quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Previsão para 2010

Para 2010 o Iberista prevê que a música "I gotta feeling" dos Black Eyed Peas ainda vai pôr todos os portugueses a desejar ouvir de forma ininterrupta e durante 15 dias o jingle do Pingo Doce.
Mas cantado pelo Sr. António Melo de Sousa e Silva.
É lógico, pá!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

50 anos do Metro de Lisboa

Foi há 50 anos que pela primeira vez o Metro de Lisboa circulou comercialmente, na sua famosa linha em 'Y' dos Restauradores à Rotunda (actualmente Marquês de Pombal) bifurcando aí para Sete Rios (a actual Jardim Zoológico) e Entrecampos.
Este 'Y' fazia parte do 1ª escalão da 1ª fase da rede do Metro lisboeta, fase essa dividida por mais dois escalões, sendo que desses dois escalões apenas o 2º foi sendo concretizado ao longo dos 13 anos, tendo sido concluído já em 1972, quando os carris chegaram finalmente a Alvalade.
O 3º escalão dessa primeira fase nunca viu (nem nunca verá) a luz do dia (mesmo sendo em túnel): consistia numa linha paralela à margem do Tejo de Alcântara à Madre de Deus. Para além dos terminais teria estações na Rocha (para servir a estação marítima? Provavelmente), Santos, Conde Barão, Cais do Sodré, Munícipio, Rossio (ligação á linha do 1 e 2º escalões), Madalena, Alfândega, Santa Apolónia e Barbadinhos.
Em fases seguintes a rede expandir-se ia para norte, a partir de Sete Rios e de Entrecampos, para leste, em direcção aos Olivais, a partir da Madre de Deus e ganharia ainda uma terceira linha, a fazer lembrar uma outra anunciada há poucos anos - a das Colinas - que partiria da Madre Deus, cruzaria o 'Y' nos Anjos e na Rotunda, seguiria para o Rato e curvaria em direcção ao rio, ligando-se novamente á linha marginal no Conde Barão. No plano não eram indicadas outras estações intermédias.
A tal linha do 3º escalão não deixa de ser curiosa pelas suas características, mas também pela imagem que nos dá da cidade de Lisboa de há 50 anos. Hoje em dia quem se lembraria de fazer uma linha de metro com estações no Conde Barão ou nos Barbadinhos? Há 50 anos estas eram zonas bastante populosas (principalmente o Conde Barão), situação que nada tem a ver com o que por lá se passa actualmente.
Também é notória a prática, comum nos primeiros 30 anos do Metro, de não haver ligação entre os vários meios de transporte. A nascente da Praça do Comércio/Baixa, a linha tinha uma estação na Madalena (onde ficaria? Junto à Rua da Alfândega, numa posição similar à do lado poente, no Munícipio?), mas não tinha nenhuma junto à Estação do Sul e Sueste (nem sequer passava lá perto). Aparentemente era mais importante dar ligação aos navios que vinham de terras distantes (na Rocha) do que aos da CP que faziam ligação aos comboios que serviam todo o Alentejo (excepto parte do distrito de Portalegre) e Algarve.
E, claro, que a seguir podemos entrar no campo da "ficção urbana". Como se teria desenvolvido a cidade se essa tal linha tivesse avançado? Toda a linha servia zonas que estão actualmente moribundas e à espera da concretização dos muitos planos de desenvolvimento urbano impostos pela CMLisboa, os quais nem fazem nem deixam fazer.
Num dos troços que acabou por ser construído, mas já noutros contexto e linha, a estação "Município" acabou por ser deslocada mais para norte, ficando no centro da Baixa e com ligação via escadas rolantes ao Chiado.
Para o outro lado também o Metro acabou por chegar a Santa Apolónia, mas, tal como aconteceu com a ligação ao Cais do Sodré, em condições completamente diferentes daquelas que os primeiros projectos previam. A estação "Madalena" acabou por ficar mais a sul, junto ao rio, mas sem fazer, para já, uma boa ligação à Estação do Sul e Sueste, também ela num estado lastimável, e a da Alfândega nunca apareceu (curiosamente no projecto inicial da actual linha para Santa Apolónia chegou a estar prevista uma estação intermédia entre esta e o Terreiro do Paço).
Os Olivais, que segundo este planos seriam servidos mais tarde por esta linha, acabaram por ser servidos, tangencialmente, a partir de 1998, mas por uma linha que nem sequer era sonhada nos sonhos mais bizarros dos primeiros planeadores.
E era esta a grande rede prevista pelo Metro de Lisboa para a cidade no final da década de 1950, início da de 1960.
Como teria sido o desenvolvimento da cidade se ela se tivesse concretizado?

