terça-feira, 23 de setembro de 2008

Dia europeu com carros

E lá se passou mais um dia europeu sem carros com o que já se esperava.
Pouco depois das 6 da tarde lá cheguei à Baixa para ir à natação e como ainda tinha tempo resolvi ver como paravam as modas e fazer umas compras. No Rossio, Rua do Ouro e Rua da Prata havia pouco trânsito, apesar de eu ter passado a uma hora em que aquelas artérias já estavam abertas ao trânsito geral. Como contra-ponto, e como eu tinha calculado, na Rua dos Fanqueiros era um caos, com o trânsito completamente parado e o ar insuportavelmente poluído (bastante mais que nos dias normais).
Isto no trânsito automóvel, porque no de peões as coisas ainda eram mais extraordinárias, ou talvez não. Tirando os turistas poucas pessoas andavam na Baixa. Nas compras que eu fiz na Pollux deu para ver os efeitos práticos destas medidas. Nunca tinha visto aquela loja com tão pouca gente. Nem foi preciso esperar por elevadores, já que os mesmos estavam parados. Em vários pisos não se via ninguém excepto os funcionários.
No fundo, estas medidas parecem ser feitas à medida dos grandes centros comerciais que existem por todo o lado. Andar a criar gabinetes e equipas de estudo para o problema da Baixa serve para quê, se depois se tomam medidas como a de ontem que são autênticas facadas no coração daquela zona?

domingo, 21 de setembro de 2008

O Dia Europeu sem Carros por partes

Vindo do Site da CMLisboa temos tudo o que se encontra em cor-de-laranja e entre parêntesis, em cor-de-merda e em itálico o que vem da cabeça do fulano que escreve neste blog da treta:

2008-09-19
Dia Europeu Sem Carros
ALTERAÇÕES DE TRÂNSITO

No âmbito da Semana da Mobilidade, a zona da Baixa irá estar encerrada ao trânsito em geral na próxima segunda-feira, dia 22 de Setembro, entre as 8h00 e as 18h00, nos seguintes arruamentos: Praça D. Pedro IV, Rua da Prata e Rua do Ouro até à Rua da Conceição.

As alternativas ao tráfego são:

O tráfego que desce a Av. da Liberdade deverá inverter marcha na Praça dos Restauradores e seguir:

1) Para nascente – pela Rua das Pretas e Campo Mártires da Pátria em direcção ao Martim Moniz – Colina do Castelo e Av. Almirante Reis;
(Uau, e depois? Se quiser ir para Santa Apolónia o que me aconselham? Subir a colina do Castelo, seguir para a Graça, Sapadores e descer até Santa Apolónia? Ou subir a Almirante Reis virar para o Bairro das Colónias e seguir até Sapadores seguindo depois para Santa Apolónia? Ou virar para o lado da Figueira e descer a sempre congestionada Rua dos Fanqueiros?)

2) Para poente – pela Praça da Alegria em direcção à Colina do Bairro Alto – Cais do Sodré e Av. 24 de Julho.
(Perdão? Vão pôr todo o trânsito que circula na Avenida-Restauradores-Rossio e que vai para o lado do C.Sodré a circular pelo P.Real, S.Pedro de Alcântara e Alecrim?!)

O tráfego que desce o Martim Moniz será encaminhado para a Av. Infante D. Henrique pela Rua dos Fanqueiros para nascente, e pela mesma Avenida e Av. Ribeira das Naus, a poente.
(OK, lá está a tal "saída" da Rua dos Fanqueiros!)

O tráfego vindo de poente terá que aceder à zona da Av. da Liberdade pelo Cais do Sodré, Rua do Alecrim, Praça Luís de Camões e Príncipe Real.
(E não é que vão mesmo pôr o trânsito todo por ali? Nem quero imaginar o que vai ser aquele Camões neste dia!)

O tráfego vindo de nascente terá que aceder ao Martim Moniz e à Av. da Liberdade pelas Ruas da Alfândega e da Madalena.
(Ai que lindo. E são duas ruas que têm sempre uma capacidade tão grande de escoamento de tráfego!)

Os Transportes Públicos e autocarros de turismo irão manter a sua circulação nas ruas vedadas ao automóvel particular.
(Só faltava que fosse o contrário! Seja como for, com a confusão que vai haver nas ruas circundantes...)

