terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Várias historietas da Bananeira à Beira-mar plantada

Historieta número 1

Num rua do concelho de Almada descobre-se uma rotura numa conduta que faz ligação a uma casa. É feita a chamada para os serviços municipalizados de água e saneamento (SMAS) que aparecem pouco depois. O veredicto é logo feito na hora: a rotura fica entre a torneira da rede geral e o contador da casa, logo é da competência do dono da casa a resolução do problema. O dono da casa arranja um canalizador que acaba por resolver o problema. Passadas 2 ou 3 semanas aparece uma carta nessa casa proveniente dos SMAS a informar que pretendem fazer uma inspecção à "obra" feita. No dia marcado aparecem apenas para informar o dono da casa que o canalizador devia ter feito um relatório a indicar o que havia sido feito!

Resumindo: há uma rotura num cano antes do contador, telefona-se para os SMAS, os SMAS dizem que por ser depois da torneira de segurança não é nada com eles, contrata-se um canalizador que resolve o problema, os SMAS informam que vão fazer uma inspecção e nessa "inspecção" informam que deveria ter sido enviado para os SMAS um documento a dizer o que foi feito.

Moral da historieta: em futuras roturas destas PQP os SMAS e tudo será feito sem conhecimento deles. E fica o aviso à navegação: na CMAlmada este tipo de situações é mais que recorrente, é mesmo o dia-a-dia.

Historieta número 2

Depois de se terem criado redes de autocarros em Lisboa e no Porto que obrigam as pessoas a andar a fazer transbordos constantemente e que reduziram a oferta em várias zonas dessas cidades, aparece o governo, que autorizou essas redes, com a ideia peregrina de colocar portagens à entrada das cidades para incentivar o uso dos transportes públicos (que não existem).

Moral da historieta: na Bananeira à beira-mar plantada tudo serve para dar cabo da vida às pessoas-banana que lá habitam.

Historieta número 3

Depois de terem dado cabo do INEM as autoridades da Bananeira agora vêm dizer que a solução passa por "privatizar" esse serviço.

Moral da historieta: Na bananeira só não é privatizado o sector dos trens de cozinha.

Historieta número 4

Depois de mais de 60 anos de existência e sem qualquer meio de transporte pesado até lá, o aeroporto de Lisboa vai passar a ter metro. Não se "percebe" (eu até percebo) é o porquê desta obra na mesma altura em que se anuncia a transferência do aeroporto para a Ota.

Moral da historieta: se a avenida central da Alta de Lisboa fica paredes-meias com o aeroporto então é porque outros "voôs" mais altos se "alevantam".

Historieta número 5

Querem acabar com o Dª. Estefânia e integrá-lo num meg(d)a-hospital a construir na meg(d)a-zona de Chelas. A pediatria desse hospital teria menos camas que o Dª. Estefânia para assim se "reduzirem os internamentos desnecessários"!

Moral da historieta: é tão estúpido que nem encontro moral nenhuma.

Assim vai a Bananeira

domingo, 21 de janeiro de 2007

Algumas pérolas

Na semana que agora acabou (considero sempre para primeiro dia da semana o Domingo e o último o Sábado) tive(mos) o privilégio de ler/ver/assistir a mais algumas pérolas desta Bananeira à beira-mar plantada (deveriam ser bananas e não pérolas, mas que se lixe), cada uma delas mais deslumbrante que as outras, pelo que a ordem por que as vou apresentar é meramente aleatória.

A primeira pérola aqui relatada contemplada a "singela" história do presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião (concelho de Loulé), Horácio Piedade de seu nome. No dia 21 de Dezembro o referido autarca de bairro foi multado por ir a perto de 80 Km/h numa zona de 50 Km/h, dentro dos limites de Loulé. Para além da multa, este crime poderia acarretar a perda da licença para conduzir, em linguagem corrente, "ficar sem a carta". Por coincidência a C.M.Loulé "detectou", poucos dias depois, um "erro" na colocação das placas e estas acabram deslocadas cerca de 150 metros. Assim, Loulé perdeu 150 metros de território e, imaginem lá, o autarca de bairro, Horácio Piedade (mas deve ser só por ele) ficará ilibado da tal infracção, já que por lei e para estes casos o que impera é o mais favorável aos infractores. Quem não gostou nada da história foi a GNR que participou o caso ao Ministério Público e à Direcção Geral de Viação. Espero não perder o rasto a esta pérola, pois tenho imensa curiosidade em saber no que dará esta queixa da GNR.