sábado, 26 de dezembro de 2009

Feriados

Desde ontem que tenho ouvido na TV e na Rádio (e hoje nos jornais) que temos feriados a mais (história recorrente) e que fazemos muitas pontes e que tudo isso é mau numa altura de crise como a actual.
Questões:
  1. Se os feriados são maus para a economia nacional, porque os trabalhadores deixam de trabalhar, então por que raio nos últimos tempos só se houve falar de lay offs?
  2. O facto de os trabalhadores fazerem pontes afecta as empresas de que modo? Eu já fiz ponte muitas vezes, mas sempre usando o direito de gozar dias de férias. Significa isto que ao não ir trabalhar naquele dia específico passei a ir noutro dia qualquer do ano, no qual eu poderia ter metido o tal dia de férias. Afinal, qual é o problema?
São os dirigentes empresariais que temos! Infelizmente.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Outra vez o mesmo conto de Natal

Há cerca de um ano escrevi sobre a iluminação urbana da zona onde moro e das suas particularidades nesta altura do ano. Como estou preguiçoso, limito-me a dizer que este ano não há luzes de Natal na Rua de Xabregas, mas o resto está como eu descrevi no dia 18 de Dezembro de 2008.
Feliz Natal para todos!

domingo, 20 de dezembro de 2009

sábado, 19 de dezembro de 2009

Eco-baralhado

Li agora no DN algumas sugestões da Quercus para um Natal mais "verde". Fiquei foi baralhado por uma delas, que consiste em usar como árvore de Natal uma árvore natural envasada.
Há uns anos (quase) toda a gente mudou para as artificiais pela mesma razão que agora se pede para se usarem árvores naturais envasadas: ter um ambiente mais saudável.
Presumo que as árvores sejam envasadas para que possam ser plantadas depois do dia 6 de Janeiro o que, a meu ver, tornará a coisa ainda mais "verde", principalmente quando todos aderirmos a esta nova eco-modalidade e no dia 7 de Janeiro de cada ano formos entupir as estradas de Monsanto (ou similares) para plantar as árvores! Sim, porque dúvido que alguém vá com árvore a pé, de transportes públicos ou de bicicleta!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Cagaço

A terra tremeu, assim como a minha cama e eu acordei. Ainda tive tempo de ouvir um "ronco" ténue vindo não se sabe de onde e o barulho do móvel a estremecer. Depois tive dificuldade em voltar a dormir. Aproveitei para ouvir as notícias na rádio às 2:00, 20 minutos depois.
Hoje ao serão, ao arrumar algumas coisas bati no tal móvel, que estremeceu com o impacto. Nem imaginam o arrepio que me passou pela espinha ao ouvir aquele som! :(

