleno cruzamento!
E pelo meio ainda havia os "putos da Patrício Prazeres" que, como eu, aproveitavam a baixa velocidade dos eléctricos naquele ponto para atravessarem o cruzamento, caminhando ao lado dos mesmos. Ai se os nossos pais adivinhassem...!
Estou a ver que estou muito saudoso. Estarei a ficar velho?

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Massagens chinesas

Tenho andado aflito do meu ombro direito, sequelas da luxação que sofri em Setembro do ano passado. Tenho também andado com dores na coluna, na região lombar, dores essas que estão a desenvolver-se numa ciaticazinha de me fazer prender a perna!
Várias pessoas me sugeriram massagens chinesas. Todas elas já lá foram, todas se deram bem e por isso, pensei eu, o que me custa tentar? Acabei por lá ir na sexta-feira da semana passada.
A experiência foi péssima e uma desilusão total. Sabia que ia sair de lá todo dorido, mas nunca pensei que as dores na região lombar se propagassem também à região cervical, nem que o problema no ombro acabasse numa associação com um torcicolo duplo e um braço cheio de nódoas negras e de tal forma magoado que até a esponja do banho me magoava! Tenho passado uma semana terrível e no emprego passo o tempo a levantar-me pois a minha coluna não aguenta muito tempo aquela cadeira pavorosa que a minha entidade patronal me disponibilizou.
A sessão começou com uma consulta normal em que expliquei as minhas queixas. Seguiu-se a parte "física". Quem me massajava só me falava em "energias" e indicava-me locais onde se sentiam uns "altos" e onde eu sentia, invariavelmente, dor. Ao fim de um tempo de massagem começou a repetir várias vezes "o calor que está a sair. Isto é da energia acumulada". Na minha ignorância apenas conseguia pensar que todo aquele calor só poderia ser provocado por aquela "estranha" associação de factores que foi ter tido uma aula de natação (40 minutos em que faço sempre entre 1100 a 1300 metros), mais o duche e por fim toda aquela "massajação". Claro que o calor "energético" que o meu corpo emanava teve o condão, na altura, de me fazer passar pelo sofrimento sem sentir grandes dores enquanto a sessão durava.
Quanto aos tais "altos" que me doíam, passado 2 dias resolvi pesquisar o que há por baixo da pele naqueles pontos (vantagens de nunca ter saído da idade dos porquês, mas de já não aceitar os "porque sim"). Peguei numa enciclopédia médica que há cá por casa e descobri que aqueles pontos coincidiam com a junção dos músculos aos ligamentos! Se era para ter ou não "altos" nessa zona não faço ideia, mas pelo menos agora percebo ou penso perceber porque me doía sempre que me espetavam os dedos nessas zonas. Acho que os ligamentos não foram feitos para andarem a ser pressionados daquela forma!
E claro, sempre a conversa das "energias". Pareceu-me que aquilo era, para além de muito físico, também uma questão de fé. A forma como falavam, como diziam que eu tinha que "acreditar" fazia-me lembrar uma cerimónia de conversão a uma qualquer seita. Para um ateu este tipo de coisas é pior que fazer das tripas coração! Nunca peçam a um ateu para "ter fé" ou "acreditar". É o mesmo que dizer a uma pessoa de fé (lá está a palavra) que Deus não existe!
Para além das dores, outro resultado desta aventura foi ter aumentado o clube de indivíduos que olham para mim de lado, como quem olha para uma atracção de um freak show. Todos são "chinesamente" massajados e ficam felizes por isso. Eu fico pior. Assim, como se não bastassem as dores e o mal-estar ainda fiquei com a minha auto-estima diminuída. Sinto-me um anti-social nato.
Muita gente também me disse que, provavelmente, eu estaria tenso, daí as coisas não terem corrido bem. Admito que sim mas que querem? Para a medicina chinesa tudo está ligado e enquanto levava aquela sova falaram na ligação ao intestino grosso. Caramba, depois do braço direito e das costas terem sido bem calcados durante uma hora, que homem consegue descontrair ao ouvir falar no seu intestino grosso e imaginar o que se segue?

Queriam o Terreiro do Paço de volta, não queriam?

Pois é. Para aqueles que, como eu, ficaram contentíssimos ao verem o Cais das Colunas a renascer no meio daquele entulho e pensaram que finalmente iriam ter o Terreiro do Paço arranjado, trago uma notícia terrível: a partir do dia 2 de Janeiro de 2009 aquela praça fecha para obras durante 9 meses!
É que agora que aquilo está a ser finalmente reconstruído a CMLisboa resolveu fazer obras de saneamento, as quais implicam o fecho da placa central ao trânsito pedonal, ficando os peões restringidos a corredores à volta da praça, e a restrições e desvios do trânsito automóvel. E isto, repito, durante 9 meses!
Depois disto será que a Baixa ainda vai existir?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Porque me custa levantar cedo

