quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Ao menos?

No DN de hoje vem, como não podia deixar de ser, a notícia sobre o trágico acidente de aviação que ontem vitimou 153 pessoas no Aeroporto de Barajas, Madrid.

A reportagem começa com um “Ao menos 153 pessoas morreram”. Ao menos!? Morreram 153 pessoas e o jornalista diz “ao menos”!?

E mais ninguém terá visto isto antes da publicação do jornal? Terá sido erro de quem escreveu e de quem não releu? Ou será que o jornalista quis mesmo dizer aquilo que escreveu? "Ao menos"!?

Pode ser que o jornalista seja um daqueles defensores acérrimos do ambiente e que não olham a meios para reduzir, por exemplo, o excesso populacional no Mundo. Já estou até a imaginar: “O avião escaqueirou-se todo, mas, vá lá, ao menos morreram 153 pessoas!”. O avião foi-se, mas não se perdeu tudo. É esta a ideia que aquele "ao menos" dá a quem lê e foi isto que, aparentemente, o jornalista e o jornal quiseram transmitir.

Será?

Não pode ser.

Mas também para ser um erro é demasiado crasso para se poder desculpar num jornalista (e num jornal como o DN) que, suponho, terá sido formado/treinado não só para escrever, mas principalmente para saber o que escreve. Até eu, que de formação tenho apenas 0s e 1s, sei que aqui dever-se-ia sempre utilizar a contracção da preposição por com o artigo o: pelo. Isto resultaria em “pelo menos”. E este “pelo menos” significa que morreram, com toda a certeza, 153 pessoas, mas que, infelizmente, poderá haver mais.

Agora “Ao menos”!?

Despeço-me até Setembro. Amanhã vou fazer o meu baptismo de vôo (e não estou a gozar).

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Conto de Terror

Aos primeiros segundos o último banho já é uma lembrança longínqua. O ar que respirava há menos de um minuto fica para trás. O corpo tenta adaptar-se a este ambiente hostil, mas sente dificuldade.

Seguem-se ruídos e sons estranhos e estridentes que ferem os tímpanos do viajante. Debate-se, tenta fugir, mas não há nada a fazer e o barulho envolve-o tal como a atmosfera putrefacta o havia feito anteriormente.

Nesta altura o viajante sente que é uma batalha perdida esta luta contra os elementos. O tempo dilata-se. Os segundos parecem minutos, os minutos horas. O pesadelo não acaba e, pior ainda, revela-se ser real. Há seres estranhos que insistem em roçar-se no viajante que, em desespero, tenta fugir e sair por qualquer lado, sempre em vão.

De súbito uma luz, uma réstea de esperança. Abre-se uma passagem e o viajante sai a correr para a salvação.

Finalmente tinha saído daquele 759!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Como gastar dinheiro (estupidamente)


