No DN de hoje vem, como não podia deixar de ser, a notícia sobre o trágico acidente de aviação que ontem vitimou 153 pessoas no Aeroporto de Barajas, Madrid.
A reportagem começa com um “Ao menos 153 pessoas morreram”. Ao menos!? Morreram 153 pessoas e o jornalista diz “ao menos”!?
E mais ninguém terá visto isto antes da publicação do jornal? Terá sido erro de quem escreveu e de quem não releu? Ou será que o jornalista quis mesmo dizer aquilo que escreveu? "Ao menos"!?
Pode ser que o jornalista seja um daqueles defensores acérrimos do ambiente e que não olham a meios para reduzir, por exemplo, o excesso populacional no Mundo. Já estou até a imaginar: “O avião escaqueirou-se todo, mas, vá lá, ao menos morreram 153 pessoas!”. O avião foi-se, mas não se perdeu tudo. É esta a ideia que aquele "ao menos" dá a quem lê e foi isto que, aparentemente, o jornalista e o jornal quiseram transmitir.
Será?
Não pode ser.
Mas também para ser um erro é demasiado crasso para se poder desculpar num jornalista (e num jornal como o DN) que, suponho, terá sido formado/treinado não só para escrever, mas principalmente para saber o que escreve. Até eu, que de formação tenho apenas 0s e 1s, sei que aqui dever-se-ia sempre utilizar a contracção da preposição por com o artigo o: pelo. Isto resultaria em “pelo menos”. E este “pelo menos” significa que morreram, com toda a certeza, 153 pessoas, mas que, infelizmente, poderá haver mais.
Agora “Ao menos”!?