Esta é daquelas frases que me irritam profundamente! Geralmente é proferida por quem nunca entende a minha "não pode ser mais cedo?". Irrita-me quando, no emprego, às 6 da tarde aparece sempre um energúmeno qualquer a pedir qualquer coisa "muito urgente".
- Não pode ficar para amanhã?
- Não, porque os utilizadores precisam muito disso!
- E vão precisar disso à noite?
- Não, mas amanhã de manhã já têm que ter.
- Nesse caso, amanhã de manhã faço isso. Antes das 8 e meia já cá estou!
- Pois, mas isso é muito cedo para mim!
- Azar! Agora também já é muito tarde para mim!
- Sim, mas às 8 e meia da manhã é muito cedo e custa-me a levantar!
E é assim que as coisas funcionam. Tal como há quem não goste de se levantar cedo, também há aqueles que, como eu, não têm problemas desses, mas têm o problema contrário de "não gostar de se deitar tarde". E, vá-se lá saber por que razão, estes são sempre não só vistos como "tipos estranhos", mas também pouco ou nada respeitados pelos outros.
E se para esses que não gostam de se levantar cedo é fácil de perceber que rendem mais da parte tarde, será assim tão difícil para eles perceber que para os que preferem levantar-se cedo é precisamente de manhã que as coisas rendem mais? É que para mim uma hora de trabalho matinal é muito diferente de uma hora de trabalho vespertina.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Há gajos porreiros

Numa época em que aparentemente toda a gente se está nas tintas para os outros e em que o egoísmo prevalece ainda aparece quem me surpreenda pelo altruísmo demonstrado. Foi o que me aconteceu há pouco mais de meia hora nos Restauradores e o protagonista foi um motorista da Carris: ao me ver a correr para o autocarro este motorista fechou a porta e arrancou a alta velocidade.
Com aquele gesto aquele Homem (sim, com H maiúsculo) fez com que eu apanhasse um táxi menos de 1 minuto depois, o qual me pôs à porta de casa apenas 10 minutos depois do senhor motorista da Carris ter fechado a porta e arrancado a alta velocidade.
Com aquele gesto aquele Homem fez-me poupar um bilhete da Carris (apesar de ser mais barato que uma viagem de táxi), uma viagem no meio da tropa maltrapilha que viaja no 759, uma dose de 15 a 20 minutos de música (não encontro outra palavra para descrever aquilo) que sai dos telemóveis e mp3s dos moçoilos que costumam viajar no 759 e mais uma sessão de gaseamento (lembram-se dos autocarros com cheiro?).
Com aquele gesto aquele Homem fez a Carris perder mais um passageiro/cliente, coisa que actualmente me deixa sempre extremamente feliz, e deu uma alegria a um taxista que ganhou uma corrida que, à partida, não era dele.
Com aquele gesto aquele Homem ganhou um aceno feito com um grande sentimento, daquele tipo que só do fundo do nosso Ser consegue vir, quando um certo táxi o ultrapassou na Praça do Comércio. E que gozo isso me deu.
Como vêem ainda há gajos porreiros neste mundo-cão povoado de filhos da mãe.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Qual é a pressa?

A passagem superior pedonal que ligava Alcântara-Terra a Alcântara-Mar foi desmantelada. Agora quem quer fazer esse trajecto terá que atravessar o cruzamento de Alcântara-Terra e a Avenida 24 de Julho. Se esta última travessia nem é muito problemática (apenas se perde tempo à espera do semáforo), já a primeira é um caos total. Para quem saia da estação de Alcântara-Terra as hipóteses são:
  1. atravessar o cruzamento "à maluca" junto à passagem de nível, numa zona onde não existe passagem de peões;
  2. contornar todo o largo onde desaguam as ruas Prior do Crato, Maria Pia e Vieira da Silva, o que significa passar por várias passagens de peões;
  3. passar para o outro lado da Avenida de Ceuta, atravessar o acesso que vem da ponte e voltar a atravessar a Avenida de Ceuta, voltando para o lado "original".
Tudo opções simples, certo?
Se é verdade que
a passagem superior não tinha as passadeiras a funcionar e tinha problemas de segurança (mesmo de dia metia medo), também não deixa de ser válido que a mesma permitia uma poupança de tempo e um aumento de segurança no que diz respeito às travessias destes cruzamentos.
E a mesma foi desmantelada agora nem se sabe bem porquê. É que, segundo informações surgidas na imprensa, quem a usava terá que esperar agora mais 4 (quatro) anos por uma alternativa, a qual depende de um tal projecto "Nova Alcântara".
Sabendo nós como funcionam estes projectos, que tanto podem ser feitos já, como daqui a 40 anos ou nem sequer sair da gaveta, qual a razão para tanta pressa no desmantelamento daquela estrutura? E quantos atropelamentos irão ocorrer durante as "pressas" de se passar de um comboio para outro, principalmente junto à estação de Alcântara-Terra?
Incompetência, é o nome que se dá a isto!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Às vezes sou mesmo um ignaro!

