Esta semana José Luís Zapatero, presidente do governo espanhol, anunciou que tenciona nacionalizar as águas termais e minerais. Depois disso o estado espanhol passaria a dar a exploração das mesmas a concessionários mediante o pagamento de uma taxa anual. E, acrescento eu, passaria a controlar aquilo a que já há quem chame de "ouro do futuro", já que a água potável irá ser ainda mais escassa do que é hoje.
Passa-se para o lado de cá da fronteira e... Oh que maravilha!
Depois de há uns anos algumas câmaras terem passado para as mãos de particulares os sistemas de água e de há algumas semanas se ter falado na privatização do INEM com o intuito de melhorar o sistema de emergência nacional, agora vêm dizer que a educação e a saúde não são funções nucleares do estado! Para além dessas áreas também os funcionários da Justiça que não sejam magistrados, os funcionários de consulados e embaixadas (excepto os diplomatas) são "contemplados" com esta proposta. Isto permitirá ao Estado deixar de ter um vínculo permanente com os funcionários desses sectores.
Dado que o actual governo entende que as "actividades nucleares do estado" são aqueles que competem exclusivamente ao estado, não podendo, por isso, ser desempenhadas por privados, porque não fazer o mesmo ao próprio executivo? Afinal de contas a actividade de gestão pode ser desempenhada por privados e, na maioria dos casos, de forma bem mais eficiente que o governo tem feito. E se a actividade do governo poderia ser feita por privados, por que não privatizar esse sector do estado? É que olhando para as privatizações feitas em Portugal, a probabilidade de mais cedo ou mais tarde o governo ir parar a mãos estrangeiras era realmente elevada.
Entretanto, aqui ao lado, o governo espanhol vai alargando o âmbito das "actividades nucleares" do estado, controlando as áreas que serão nevrálgicas no futuro. E curiosamente são eles quem se está a aproximar do resto da Europa, não somos nós.
Viva Portugal!