A segunda pérola é quase que uma vitória para a Bananeira à beira-mar plantada e para os bananas (os habitantes da bananeira, entenda-se). Os sacrifícios económicos que estes últimos têm feito nos últimos 4, 5, 6, sei lá quantos anos estão a ter resultado e parece que a crise está a acabar. Pelo menos é o que dá a entender a notícia desta semana que dá conta que nas obras de "melhoria" do parLAMENTO, para além do ar condicionado (aquele pessoal sua muito, que o diga a Odete Santos) e do novo sistema de som (como se alguém ainda estivesse interessado em ouvir o que aqueles merdas dizem), também vão ser instalados computadores e telefones integrados nas bancadas dos dePUTAdos! Assim, para cada um deles (230, não esquecer) haverá um telefone e um PC integrado no lugar-cama que lhe foi atribuído. Dado que na maior parte do tempo os dePUTAdos estão a "trabalhar" integrados em Comissões ParLAMENTARES ou em visitas de trabalho, sendo relativamente pouco o tempo em que estão realmente no hemiciclo, presumo que estes PCs serão amplamente utilizados. Ou será que agora que podem jogar copas em rede passarão a estar mais tempo no hemíciclo parLAMENTAR?

A terceira pérola é bem mais conhecida e é mais uma grande homenagem a esse prestigiada e prestigiosa categoria de funcionários públicos que são os (levantem-se todos e façam uma vénia) juízes (podem acabar com a vénia e voltar a sentar-se). O caso é o do sargento do exército Luís Gomes e da sua esposa, Maria Adelina Lagarto, que, correctamente, não pretendem dar a filha adoptiva que por eles é tratada e amada há quase 5 anos a um pai biológico que só o sabe que o é por ter sido obrigado a efectuar os testes de paternidade, caso contrário nem saberia que tinha uma filha. Até a mãe biológica está do lado dos pais adoptivos. Está toda a gente. Toda não, a (levantem-se e façam a vénia) juíza (podem terminar a vénia e etc) acha que a criança estará melhor entregue ao pai biológico, o tal que nunca quis saber dela, o tal que ela não conhece, porque aparentemente a menina tem o direito a conhecer os pais biológicos. O facto de a menina ter vivido quase 5 anos com os pais adoptivos aparentemente não contam nem interessam para a (já sabem o que têm a fazer) juíza (idem) que de juízo não deve ter muito. A Justiça na Bananeira à beira-mar plantada é cega e, como se isso não bastasse, extremamente estúpida.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Sobre o aborto

No próximo dia 11 de Fevereiro ir-se-á realizar o segundo referendo relativo à questão da legalização do aborto.

Votarei, tal como o fiz há 8 anos, pela despenalização/legalização do aborto, não porque concorde pela realização de abortos como forma de controlo de natalidade, mas porque os mesmos sempre se fizeram e sempre se farão, seja ou não legal. Legalizando-se o aborto este deixará de ser feito de qualquer maneira, sem as mínimas condições de higiene e saúde e permitirá às portuguesas terem mais esta opção, mas de forma segura.

E também tal como há 8 anos crítico aqueles que defendem o “não”, quer pelas razões que apontam, quer pelas alternativas que nunca apresentam ou concretizam.