Três homens são presos pela polícia por posse de armas proíbidas entre as quais uma besta (lê-se bésta e não bêsta como oiço muita gente dizer, jornalistas incluídos) e duas réplicas de metralhadoras. Acabaram por não ir a tribunal e, por isso, ficaram em liberdade “para não prejudicar a investigação” após interrogatório na polícia e com o acordo entre esta e o ministério público. A polícia afirma que não tem dúvidas quanto ao facto de que estes homens irão ficar em prisão preventiva quando chegar a altura certa! Todos eles já são cadastrados.
Agora ficam as minhas dúvidas (nunca saí da idade dos porquês):
  1. Se não era a altura certa para os prender para não prejudicar as investigações, então porque o fizeram?
  2. Ao aparecer na imprensa que a polícia tem a certeza de que eles ficarão presos na altura certa, deixar-se-ão eles ficar sentados em casa a ver televisão à espera que alguém os vá buscar?
Sou ou não sou um ignaro?

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O MobCarsharing

"Que é isto?", perguntar-se-ão todos (ou quase) os que lerem isto.
Pois eu passo a explicar. O MobCarsharing é um novo serviço que a Carris lançou oficialmente ontem e que consiste no aluguer de automóveis por um período de tempo curto. Diz a empresa que tal serviço serve de complemento ao transporte público e para diminuir o uso do carro particular na cidade e arredores.
"Como funciona?", pensarão vocês.
Os carros estão (ou estarão) estacionados em "locais estratégicos" (entenda-se com acesso aos transportes públicos) para permitir a tal complementariedade. Os utilizadores podem-se inscrever (!) por telefone, internet ou numa "loja da Carris" (desconheço se isto inclui os agentes Payshop, já que quiosques e postos de venda da Carris são quase inexistentes) e recebem um cartão Lisboa Viva (são 7 euros se a memória não me falha!) para desbloquear o automóvel. As chaves da ingnição estarão dentro do veículo!
Os carros depois de utilizados deverão ser deixados no mesmo parque em que foi levantado.
A Carris ainda pretende criar um "clube de utilizadores" os quais pagarão uma taxa de inscrição (presumo que seja a "jóia"), anuidade e um preço de utilização por hora ou quilómetro (poderemos optar pelas duas ou isso não está simplesmente definido?).
Segundo a empresa quem optar por este sistema em vez da viatura própria poderá poupar até 4 mil euros para quem não exceder os 15.000 Kms/ano, isto pelo que pouparão, para além da compra, em manutenção, seguro, combustível, impostos e parqueamento do veículo!
Haverá três tipos de veículo: citadino, unitário (?) e familiar.

E depois da apresentação da coisa agora entro eu!

Sendo, segundo a Carris, a rede de transportes da cidade de Lisboa boa, muito boa ou até excelente, porque razão resolveram agora lançar este produto? Se o que existe é excelente em termos de cobertura geográfica e temporal, segundo palavras dos próprios, algo não bate certo. Estarão a entrar em projectos inúteis? Ou terão mentido sobre a qualidade da sua própria rede?
Para além disso, o que se terá que pagar para estas "deslocações curtas" nestes carros compensará quando comparado com uma deslocação em táxi que nos deixa onde queremos, ao contrário deste serviço que nos obrigará sempre a entregar o carro onde o levantamos? Já para não falar no tempo que a "burocracia" ocupa, pois para andar de táxi não preciso fazer registo do que seja!
E qual o período de funcionamento? 7 dias por semana? 24 horas por dia? É que se não for prefiro perder os tais 4 mil euros/ano e ter o meu carro disponível 24x7!
Quanto ao aluguer em si, se a ideia é complementar a rede de transportes existente, ou seja, tapar os buracos da Carris, então prefiro, mesmo que seja mais caro, alugar o carro a outra empresa que não àquela por culpa da qual eu sou obrigado a fazê-lo. Até parece a história de se pagar ao Calatrava para que ele corrija os erros que cometeu no Oriente!
Assim se faz a história dos transportes públicos portugueses!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Dia europeu com carros

E lá se passou mais um dia europeu sem carros com o que já se esperava.
Pouco depois das 6 da tarde lá cheguei à Baixa para ir à natação e como ainda tinha tempo resolvi ver como paravam as modas e fazer umas compras. No Rossio, Rua do Ouro e Rua da Prata havia pouco trânsito, apesar de eu ter passado a uma hora em que aquelas artérias já estavam abertas ao trânsito geral. Como contra-ponto, e como eu tinha calculado, na Rua dos Fanqueiros era um caos, com o trânsito completamente parado e o ar insuportavelmente poluído (bastante mais que nos dias normais).
Isto no trânsito automóvel, porque no de peões as coisas ainda eram mais extraordinárias, ou talvez não. Tirando os turistas poucas pessoas andavam na Baixa. Nas compras que eu fiz na Pollux deu para ver os efeitos práticos destas medidas. Nunca tinha visto aquela loja com tão pouca gente. Nem foi preciso esperar por elevadores, já que os mesmos estavam parados. Em vários pisos não se via ninguém excepto os funcionários.
No fundo, estas medidas parecem ser feitas à medida dos grandes centros comerciais que existem por todo o lado. Andar a criar gabinetes e equipas de estudo para o problema da Baixa serve para quê, se depois se tomam medidas como a de ontem que são autênticas facadas no coração daquela zona?

domingo, 21 de setembro de 2008

O Dia Europeu sem Carros por partes

Vindo do Site da CMLisboa temos tudo o que se encontra em cor-de-laranja e entre parêntesis, em cor-de-merda e em itálico o que vem da cabeça do fulano que escreve neste blog da treta:

2008-09-19
Dia Europeu Sem Carros
ALTERAÇÕES DE TRÂNSITO

No âmbito da Semana da Mobilidade, a zona da Baixa irá estar encerrada ao trânsito em geral na próxima segunda-feira, dia 22 de Setembro, entre as 8h00 e as 18h00, nos seguintes arruamentos: Praça D. Pedro IV, Rua da Prata e Rua do Ouro até à Rua da Conceição.