O acesso às garagens e parques de estacionamento, bem como a circulação de veículos prioritários serão assegurados.
(Óptimo, assim garantem que os veículos dos senhores vereadores possam ir directamente da Avenida da Liberdade para os Paços do Concelho!)

E se fossem para a ... que os fez dar à luz?

sábado, 20 de setembro de 2008

A Carris no seu melhor! (tenho que começar a arranjar mais imaginação para estes títulos)

Mais uma para a lista da Carris.

Ontem, pelas 20:15 lá estava eu na paragem da Praça do Comércio numa vã esperança que aparecesse o 781 quando aparece um 759 (ao fim de quase 10 minutos de espera decidi-me ir naquele autocarro "já com cheiro" - se não apanharam a piada vejam isto). O tripulante era, como não podia deixar de ser nos tempos que correm, mais uma carinha laroca. Na paragem havia muita gente, fruto do enorme tempo de espera a que o pessoal desta zona se sujeita sempre (como a Carris insiste em afirmar que agora está tudo muito melhor, deduzo que os tempos de espera longos sejam uma excepção em toda a rede). Uma dessas pessoas era amblíope (pelo menos pareceu-me). O autocarro pára, não sei se propositadamente ou se apenas por acaso, mesmo em frente a essa pessoa. Os grunhos (existem e são muitos no 759) entraram logo de rompante à frente dessa pessoa. Ela lá entra e tenta fazer aquilo que muitos dos que vêem e andam naquela carreira de m3rd@ raramente fazem: validar o título de transporte. Eu e outro passageiro tentamos ajudá-la. Entretanto forma-se um amontoado de passageiros atrás de nós. A carinha laroca e um outro funcionário da Carris que entretanto entrou no autocarro nada fazem para ajudar o passageiro. Ao fim de alguns segundos a carinha laroca atira num tom rude e bem a despropósito um "VAI FECHAR". Lá nos arranjamos o melhor que pudemos para que o imbecil do tripulante fechasse a porcaria da porta (se ia atrasado nós seremos, com toda a certeza, os menos culpados). Finalmente lá se conseguiu fazer com que a maquineta lê-se o raio do passe ou bilhete. Isto sempre com a ajuda dos outros passageiros porque tanto a carinha laroca como o "boleias" nunca se deram ao trabalho de fazer o que quer que fosse para ajudar aquele passageiro com e em dificuldades.
O autocarro chega a Santa Apolónia. O passageiro amblíope vai sair e fá-lo pela porta da frente (sempre é mais fácil para eles do que sair pela porta de trás). Primeira fase da operação: dar com a porta da frente. A carinha laroca deixou-se ficar impávido e sereno sem abrir a boca, nem que fosse para avisar os passageiros que estavam na paragem para aguardar um pouco. O "boleias" deixou-se estar encostado com as mãos literalmente nos bolsos ("tocar em passageiros, ai que nojo"). O passageiro lá conseguiu descobrir o sítio certo da porta, mas só com a ajuda dos passageiros que entretanto tinham entrado.
E é assim a história.
Nos entretantos a Carris continua alegre e imbecilmente a afirmar que as coisas são uma maravilha e que em inquéritos de satisfação toda a gente está muito feliz, não só com o serviço, mas também com os tripulantes (provavelmente para justificar a "renovação" de pessoal). Quanto a mim...

Como complemento coloco parte da notícia do Correio da Manhã que me levou à piada do "com cheiro", não vá aquilo deixar de estar disponível no futuro. Reza assim:
A Carris vai investir cerca de cem mil euros numa campanha multi-sensorial, que se traduz por autocarros com cheiro a manjerico, limão e brisa do mar, música ambiente e uma textura resistente em todos os assentos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

12+1=3

Sim, é mesmo isso, não foi “erro de teclado”. Eu escrevi mesmo (agora por extenso para que não restem dúvidas) doze mais um igual a três.
Esta aritmética “progressista” vem na edição de hoje do Diário de Notícias numa notícia relativa à detenção de 12 indíviduos na Póvoa do Lanhoso por estarem a jogar às cartas a dinheiro e de um “terceiro” por estar a assistir.
Se não acreditam vejam aqui o que foi escrito. O parágrafo é:
A GNR da Póvoa de Lanhoso deteve 12 homens, entre os 35 e os 55 anos, que estariam alegadamente a jogar cartas a dinheiro e um terceiro indivíduo que estava a presenciar o crime, num bar daquele concelho do distrito de Braga. Os indivíduos foram ontem presentes ao tribunal local. Na altura da detenção, sábado à noite, os militares apreenderam mais de dois mil euros e diverso material relacionado com a prática do crime.
Mais uma vez não deve haver ninguém para reler o que se escreve!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Coisas