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Previsão meteorológica

Estava hoje de manhã cedo a tomar o pequeno-almoço enquanto ouvia o noticiário da TSF. Chegado ao fim e depois de terem estado algum tempo a falar da bola, a emissão muda para o locutor de serviço que informa que "em Berlim estão dois graus negativos", seguindo-se a mesma informação para Lisboa, Porto e Faro. Berlim!? Só depois é que associei aquela informação ao que tinham estado a dizer antes, sobre a bola, altura em que eu não liguei muito ou mesmo nada ao que ouvia.
Nos 20/25 minutos de caminho até ao comboio, e enquanto me tentava abrigar do vento cortante que me batia na cara, fiquei a pensar naquela informação e, principalmente, na forma como a mesma é transmitida. E comecei a pensar que já há muitos anos, desde o aparecimento das TVs privadas e das suas "boas abertas", que em Portugal não se tem informação meteorológica de qualidade, salvo durante a manhã e ao fim da tarde na RTP1. Nas rádios passa-se o mesmo. Por exemplo, na TSF a informação meteorológica é dada, geralmente, a grande velocidade e ainda com uma músiquinha de fundo que não serve para nada a não ser dispersar a atenção do ouvinte (porque será que não usam o mesmo sistema quando falam de futebol?).
Felizmente para mim que existe a internet onde através do INM fico a saber sempre qual a previsão do tempo para os próximos dias e, se o quiser, o porquê do tempo ir estar assim ou assado. E quem diz a informação sobre as previsões do tempo, diz sobre tudo o resto. Na internet posso ter acesso às notícias que realmente interessam filtrando toda a papagueada futebolística, a relevante notícia sobre o maior mastro de bandeira do Mundo ou a pertinente novela do padre que fugiu com a paroquiana (refiro-me à paroquiana boazona, não é à velha que se senta todos os Domingos na primeira fila do lado esquerdo).
Assim vai o Mundo da informação.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Há dias em que ficamos lamechas


Hoje resolvi suportar o trabalho ouvindo Xutos. Não peguei nos últimos discos, mas sim no (já?) velhinho "88". Costumo ouvi-lo apenas escutando-o e saboreando-o, mas hoje, vá-se lá saber porquê, vieram-me ao de cima todas as recordações que aquele som me traz, daquele período da vida em que as preocupações ainda não existem, mas nós nem nos apercebemos disso.
Pena o tempo (e principalmente nós) não poder voltar para trás!

domingo, 13 de dezembro de 2009

A sociedade em que vivemos

Este fim-de-semana foi, para mim, rico em "experiências sociais"!
Ontem fui à Baixa de autocarro e como senti que estava com frio e a janela ao lado do lugar onde me sentei estava aberta fechei-a. No banco atrás de mim ia um jovem daqueles que agora se usam, a fazer cara de imbecil para parecer aos outros que é mau como as cobras e que se pôs com apartes dizendo, "estás armado em parvo, a fechar a janela por isso agora vou-te chatear até sair". E assim foi a viagem toda. Quando me levantei para sair o jovem lá abre a janela e pôs-se, em voz alta para que todo o autocarro o ouvisse, a mandar-me para aquilo que ele nem deve saber usar. Limitei-me a virar para ele e fazer-lhe o gesto de silêncio. Lá ficou a oferecer-me porrada, única coisa que ele, coitado, deve poder oferecer nesta época de dádivas.
Hoje recebemos um telefonema que começou logo com um "de onde fala?". "É de Xabregas", respondeu-se de cá. "Deseja falar para onde?", continuamos. "Se não é para onde eu quero falar para que é que lhe vou dizer isso?". E desligou.
Sociologicamente estes dois casos, tão banais quanto os interlocutores com que tive que gramar, revelam o caos a que as relações inter-pessoais chegaram em Portugal. Não se conhecem ou se usam as mais básicas regras de educação, as quais são, a meu ver, a base de qualquer civilização que se preze. Mas revelam também o estado de boa parte das famílias portuguesas, que tirando fabricar rebentos, pouco ou mesmo nada fazem pelas crias que vão parindo ficando, assim, estas pobres personagens numa situação em que pensam que o mundo está todo contra elas, quando, na realidade, elas é que vivem de costas para o mundo.
Assim iremos longe!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Baixa cortada