As alternativas ao tráfego são:

O tráfego que desce a Av. da Liberdade deverá inverter marcha na Praça dos Restauradores e seguir:

1) Para nascente – pela Rua das Pretas e Campo Mártires da Pátria em direcção ao Martim Moniz – Colina do Castelo e Av. Almirante Reis;
(Uau, e depois? Se quiser ir para Santa Apolónia o que me aconselham? Subir a colina do Castelo, seguir para a Graça, Sapadores e descer até Santa Apolónia? Ou subir a Almirante Reis virar para o Bairro das Colónias e seguir até Sapadores seguindo depois para Santa Apolónia? Ou virar para o lado da Figueira e descer a sempre congestionada Rua dos Fanqueiros?)

2) Para poente – pela Praça da Alegria em direcção à Colina do Bairro Alto – Cais do Sodré e Av. 24 de Julho.
(Perdão? Vão pôr todo o trânsito que circula na Avenida-Restauradores-Rossio e que vai para o lado do C.Sodré a circular pelo P.Real, S.Pedro de Alcântara e Alecrim?!)

O tráfego que desce o Martim Moniz será encaminhado para a Av. Infante D. Henrique pela Rua dos Fanqueiros para nascente, e pela mesma Avenida e Av. Ribeira das Naus, a poente.
(OK, lá está a tal "saída" da Rua dos Fanqueiros!)

O tráfego vindo de poente terá que aceder à zona da Av. da Liberdade pelo Cais do Sodré, Rua do Alecrim, Praça Luís de Camões e Príncipe Real.
(E não é que vão mesmo pôr o trânsito todo por ali? Nem quero imaginar o que vai ser aquele Camões neste dia!)

O tráfego vindo de nascente terá que aceder ao Martim Moniz e à Av. da Liberdade pelas Ruas da Alfândega e da Madalena.
(Ai que lindo. E são duas ruas que têm sempre uma capacidade tão grande de escoamento de tráfego!)

Os Transportes Públicos e autocarros de turismo irão manter a sua circulação nas ruas vedadas ao automóvel particular.
(Só faltava que fosse o contrário! Seja como for, com a confusão que vai haver nas ruas circundantes...)

O acesso às garagens e parques de estacionamento, bem como a circulação de veículos prioritários serão assegurados.
(Óptimo, assim garantem que os veículos dos senhores vereadores possam ir directamente da Avenida da Liberdade para os Paços do Concelho!)

E se fossem para a ... que os fez dar à luz?

sábado, 20 de setembro de 2008

A Carris no seu melhor! (tenho que começar a arranjar mais imaginação para estes títulos)

Mais uma para a lista da Carris.

Ontem, pelas 20:15 lá estava eu na paragem da Praça do Comércio numa vã esperança que aparecesse o 781 quando aparece um 759 (ao fim de quase 10 minutos de espera decidi-me ir naquele autocarro "já com cheiro" - se não apanharam a piada vejam isto). O tripulante era, como não podia deixar de ser nos tempos que correm, mais uma carinha laroca. Na paragem havia muita gente, fruto do enorme tempo de espera a que o pessoal desta zona se sujeita sempre (como a Carris insiste em afirmar que agora está tudo muito melhor, deduzo que os tempos de espera longos sejam uma excepção em toda a rede). Uma dessas pessoas era amblíope (pelo menos pareceu-me). O autocarro pára, não sei se propositadamente ou se apenas por acaso, mesmo em frente a essa pessoa. Os grunhos (existem e são muitos no 759) entraram logo de rompante à frente dessa pessoa. Ela lá entra e tenta fazer aquilo que muitos dos que vêem e andam naquela carreira de m3rd@ raramente fazem: validar o título de transporte. Eu e outro passageiro tentamos ajudá-la. Entretanto forma-se um amontoado de passageiros atrás de nós. A carinha laroca e um outro funcionário da Carris que entretanto entrou no autocarro nada fazem para ajudar o passageiro. Ao fim de alguns segundos a carinha laroca atira num tom rude e bem a despropósito um "VAI FECHAR". Lá nos arranjamos o melhor que pudemos para que o imbecil do tripulante fechasse a porcaria da porta (se ia atrasado nós seremos, com toda a certeza, os menos culpados). Finalmente lá se conseguiu fazer com que a maquineta lê-se o raio do passe ou bilhete. Isto sempre com a ajuda dos outros passageiros porque tanto a carinha laroca como o "boleias" nunca se deram ao trabalho de fazer o que quer que fosse para ajudar aquele passageiro com e em dificuldades.
O autocarro chega a Santa Apolónia. O passageiro amblíope vai sair e fá-lo pela porta da frente (sempre é mais fácil para eles do que sair pela porta de trás). Primeira fase da operação: dar com a porta da frente. A carinha laroca deixou-se ficar impávido e sereno sem abrir a boca, nem que fosse para avisar os passageiros que estavam na paragem para aguardar um pouco. O "boleias" deixou-se estar encostado com as mãos literalmente nos bolsos ("tocar em passageiros, ai que nojo"). O passageiro lá conseguiu descobrir o sítio certo da porta, mas só com a ajuda dos passageiros que entretanto tinham entrado.
E é assim a história.
Nos entretantos a Carris continua alegre e imbecilmente a afirmar que as coisas são uma maravilha e que em inquéritos de satisfação toda a gente está muito feliz, não só com o serviço, mas também com os tripulantes (provavelmente para justificar a "renovação" de pessoal). Quanto a mim...