Um homem condenado a pena de prisão por furto, foge da mesma. Esse homem rouba um carro de uma empresa, mas acaba por se despistar. Esse carro é avistado por um funcionário da empresa proprietária que chama a GNR. A GNR chega ao local, faz algumas buscas e acaba por apanhar o homem, que, caso não se lembrem, estava preso por roubo, fugiu da prisão e roubou um automóvel. O homem vai a tribunal e o juíz manda-o em liberdade porque, depois de se ter evadido da prisão, ninguém se lembrou de emitir um mandato de captura!
Dois homens tratam de negócios relativos a vendas de propriedades e desentendem-se quanto ao pagamento, com um a acusar o outro de não ter sido paga uma determinada quantia. O caso passa para a esquadra da PSP onde o suposto lesado pretende apresentar queixa contra o suposto faltoso. O suposto faltoso entra na esquadra nesse mesmo momento e atinge o queixoso com 4 dos 5 tiros que dispara, tendo sido imediatamente preso. O queixoso está em estado crítico no hospital. O atirador é levado a tribunal e o juíz manda-o em liberdade, com termo de identidade e residência e com a obrigatoriedade de se apresentar semanalmente na esquadra da PSP (curiosamente o local do crime) e tudo isto porque o juíz considerou que o atirador não tem cadastro, estava a ser ameaçado e perseguido e agiu emocionalmente.
Entretanto os juízes continuam-se a queixar de que são mal vistos pela sociedade.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Viagem em Lisboa


Pois, como contraponto à "Viagem a Budapeste" vem esta "Viagem em Lisboa". O seu conteúdo consiste na transcrição de uma notícia (seguindo a nomenclatura usada pela Carris) relativa ao serviço de autocarros para o concerto da Madonna. Os tempos de passagem das carreiras são maravilhosos! E estes tipos ainda têm a lata de responder a quem reclama que "agora está muito melhor". Fiquem então com A NOTÍCIA (retirada daqui):

2008-09-10
Serviços CARRIS para o concerto MadonnaPara chegar utilize as carreiras regulares:

Com paragem na BELA VISTA (5 min.):

755
Sete Rios, Cidade Universitária, Alvalade, Belavista, Chelas (ISEL), Poço Bispo
Tempo passagem 22 min

793
Estação Roma-Areeiro, Areeiro, Olaias, Belavista, Bairro Madre Deus, Marvila
Tempo passagem 23 min

794
Santos, Pr. Comércio, Est. Sta. Apolónia, Xabregas, Belavista, Chelas (ISEL), Estação Oriente
Tempo passagem 22 min


Com paragem no cruzamento AV. GAGO COUTINHO / EUA (10 min.):

17
Pr. Chile, Alameda, Areeiro, Gago Coutinho, Av. Brasil, Charneca, Galinheiras, Fetais
Tempo passagem 18 min

21
Saldanha, Entrecampos, Alvalade, Gago Coutinho, Pr. Aeroporto, Olivais, Moscavide
Tempo passagem 21 min

22
M. Pombal, Estefânia, Arco Cego, Areeiro, Gago Coutinho, Pr. Aeroporto, Aeroporto, Encarnação, Portela
Tempo passagem 28 min

49
Saldanha, Av. Estados Unidos América/Gago Coutinho, Chelas (ISEL)
Tempo passagem 25 min.

708
Martim Moniz, Pr. Chile, Alameda, Areeiro, Gago Coutinho, Pr. Aeroporto, Olivais, Estação Oriente e Parque Nações (norte)
Tempo passagem 22 min

727
Restelo, Belém, Calvário, Santos, Rato, M. Pombal, Saldanha, Entrecampos, Av. Estados Unidos América, Est. Roma-Areeiro
Tempo passagem 20 min


Com paragem na PÇ. DO AREEIRO (15 min.):

35
Cais Sodré, Pr. Comércio, S. Apolónia, Sapadores, Pr. Chile, Alameda, Areeiro, Alvalade, Hospital S. Maria
Tempo passagem 18 min