Assisti hoje, ao fim do dia, às consequências práticas do actual esquema viário da Baixa lisboeta.
No último quarteirão da Rua dos Fanqueiros uma carrinha de valores não respeitou a cedência de prioridade a dar ao eléctrico e o resultado foi a rua ter ficado cortada naquele ponto. Como actualmente não há passagem para a Infante D. Henrique sem ser ou por ali ou desrespeitando todo o código da estrada, dezenas de automobilistas ficaram presos naquela armadilha sem escapatória, o que originou um belo efeito de bola de neve, com a Rua dos Fanqueiros a ficar completamente bloqueada, a qual, por sua vez, bloqueou a Rua do Comércio, que veio a bloquear a Madelena e esta a Rua da Alfândega. Do outro lado, também a Rua de São Julião parou, indo bloquear a Rua da Prata e, mais adiante, a Rua do Ouro, a qual, por sua vez, bloqueou a da Conceição.
É bonito o novo sistema viário da Baixa Lisboeta, não é?

Qual o caminho?

Depois de ter ouvido hoje na rádio o que o Vara disse ontem na RTP (sim, porque ontem não estive para estar a ouvir a Grande Entrevista na RTP), fiquei com vontade de vos avisar: quando não souberem o caminho para a EDP (ou outra) perguntem logo ao porteiro do banco, porque se o fizerem ao administrador arriscam-se a ficar numa carga de trabalhos (vocês e o administrador) e ainda se sentiriam tentados a dar-lhe uma caixa de robalos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Definição

Inquérito imparcial é termos que responder a um com alguém ao lado a ditar as respostas que devemos dar!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O minutinho verde (opus 250)

Feriado nacional, manhã passada em casa e lá vi o Minuto Verde. Hoje a sugestão é fazermos a ceia de Natal apenas com produtos biológicos. Ao preço a que estes produtos "bio-amigos-de-tudo" estão se seguissemos este conselho seria caso para dizermos "trabalho para comer".
O "opus 250" vem do facto deste ser duocentésimo quinquagésimo post.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Crise na publicidade

A publicidade está em crise. Mas não é económica, é mesmo de ideias.
Desde os novos anúncios do Pingo Doce, da Popota (neste nem sei ao certo o que está a ser publicitado), passando pelo Sapo com a vozinha irritante e pelo do Axe com um boneco de chocolate, o resultado de todos eles não é cativar-me, mas, pelo contrário, afugentar-me!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Só sabem de política

Belém, cerimónia de entrada em vigor do Tratado de Lisboa. No sistema sonoro alguém coloca Rodrigo Leão. Diz o comentador da SIC Notícias:
- Já se ouve o Hino "da" Alegria.
É o que dá só ligarem aquele cinzentismo que é o mundo da política!
(já agora, o Hino ou Ode à Alegria é o nome do poema que é cantado no quarto andamento da 9ª. Sinfonia de Beethoven que, caso não saibam, foi quem compôs a dita sinfonia).

sábado, 28 de novembro de 2009

A frase



É das melhores coisas que tenho ouvido nos últimos tempos:

Como eles [os factos] não aconteceram, não há provas que provem que eles aconteceram.
Armando Vara, à saída do Tribunal de Aveiro

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Quotidiano


No último post, sobre as memórias eléctricas, falei daquele par de carris que ficou teimosamente na Praça David Leandro Silva. Como podem ver na foto (que aqui repito) o piso tinha abatido, tendo ficado os carris uns centímetros mais acima que o resto, formando aquela cova entre os carris e que é bem vísivel na foto.
Pois esta semana alguém se lembrou finalmente de  resolver o problema, mas o resultado é, de uma forma optimista, hilariante.
Para começar não sei que tipo de asfalto usaram, mas a verdade é que toda a praça está agora cheia de gravilha preta que se tem vindo a soltar daquele "tapa-buraco" (e de um outro ali perto, mas não visível na foto).
Depois vem o esmero com que a obra foi feita: é que quem a fez deu-se ao trabalho de não só não tapar o carril como até de limpar a calha, não vá algum eléctrico fantasma querer passar por ali um dia destes!
Coisas do quotidiano lisboeta!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Memórias Eléctricas