Os defensores do “não” insistem no respeito pela vida, mas esquecem-se sempre que o facto de o aborto não ser legal em Portugal não impede que este se continue a fazer. Ainda nessa onda, reclamam que ao se abortar está-se a negar uma vida, mas esquecem-se que muitas dessas vidas não são bem-vindas, o que normalmente conduz a situações de maus tratos e violência contra crianças com as consequências que todos conhecem. Também reclamam que a legalização do aborto em Portugal irá provocar uma sobrecarga no serviço nacional de saúde e que os nossos impostos não devem servir para tais práticas, mas esquecem-se, igualmente, que muitas das mulheres que praticam o aborto clandestinamente acabam por ir parar às urgências hospitalares devido às consequências de tais abortos, em situações que acabam por ser mais onerosas para o serviço nacional de saúde, quer em termos de meios (mais tempo de internamento) quer em termos económicos (tratamentos mais caros). Por outro lado, e tal como há 8 anos, referem, e bem, que existem alternativas ao aborto, e que deveria haver educação sexual, mas esquecem-se que nesses 8 anos que passaram desde o último referendo esses defensores do “não” nunca fizeram nada para implementar essas alternativas e nalguns casos “mais católicos” até condenam o uso dessas práticas.

E em jeito de conclusão acabo esta resmunguice com esta pérola proferida há 8 anos por um defensor do “não” que trabalhava comigo: “ao legalizar-se o aborto as mulheres podem sentir-se obrigadas a abortar”. Se esta é uma das razões para o “não”… Seja como for, votem como votarem, mas votem. Desta vez não se trata de escolher quem nos vai chular nos próximos 4 anos.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Parabéns Porto

Parabéns pessoal do Porto pela reacção que tiveram à nova rede de transportes imposta pelos STCP. E que belo exemplo vocês deram a nós, lisboetas, que em Setembro, quando a CCFL impôs a sua “Rede Pomposamente Chamada Sete” apenas refilaram com quem menos culpa tinha: os motoristas. Vocês não voltarão a ter a rede que tinham, mas os STCP não puderam ficar a rir-se como a CCFL ficou e já tiveram que anunciar reforços de algumas carreiras e o prolongamento dos horários de outras. Parabéns!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Basta de Idolatrias

Segundo as notícias dos últimos dias, a PSP de Setúbal foi brindada na noite de fim de ano com um ataque organizado por um grupo de elementos do conhecido Bairro da Belavista. A coisa foi de tal forma organizada que a PSP se viu forçada a chamar ao local todos os agentes em serviço na cidade de Setúbal para auxiliarem os colegas daquela zona que se encontravam “entricheirados” dentro da esquadra. Os “meninos” que realizaram o ataque eram, de acordo com as notícias, filhos de imigrantes africanos.

Curiosamente esta notícia não foi muito divulgada, ao contrário, por exemplo, do que aconteceu com casos semelhantes ocorridos em França na mesma noite. E o mais curioso é que outros casos semelhantes ocorridos em Portugal também nunca foram muito noticiados, como aconteceu há uns 3 anos durante a feira das Mercês (Sintra), quando um comboio foi “varrido” por um grupo de “jovens” oriundos da zona da Damaia/Amadora. Será por causa da nova censura, a qual se mascara e se esconde debaixo do dogma do “politicamente correcto”? Quando há uns anos [não] houve um arrastão nas praias da zona do Estoril, apareceram logo um conjunto de entidades a bradar que tal coisa não existiu e se existiu foi por causa das condições em que as pessoas vivem, usando técnicas à Irmãos Metralha perante o tribunal de Patópolis, os quais sempre justificam os seus actos com a infância infeliz em que viveram. E para provar que a culpa é das condições em que eles vivem até se organizaram excursões aos bairros onde eles habitam, as quais chegaram a ter o patrocínio do então PR, Jorge Sampaio.

Não me considero racista, até porque defendo a igualdade de direitos para toda a gente, seja qual for a sua origem, raça, crença, nacionalidade ou sexo, mas daí a idolatrar algumas minorias e a desculpabilizar tudo o que essas minorias fazem… É que o racismo não se manifesta apenas nos actos praticados pelos grupos de extrema-direita. O racismo também se manifesta nos actos de comiseração relativamente a todas as minorias étnicas praticados pela extrema-esquerda e esses actos talvez sejam ainda piores que os que a extrema-direita pratica.

E se, por um lado, eu defendo direitos iguais para todos, em contraponto, também considero que os deveres são os mesmos para todos. E basta de idolatrar as pessoas que pertencem a minorias étnicas apenas por isso mesmo.