56
Junqueira, Calvário, Alcântara, Pr. Espanha, Campo Pequeno, Areeiro, Olaias
Tempo passagem 22 min

60
Ajuda, Boa-Hora, Calvário, Alcântara, Santos, Pr. Comércio, Pr. Figueira, Estefânia, Arco Cego, Areeiro, Olaias
Tempo passagem 20 min

720
Calvário, Estrela, Rato, M. Pombal, Estefânia, Arco Cego, Alameda, Areeiro, Picheleira
Tempo passagem 20 min


Com paragem na Rot. do Aeroporto (15 min.):

31
Sete Rios, Pr. Aeroporto, Olivais, Moscavide
Tempo passagem 20 min

44
M. Pombal, Saldanha, Entrecampos, Alvalade, Pr. Aeroporto, Aeroporto, Oriente, Moscavide
Tempo passagem 21 min

745
Est. Sta. Apolónia, Rossio, M. Pombal, Saldanha, Entrecampos, Pr. Aeroporto, Aeroporto, Encarnação, Prior Velho
Tempo passagem 15 min

750
Algés, Parque Campismo, Benfica, Campo Grande, Pr. Aeroporto, Oriente
Tempo passagem 15 min

Para sair utilize as carreiras especiais. - As carreiras especiais têm partida da Rua Pedro Cruz (perto da saída do recinto).

CARREIRA A - Serve os principais pontos do centro da cidade: Entrecampos, Marquês de Pombal, Estrela, Alcântara e Belém, Belavista, Av. Dr. Arlindo Vicente, Av. José Régio, Av. Gago Coutinho, Av. Estados Unidos da América, Entrecampos, Saldanha, Pr. Marquês Pombal, Largo do Rato, Estrela, Av. Infante Santo, Calvário e Belém (palácio)

CARREIRA “SHUTTLE ORIENTE” - Faz a ligação directa à Estação do Oriente, após o fecho da rede de metropolitano. Belavista, Av. Dr. Arlindo Vicente, Av. José Régio, Av. Gago Coutinho, Pr. Aeroporto, Av. Marechal Gomes da Costa, Av. Berlim e Estação Oriente

TARIFÁRIO CARREIRAS ESPECIAIS: Nestas Carreiras não serão aceites PASSES. Deverá ser adquirido a Tarifa de Bordo junto do motorista ou poderá utilizar o seu Cartão 7 Colinas ou Viva Viagens devidamente carregado com viagens válidas na CARRIS.

Pode ainda utilizar todas as Carreiras da Rede da Madrugada da Carris (até às 5h30m).

A Carreira 208 (Sentido Cais Sodré) irá ser reforçada.

Em termos de serviço regular, iremos reforçar a Carreira 794 (sentido Oriente).

As Carreiras da Rede da Madrugado e serviço regular são abrangidos pelo sistema tarifário habitual.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Viagem a Budapeste