Como complemento coloco parte da notícia do Correio da Manhã que me levou à piada do "com cheiro", não vá aquilo deixar de estar disponível no futuro. Reza assim:
A Carris vai investir cerca de cem mil euros numa campanha multi-sensorial, que se traduz por autocarros com cheiro a manjerico, limão e brisa do mar, música ambiente e uma textura resistente em todos os assentos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

12+1=3

Sim, é mesmo isso, não foi “erro de teclado”. Eu escrevi mesmo (agora por extenso para que não restem dúvidas) doze mais um igual a três.
Esta aritmética “progressista” vem na edição de hoje do Diário de Notícias numa notícia relativa à detenção de 12 indíviduos na Póvoa do Lanhoso por estarem a jogar às cartas a dinheiro e de um “terceiro” por estar a assistir.
Se não acreditam vejam aqui o que foi escrito. O parágrafo é:
A GNR da Póvoa de Lanhoso deteve 12 homens, entre os 35 e os 55 anos, que estariam alegadamente a jogar cartas a dinheiro e um terceiro indivíduo que estava a presenciar o crime, num bar daquele concelho do distrito de Braga. Os indivíduos foram ontem presentes ao tribunal local. Na altura da detenção, sábado à noite, os militares apreenderam mais de dois mil euros e diverso material relacionado com a prática do crime.
Mais uma vez não deve haver ninguém para reler o que se escreve!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Coisas

Um homem condenado a pena de prisão por furto, foge da mesma. Esse homem rouba um carro de uma empresa, mas acaba por se despistar. Esse carro é avistado por um funcionário da empresa proprietária que chama a GNR. A GNR chega ao local, faz algumas buscas e acaba por apanhar o homem, que, caso não se lembrem, estava preso por roubo, fugiu da prisão e roubou um automóvel. O homem vai a tribunal e o juíz manda-o em liberdade porque, depois de se ter evadido da prisão, ninguém se lembrou de emitir um mandato de captura!
Dois homens tratam de negócios relativos a vendas de propriedades e desentendem-se quanto ao pagamento, com um a acusar o outro de não ter sido paga uma determinada quantia. O caso passa para a esquadra da PSP onde o suposto lesado pretende apresentar queixa contra o suposto faltoso. O suposto faltoso entra na esquadra nesse mesmo momento e atinge o queixoso com 4 dos 5 tiros que dispara, tendo sido imediatamente preso. O queixoso está em estado crítico no hospital. O atirador é levado a tribunal e o juíz manda-o em liberdade, com termo de identidade e residência e com a obrigatoriedade de se apresentar semanalmente na esquadra da PSP (curiosamente o local do crime) e tudo isto porque o juíz considerou que o atirador não tem cadastro, estava a ser ameaçado e perseguido e agiu emocionalmente.
Entretanto os juízes continuam-se a queixar de que são mal vistos pela sociedade.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Viagem em Lisboa


Pois, como contraponto à "Viagem a Budapeste" vem esta "Viagem em Lisboa". O seu conteúdo consiste na transcrição de uma notícia (seguindo a nomenclatura usada pela Carris) relativa ao serviço de autocarros para o concerto da Madonna. Os tempos de passagem das carreiras são maravilhosos! E estes tipos ainda têm a lata de responder a quem reclama que "agora está muito melhor". Fiquem então com A NOTÍCIA (retirada daqui):

2008-09-10
Serviços CARRIS para o concerto MadonnaPara chegar utilize as carreiras regulares:

Com paragem na BELA VISTA (5 min.):

755
Sete Rios, Cidade Universitária, Alvalade, Belavista, Chelas (ISEL), Poço Bispo
Tempo passagem 22 min

793
Estação Roma-Areeiro, Areeiro, Olaias, Belavista, Bairro Madre Deus, Marvila
Tempo passagem 23 min

794
Santos, Pr. Comércio, Est. Sta. Apolónia, Xabregas, Belavista, Chelas (ISEL), Estação Oriente
Tempo passagem 22 min


Com paragem no cruzamento AV. GAGO COUTINHO / EUA (10 min.):