O que resta da raquete do Poço do Bispo - Pr. David Leandro Silva, Verão de 2009
As memórias eléctricas... São aquelas memórias que eu tenho das várias carreiras de eléctricos que usei/usava de e para casa. Eram elas o 3, com os seus carros-salão (os eléctricos grandes), o 16 sempre (geralmente, para ser mais correcto) acompanhado do seu atrelado e o 27, pequeno no tamanho (dos carros, entenda-se), grande no serviço - até que o autocarro 18 voltou a passar na Afonso III.
Eram elas as carreiras da linha do Poço do Bispo e antes que comecem a dizer "ai e tal, o 3 só foi até lá depois de 1975" ou "antes havia o 9" defendo-me dizendo que estas são aquelas de que me lembro e que usei!
Do 3, que ia para o Arco do Cego, via Baixa, recordo-me, curiosamente, de dois estoiros da "breca" (o nome pelo qual eram conhecidos os disjuntores, corruptela do break inglês). Um desses estoiros foi na Rua da Madre Deus, a descer em direcção a Xabregas. O guarda-freio resolveu meter os pontos todos do controller e deixa-se ir, assim, descida abaixo. Como seria de esperar, os motores não gostaram de tanto "alimento" e não foram de modas: "breca" a saltar acompanhada de todas as velhinhas que iam dentro daquele carro. O segundo episódio foi na Rua da Prata, ia eu com a minha irmã. O eléctrico entra nessa rua vindo da R. da Alfândega e para no primeiro semáforo. Quando arranca apanha os sinais todos abertos e, depois de passar pelo cruzamento da R. da Conceição, vai de meter os pontos todos e subir a R. da Prata "a 9". Começo a ouvir o zumbido típico de motor eléctrico em sobretensão e só tenho tempo de dizer para a minha irmã "tapa os ouvidos". Acho que nem cheguei a acabar a frase. O disjuntor disparou e a minha irmã vira-se para mim, ainda mal-refeita do susto e pergunta-me "como é que sabias?"!
O 16, de Algés e mais tarde de Belém, era mais suave e tranquilo. Até pouco antes de passar a regime de agente único era feito quase exclusivamente por carros ligeiros com reboque, pelo que aventuras destas, com eléctricos a "ir a 9" nunca aconteciam por lá. Por isso, histórias com o 16 lembro-me de poucas, mas uma das que me lembro melhor foi a de uma correria com um amigo meu atrás de um na Rua da Alfândega. Começamos a correr atrás do eléctrico perto da R. dos Fanqueiros, na esperança de que o trânsito nos ajudasse a apanhar o eléctrico. Sempre que estavamos quase a passá-lo o trânsito avançava e nós ficavamos para trás. Deu luta, mas por fim conseguimos chegar à paragem ao mesmo tempo do eléctrico. Ao entrar eu ainda disse "só faltava agora era que ele ficasse nos Caminhos-de-ferro" (já estavamos na era do agente único e aquele era um carro bidireccional). Dito e feito: chegados aos Caminhos-de-ferro o eléctrico ficou vazio e o guarda-freio manda-nos sair, com aqueles modos simpáticos dos anos '80 do século que passou, principalmente quando os interlocutores eram putos imberbes! O resto do caminho até Xabregas foi feito a pé.
Com o 27, o eléctrico de Campolide, via Pr.Chile e Av. Novas, a história já mete mais respeito. Num dia de muita chuva, e depois de uma vagarosa e cautelosa descida da Afonso III, o eléctrico chegou finalmente ao cruzamento da Madre Deus. A quantidade de água e de pedras em cima da via impediam que o guarda-freio visse para onde estava feita a agulha pelo que optou por fazê-la manualmente. Feita a agulha e encharcado o guarda-freio, reiniciamos a viagem. O eléctrico passou pela agulha e nisto sentiu-se um solavanco, com o eléctrico a subir e de seguida a descer ficando, miraculosamente, encarrilado, mas virado para a Cç Cruz da Pedra, em direcção a Santa Apolónia! Marcha atrás e nova tentativa de fazer a agulha. Novo avanço e resultado idêntico. Só à 3ª ou 4ª e com o guarda-freio a pingar é que finalmente aquela lanceta ficou virada para o sítio certo! A quantidade de areia e pedras que se juntaram não permitiam que a agulha funcionasse em pleno o que fazia com que o eléctrico teima-se em seguir em frente. Nunca percebi como conseguimos passar em todas as tentativas sem descarrilar!
E porque me lembrei de tudo isto hoje? É simples: faz hoje 18 anos que circularam pela última vez eléctricos até ao Poço do Bispo. Foram os da carreira 3, pois, nessa altura o 16 já só funcionava aos dias úteis e por isso o último tinha circulado no dia 15, sexta-feira. Quanto ao 27, este havia terminado cerca de 15 meses antes, em Agosto de 1990.
No dia seguinte, dia  18, entrou ao serviço a carreira 105 de autocarros do Martim Moniz até ao Poço do Bispo (uma versão reduzida do 3) e a 13A (também de autocarros) foi renumerada para 104 e "esticada" a Santos (ficando numa versão reduzida num extremo e desviada no outro do eléctrico 16).  Tudo isto no dia em que a linha completaria os 90 anos de vida! Quanto ao 27,  tinha sido substituido por mais uma chapa no autocarro 18 em Agosto do ano anterior.
Das carreiras de autocarros que as substituiram, apenas resta o 104 transformado pela Rede 7 em 794 e o 18 (718 na Rede 7), que continua a seguir, sensivelmente, o mesmo percurso do 27 entre o Poço do Bispo e Campolide. O 105 morreu de morte "matada" (e não "morrida") quando se fez a primeira fase da Rede 7, em Setembro de 2006, alegadamente por falta de procura, não chegando a completar os 15 anos de existência.
Actualmente de toda a linha restam apenas os carris entre a Rua da Alfândega e a Estação de Santa Apolónia, a maioria dos quais enterrados em alcatrão, e o pequeno troço que se vê na imagem, situado no extremo da raquete do Poço do Bispo, autêntico monumento à linha que em tempos serviu a zona, mas verdadeira armadilha para quem por ali passa a conduzir um carro ou, principalmente, motas!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Pois...