No mês passado fui passar uns dias a Budapeste em viagem de lazer (com ‘z’ e não com ‘s’ como vejo muitas vezes). Fiquei numa casa emprestada situada a alguns kms do centro da cidade o que implicava uma viagem de cerca de 30 minutos em transportes. Felizmente que não estava em Lisboa!
Começo por apresentar os transportes públicos de Budapeste. Existe uma única empresa, a BKV, que gere o metro, rede de eléctricos, rede de autocarros e rede de trolleis. Para além desta existe uma outra empresa que, creio eu, será subsidiária da primeira (a HÉV) que detém algumas linhas de comboios suburbanos. Para além destas linhas a empresa nacional MAV (equivalente à CP) tem mais algumas ligações deste género a partir de Budapeste (embora com percursos maiores). Para se usar tudo isto (excepto os serviços da MAV) basta um único bilhete de dia ou passe de uma semana. No caso dos comboios suburbanos da HÉV os títulos de transporte indicados anteriormente apenas são válidos nos percursos intra-muros (é o equivalente ao antigo L dar para viajar na CP entre Algés e C.Sodré, por exemplo), sendo necessário pagar um prolongamento de percurso para viagens para fora de Budapeste
Em termos de organização de toda esta rede as coisas passam-se de uma forma bem estudada e cuidada, existindo 3 níveis de transportes: num primeiro nível encontra-se o metro, com as suas paragens bem espaçadas, permitindo um serviço rápido (tipo expresso) desde as zonas limítrofes da cidade até ao centro; num segundo temos os eléctricos que têm paragens relativamente espaçadas, mas muito mais frequentes que no metro, e que acabam por fazer um serviço de metropolitano de superfície ligeiro; por último temos os autocarros e trolleis que fazem serviços mais localizados, com muito mais paragens que nos outros dois níveis, e que permitem ligações entre as zonas não servidas pelo metro e/ou eléctrico e estes 2 transportes.
Com este sistema não existem problemas nem preconceitos quanto à “sobreposição” quer de meios quer de carreiras, havendo corredores onde os 3 níveis convivem salutarmente, sendo aí possível verificar muito bem a estratificação por mim descrita relativamente ao número de paragens.
O material é, geralmente, antiquado, raramente existindo pisos rebaixados ou ares condicionados, sendo a maioria dos autocarros e trolleis Ikarus (a dar um ar ainda de Bloco de Leste à cidade) e todas as composições do metropolitano (excepto na linha 1, por motivos históricos e técnicos) de fabrico soviético, idênticas às do metro de Moscovo, e com direito a placa de construtor em cirílico, onde apenas se percebe o famoso “CCCP”. O barulhinho destas unidades é algo nostálgico pois lembra o som das defuntas ML-7 do Metro de Lisboa!
Outra coisa interessante era o pessoal: aparentemente a idade não é impeditivo de se ter um bom serviço! Havia tripulantes de todas as idades!
Como ia com os meus sobrinhos deu para ver que o povo húngaro tem muito mais educação cívica que o português, havendo sempre quem se levantasse para que as crianças se sentassem (mesmo quando estas teimavam que queriam ir de pé e aos tombos!).
As minhas deambulações diárias iniciavam-se a 2 quarteirões de distância da casa onde fiquei, numa paragem das carreiras de autocarros 66 e 123, as quais me levavam a um terminal de transportes onde apanhava a linha 3 do metro que, por sua vez, me levava ao centro da cidade. Para além deste percurso “obrigatório” fiz muitas outras viagens noutros percursos.
Em nenhuma das vezes estive mais de 10 minutos à espera de transporte e na única vez que estive esse tempo tal deveu-se à hora “tardia” (20:00, o que para os parâmetros de Budapeste corresponde às 21 ou mesmo 22 de cá) e mesmo aí foi por ter perdido um eléctrico (ainda o vi a sair da paragem).
Volto para Lisboa e caio na realidade tuga. Autocarros modernaços conduzidos por carinhas larocas, uma rede de eléctricos para turista consumir, um metropolitano cheio de arte, mas poucos comboios e uma rede de comboios suburbanos com uma linha de cintura que é percorrida na totalidade apenas aos dias de semana e apenas por um comboio por sentido de 30 em 30 minutos. A única coisa que existe em quantidade são os títulos de transporte e as empresas que gerem (?) tudo isto!
Depois do regresso já andei de autocarro umas 4 ou 5 vezes (uma monstruosidade para os meus actuais parâmetros) e lá estive sempre mais de 10 minutos parado em paragens à espera. Lá vi terminais estupidamente pensados e planeados, como o do C.Sodré, onde carreiras como a 781 e a 782, que têm boa parte do percurso em comum, têm as paragens numa tal disposição que acabam por ficar com as paragens do terminal em dois extremos com uma outra paragem pelo meio (só usada pelo 28 no serviço nocturno). Para compensar, carreiras que nada têm a ver (em termos de percursos) são até capazes de partilhar as paragens. Lá senti as agruras de quem vem da Linha de Cintura e tem que se deslocar para a de Cascais em Alcântara, agora com a ligação ainda pior que antes, já que estão a desmantelar a passadeira que ligava essas duas linhas.
E “cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas” e com o Terreiro do Paço a fechar aos Domingos para que “as pessoas andem de transportes” que por acaso até nem existem, mas que, quando os há, circulam forrados de cartazes a auto-elogiarem-se (tal como os sites, principalmente o da Carris).
Maldita decisão que eu tomei há 9 anos quando deixei de conduzir por não gostar de o fazer.
Já agora, faz hoje 2 anos que a diarreia resultou na 1ª fase da Rede 7 da Carris!