17
Pr. Chile, Alameda, Areeiro, Gago Coutinho, Av. Brasil, Charneca, Galinheiras, Fetais
Tempo passagem 18 min

21
Saldanha, Entrecampos, Alvalade, Gago Coutinho, Pr. Aeroporto, Olivais, Moscavide
Tempo passagem 21 min

22
M. Pombal, Estefânia, Arco Cego, Areeiro, Gago Coutinho, Pr. Aeroporto, Aeroporto, Encarnação, Portela
Tempo passagem 28 min

49
Saldanha, Av. Estados Unidos América/Gago Coutinho, Chelas (ISEL)
Tempo passagem 25 min.

708
Martim Moniz, Pr. Chile, Alameda, Areeiro, Gago Coutinho, Pr. Aeroporto, Olivais, Estação Oriente e Parque Nações (norte)
Tempo passagem 22 min

727
Restelo, Belém, Calvário, Santos, Rato, M. Pombal, Saldanha, Entrecampos, Av. Estados Unidos América, Est. Roma-Areeiro
Tempo passagem 20 min


Com paragem na PÇ. DO AREEIRO (15 min.):

35
Cais Sodré, Pr. Comércio, S. Apolónia, Sapadores, Pr. Chile, Alameda, Areeiro, Alvalade, Hospital S. Maria
Tempo passagem 18 min

56
Junqueira, Calvário, Alcântara, Pr. Espanha, Campo Pequeno, Areeiro, Olaias
Tempo passagem 22 min

60
Ajuda, Boa-Hora, Calvário, Alcântara, Santos, Pr. Comércio, Pr. Figueira, Estefânia, Arco Cego, Areeiro, Olaias
Tempo passagem 20 min

720
Calvário, Estrela, Rato, M. Pombal, Estefânia, Arco Cego, Alameda, Areeiro, Picheleira
Tempo passagem 20 min


Com paragem na Rot. do Aeroporto (15 min.):

31
Sete Rios, Pr. Aeroporto, Olivais, Moscavide
Tempo passagem 20 min

44
M. Pombal, Saldanha, Entrecampos, Alvalade, Pr. Aeroporto, Aeroporto, Oriente, Moscavide
Tempo passagem 21 min

745
Est. Sta. Apolónia, Rossio, M. Pombal, Saldanha, Entrecampos, Pr. Aeroporto, Aeroporto, Encarnação, Prior Velho
Tempo passagem 15 min

750
Algés, Parque Campismo, Benfica, Campo Grande, Pr. Aeroporto, Oriente
Tempo passagem 15 min

Para sair utilize as carreiras especiais. - As carreiras especiais têm partida da Rua Pedro Cruz (perto da saída do recinto).

CARREIRA A - Serve os principais pontos do centro da cidade: Entrecampos, Marquês de Pombal, Estrela, Alcântara e Belém, Belavista, Av. Dr. Arlindo Vicente, Av. José Régio, Av. Gago Coutinho, Av. Estados Unidos da América, Entrecampos, Saldanha, Pr. Marquês Pombal, Largo do Rato, Estrela, Av. Infante Santo, Calvário e Belém (palácio)

CARREIRA “SHUTTLE ORIENTE” - Faz a ligação directa à Estação do Oriente, após o fecho da rede de metropolitano. Belavista, Av. Dr. Arlindo Vicente, Av. José Régio, Av. Gago Coutinho, Pr. Aeroporto, Av. Marechal Gomes da Costa, Av. Berlim e Estação Oriente

TARIFÁRIO CARREIRAS ESPECIAIS: Nestas Carreiras não serão aceites PASSES. Deverá ser adquirido a Tarifa de Bordo junto do motorista ou poderá utilizar o seu Cartão 7 Colinas ou Viva Viagens devidamente carregado com viagens válidas na CARRIS.

Pode ainda utilizar todas as Carreiras da Rede da Madrugada da Carris (até às 5h30m).

A Carreira 208 (Sentido Cais Sodré) irá ser reforçada.

Em termos de serviço regular, iremos reforçar a Carreira 794 (sentido Oriente).

As Carreiras da Rede da Madrugado e serviço regular são abrangidos pelo sistema tarifário habitual.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Viagem a Budapeste