O Metropolitano de Lisboa (ML) anunciou hoje a construção de uma nova extensão da sua rede, para além das duas actualmente em construção, ambas nos dois extremos da linha vermelha, da Alameda para S.Sebastião e da Estação do Oriente para o Aeroporto (que vai fechar daqui a uns anos).
A nova extensão será o prolongamento da linha azul entre Amadora Este e a Reboleira, a qual corresponde a mais uma estação na rede e um aumento de algumas centenas de metros na extensão da mesma.
No site do ML podemos ver que na calha (ou será melhor dizer, no carril) já se encontram mais 2 extensões deste calibre, uma na linha vermelha entre S.Sebastião e Campolide e outra para a linha amarela entre o Rato e a Estrela.
Ora, numa obra onde a linha é em túnel, como é caso de boa parte da rede do ML, uma parte significativa dos custos prendem-se precisamente com os trabalhos de abertura dos poços de acesso ao subsolo por onde passam as tuneladoras e à montagem destas máquinas, pelo que, diz a minha lógica merceeirico-financeira, uma obra destas deveria ser feita sempre a pensar em longas distâncias, para minimizar estes custos por km construído. Mas não é isso que se passa. Todas estas extensõe(zinha)s têm, no máximo, cerca de 1000 metros pelo que todo o trabalho de “pôr a andar” a tuneladora não é devidamente aproveitado. É como ir de carro ao fundo da rua só para pôr o lixo (estou a partir do príncipio que a rua é uma rua normal, sem ser uma Estrada de Benfica ou uma Av. Infante D. Henrique). O que se gasta de bateria só para o motor de arranque pôr o carro a funcionar não deve chegar a ser reposto com o que é gerado no alternador durante a viagem!
Mas porque motivo há-de o ML ir gastar rios de dinheiro para andar só mais uns metros? Porque não se fizeram logo estas obras quando se abriram as linhas até onde elas chegam agora? Ainda tenho alguma esperança que no caso da extensão da linha vermelha entre S.Sebastião e Campolide se possa usar a tuneladora que abriu passagem desde a Alameda até S.Sebastião, embora não tenha certeza se nesta altura da obra a mesma ainda lá se encontre, ou se será viável manter uma máquina daquelas “presa” no solo durante tanto tempo.
E é assim que se gasta o dinheiro: para que a rede do ML vá avançando aos soluços, calmamente, sem grande alaridos.
Já agora, como será que o ML vai resolver o problema da falta de material quando abrir a extensão da linha vermelha até S.Sebastião? É que se para essa linha actualmente bastam comboios de 3 carruagens, no futuro é bem possível que isso seja insuficiente. E o material actualmente em funcionamento não chega para tanto: os tempos de intervalo entre comboios que se registam hoje em dia estão aí para provar isso.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Homenagem a quem merece


Ainda há instituições neste país que fazem mexer alguns resquícios de orgulho de ser português que ainda por aqui andam!
Parabéns a todos os elementos que ontem participaram na resolução do caso do assalto à agência do BES de Campolide

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Cobrar a quem viaja de automóvel sózinho! Para quê?

Parece que agora querem (ou vão mesmo) começar a cobrar uma sobretaxa nas portagens a quem viaja sózinho no carro, tudo para reduzir o tráfego automóvel e as emissões de gases para a atmosfera.

Dito assim é muito bonito e até meritório mas, e na prática?

Existem em Portugal transportes públicos que permitam tal coisa?

Se se quiser partilhar o automóvel com outras pessoas, garante-se que o regresso seja feito à mesma hora por todos eles?

Sempre defendi e defendo o uso dos transportes públicos, mas nunca nestas condições. Criem primeiro boas redes de transportes (coisa díficil neste país de anarquia urbanística e pato-bravocracia). Um produto ou serviço, quando é bom, quase nem precisa de publicidade, as pessoas começam a usá-lo e vão passando a palavra aos amigos que, por sua vez, acabam por ficar a pensar se não seria de experimentar um dia and so on and so on...

Medidas destas fazem lembrar os restaurantes das Portas de Santo Antão, onde existe sempre um empregado contratado para estar apenas à porta a chamar os clientes. As pessoas que por lá passam só conseguem pensar (pelo menos eu) que se fosse bom e barato não precisariam de tanta agressividade comercial.

Nesta coisa destas taxas passa-se o mesmo: querem, à viva força, obrigar as pessoas a usar uma rede de transportes deficitária em termos de oferta e completamente desconexa e isso só irá criar mais resistências ao uso dos mesmos e, à primeira oportunidade, um exôdo dos mesmos ainda maior do que ocorre actualmente.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Para que servem as juntas de freguesia?

É assim mesmo. Este post é só isto, só o título (para que servem as juntas de freguesia?). O conteúdo será, espero eu, criado pelos comentários de quem quiser. Dado que são moderados reservo-me o direito de não publicar certo tipo de comentários.
Deixo apenas o motivo deste post: vivo numa freguesia (Beato, concelho de Lisboa) onde a junta nunca fez nada que se visse e, quando há queixas dos fregueses, a resposta é sempre qualquer coisa como "não temos culpa, isso cabe à câmara municipal". Talvez se vivesse noutra freguesia qualquer com uma junta mais activa eu não me questionaria sobre a utilidade ou necessidade da existência das juntas de freguesia.
Fico à espera de que alguém me elucide.