No mês passado fui passar uns dias a Budapeste em viagem de lazer (com ‘z’ e não com ‘s’ como vejo muitas vezes). Fiquei numa casa emprestada situada a alguns kms do centro da cidade o que implicava uma viagem de cerca de 30 minutos em transportes. Felizmente que não estava em Lisboa!
Começo por apresentar os transportes públicos de Budapeste. Existe uma única empresa, a BKV, que gere o metro, rede de eléctricos, rede de autocarros e rede de trolleis. Para além desta existe uma outra empresa que, creio eu, será subsidiária da primeira (a HÉV) que detém algumas linhas de comboios suburbanos. Para além destas linhas a empresa nacional MAV (equivalente à CP) tem mais algumas ligações deste género a partir de Budapeste (embora com percursos maiores). Para se usar tudo isto (excepto os serviços da MAV) basta um único bilhete de dia ou passe de uma semana. No caso dos comboios suburbanos da HÉV os títulos de transporte indicados anteriormente apenas são válidos nos percursos intra-muros (é o equivalente ao antigo L dar para viajar na CP entre Algés e C.Sodré, por exemplo), sendo necessário pagar um prolongamento de percurso para viagens para fora de Budapeste
Em termos de organização de toda esta rede as coisas passam-se de uma forma bem estudada e cuidada, existindo 3 níveis de transportes: num primeiro nível encontra-se o metro, com as suas paragens bem espaçadas, permitindo um serviço rápido (tipo expresso) desde as zonas limítrofes da cidade até ao centro; num segundo temos os eléctricos que têm paragens relativamente espaçadas, mas muito mais frequentes que no metro, e que acabam por fazer um serviço de metropolitano de superfície ligeiro; por último temos os autocarros e trolleis que fazem serviços mais localizados, com muito mais paragens que nos outros dois níveis, e que permitem ligações entre as zonas não servidas pelo metro e/ou eléctrico e estes 2 transportes.
Com este sistema não existem problemas nem preconceitos quanto à “sobreposição” quer de meios quer de carreiras, havendo corredores onde os 3 níveis convivem salutarmente, sendo aí possível verificar muito bem a estratificação por mim descrita relativamente ao número de paragens.
O material é, geralmente, antiquado, raramente existindo pisos rebaixados ou ares condicionados, sendo a maioria dos autocarros e trolleis Ikarus (a dar um ar ainda de Bloco de Leste à cidade) e todas as composições do metropolitano (excepto na linha 1, por motivos históricos e técnicos) de fabrico soviético, idênticas às do metro de Moscovo, e com direito a placa de construtor em cirílico, onde apenas se percebe o famoso “CCCP”. O barulhinho destas unidades é algo nostálgico pois lembra o som das defuntas ML-7 do Metro de Lisboa!
Outra coisa interessante era o pessoal: aparentemente a idade não é impeditivo de se ter um bom serviço! Havia tripulantes de todas as idades!
Como ia com os meus sobrinhos deu para ver que o povo húngaro tem muito mais educação cívica que o português, havendo sempre quem se levantasse para que as crianças se sentassem (mesmo quando estas teimavam que queriam ir de pé e aos tombos!).
As minhas deambulações diárias iniciavam-se a 2 quarteirões de distância da casa onde fiquei, numa paragem das carreiras de autocarros 66 e 123, as quais me levavam a um terminal de transportes onde apanhava a linha 3 do metro que, por sua vez, me levava ao centro da cidade. Para além deste percurso “obrigatório” fiz muitas outras viagens noutros percursos.
Em nenhuma das vezes estive mais de 10 minutos à espera de transporte e na única vez que estive esse tempo tal deveu-se à hora “tardia” (20:00, o que para os parâmetros de Budapeste corresponde às 21 ou mesmo 22 de cá) e mesmo aí foi por ter perdido um eléctrico (ainda o vi a sair da paragem).
Volto para Lisboa e caio na realidade tuga. Autocarros modernaços conduzidos por carinhas larocas, uma rede de eléctricos para turista consumir, um metropolitano cheio de arte, mas poucos comboios e uma rede de comboios suburbanos com uma linha de cintura que é percorrida na totalidade apenas aos dias de semana e apenas por um comboio por sentido de 30 em 30 minutos. A única coisa que existe em quantidade são os títulos de transporte e as empresas que gerem (?) tudo isto!
Depois do regresso já andei de autocarro umas 4 ou 5 vezes (uma monstruosidade para os meus actuais parâmetros) e lá estive sempre mais de 10 minutos parado em paragens à espera. Lá vi terminais estupidamente pensados e planeados, como o do C.Sodré, onde carreiras como a 781 e a 782, que têm boa parte do percurso em comum, têm as paragens numa tal disposição que acabam por ficar com as paragens do terminal em dois extremos com uma outra paragem pelo meio (só usada pelo 28 no serviço nocturno). Para compensar, carreiras que nada têm a ver (em termos de percursos) são até capazes de partilhar as paragens. Lá senti as agruras de quem vem da Linha de Cintura e tem que se deslocar para a de Cascais em Alcântara, agora com a ligação ainda pior que antes, já que estão a desmantelar a passadeira que ligava essas duas linhas.
E “cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas” e com o Terreiro do Paço a fechar aos Domingos para que “as pessoas andem de transportes” que por acaso até nem existem, mas que, quando os há, circulam forrados de cartazes a auto-elogiarem-se (tal como os sites, principalmente o da Carris).
Maldita decisão que eu tomei há 9 anos quando deixei de conduzir por não gostar de o fazer.
Já agora, faz hoje 2 anos que a diarreia resultou na 1ª fase da Rede 7 da Carris!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Ao menos?

No DN de hoje vem, como não podia deixar de ser, a notícia sobre o trágico acidente de aviação que ontem vitimou 153 pessoas no Aeroporto de Barajas, Madrid.

A reportagem começa com um “Ao menos 153 pessoas morreram”. Ao menos!? Morreram 153 pessoas e o jornalista diz “ao menos”!?

E mais ninguém terá visto isto antes da publicação do jornal? Terá sido erro de quem escreveu e de quem não releu? Ou será que o jornalista quis mesmo dizer aquilo que escreveu? "Ao menos"!?

Pode ser que o jornalista seja um daqueles defensores acérrimos do ambiente e que não olham a meios para reduzir, por exemplo, o excesso populacional no Mundo. Já estou até a imaginar: “O avião escaqueirou-se todo, mas, vá lá, ao menos morreram 153 pessoas!”. O avião foi-se, mas não se perdeu tudo. É esta a ideia que aquele "ao menos" dá a quem lê e foi isto que, aparentemente, o jornalista e o jornal quiseram transmitir.

Será?

Não pode ser.

Mas também para ser um erro é demasiado crasso para se poder desculpar num jornalista (e num jornal como o DN) que, suponho, terá sido formado/treinado não só para escrever, mas principalmente para saber o que escreve. Até eu, que de formação tenho apenas 0s e 1s, sei que aqui dever-se-ia sempre utilizar a contracção da preposição por com o artigo o: pelo. Isto resultaria em “pelo menos”. E este “pelo menos” significa que morreram, com toda a certeza, 153 pessoas, mas que, infelizmente, poderá haver mais.

Agora “Ao menos”!?

Despeço-me até Setembro. Amanhã vou fazer o meu baptismo de vôo (e não estou a gozar).

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Conto de Terror

Aos primeiros segundos o último banho já é uma lembrança longínqua. O ar que respirava há menos de um minuto fica para trás. O corpo tenta adaptar-se a este ambiente hostil, mas sente dificuldade.

Seguem-se ruídos e sons estranhos e estridentes que ferem os tímpanos do viajante. Debate-se, tenta fugir, mas não há nada a fazer e o barulho envolve-o tal como a atmosfera putrefacta o havia feito anteriormente.

Nesta altura o viajante sente que é uma batalha perdida esta luta contra os elementos. O tempo dilata-se. Os segundos parecem minutos, os minutos horas. O pesadelo não acaba e, pior ainda, revela-se ser real. Há seres estranhos que insistem em roçar-se no viajante que, em desespero, tenta fugir e sair por qualquer lado, sempre em vão.

De súbito uma luz, uma réstea de esperança. Abre-se uma passagem e o viajante sai a correr para a salvação.

Finalmente tinha saído daquele 759!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Como gastar dinheiro (estupidamente)


O Metropolitano de Lisboa (ML) anunciou hoje a construção de uma nova extensão da sua rede, para além das duas actualmente em construção, ambas nos dois extremos da linha vermelha, da Alameda para S.Sebastião e da Estação do Oriente para o Aeroporto (que vai fechar daqui a uns anos).
A nova extensão será o prolongamento da linha azul entre Amadora Este e a Reboleira, a qual corresponde a mais uma estação na rede e um aumento de algumas centenas de metros na extensão da mesma.
No site do ML podemos ver que na calha (ou será melhor dizer, no carril) já se encontram mais 2 extensões deste calibre, uma na linha vermelha entre S.Sebastião e Campolide e outra para a linha amarela entre o Rato e a Estrela.
Ora, numa obra onde a linha é em túnel, como é caso de boa parte da rede do ML, uma parte significativa dos custos prendem-se precisamente com os trabalhos de abertura dos poços de acesso ao subsolo por onde passam as tuneladoras e à montagem destas máquinas, pelo que, diz a minha lógica merceeirico-financeira, uma obra destas deveria ser feita sempre a pensar em longas distâncias, para minimizar estes custos por km construído. Mas não é isso que se passa. Todas estas extensõe(zinha)s têm, no máximo, cerca de 1000 metros pelo que todo o trabalho de “pôr a andar” a tuneladora não é devidamente aproveitado. É como ir de carro ao fundo da rua só para pôr o lixo (estou a partir do príncipio que a rua é uma rua normal, sem ser uma Estrada de Benfica ou uma Av. Infante D. Henrique). O que se gasta de bateria só para o motor de arranque pôr o carro a funcionar não deve chegar a ser reposto com o que é gerado no alternador durante a viagem!
Mas porque motivo há-de o ML ir gastar rios de dinheiro para andar só mais uns metros? Porque não se fizeram logo estas obras quando se abriram as linhas até onde elas chegam agora? Ainda tenho alguma esperança que no caso da extensão da linha vermelha entre S.Sebastião e Campolide se possa usar a tuneladora que abriu passagem desde a Alameda até S.Sebastião, embora não tenha certeza se nesta altura da obra a mesma ainda lá se encontre, ou se será viável manter uma máquina daquelas “presa” no solo durante tanto tempo.
E é assim que se gasta o dinheiro: para que a rede do ML vá avançando aos soluços, calmamente, sem grande alaridos.
Já agora, como será que o ML vai resolver o problema da falta de material quando abrir a extensão da linha vermelha até S.Sebastião? É que se para essa linha actualmente bastam comboios de 3 carruagens, no futuro é bem possível que isso seja insuficiente. E o material actualmente em funcionamento não chega para tanto: os tempos de intervalo entre comboios que se registam hoje em dia estão aí para provar isso.