E diz o cigano ao jornalista que o acompanha enquanto percorrem o bairro social onde o primeiro habita:
- Antigamente andavamos com burros e carroças, mas agora já não. Agora olha-se para aqui e só vêem carrinhas Ford, Mercedes...

domingo, 8 de novembro de 2009

Serviço público?

Está neste momento a ser emitido na RTP1 uma coisa chamada "Família, Família". De acordo com a página do programa existente no site da RTP, FAMILIA, FAMILIA, conduzido por Sónia Araújo, tem como objectivo promover a criatividade e talento das famílias portuguesas nas áreas do Canto, da Dança e Representação.
Pelo que estou a ver, criatividade até pode haver, agora na parte do talento parece-me que vão ter mesmo muito trabalho para o promover.
E fica também a questão de se saber o que é serviço público. Este tipo de coisas não é certamente!

sábado, 7 de novembro de 2009

Deve ser qualquer coisa em mim

Porque é que ultimamente e nas raras vezes que vejo anúncios na TV fico muitas vezes com vontade de não comprar nada do que está a ser anunciado?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Anonimato

Recebi um e-mail onde me convidavam a participar num inquérito para se apurar as 10 - creio ser esse o número - melhores empresas para se trabalhar.
No e-mail é-me dito que o inquérito é anónimo, mas ao mesmo tempo indicam-me uma password para inserir no site para poder ter acesso à página do tal inquérito.
Curiosamente essa password é diferente das dos meus colegas.
Anonimato garantido?
E ainda nos tomam por parvos!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Por uma questão de justiça

Por várias vezes eu critiquei neste blog a JF Beato e a sua inércia crónica, que permitiu que ao longo dos anos toda a zona baixa da freguesia se tornasse num pântano urbano, completamente morta e sem soluções à vista.
Pois bem, confesso aqui, publicamente, que errei na minha avaliação da actual equipa.
A minha opinião começou a mudar quando em Agosto tive uma interessante reunião com o Presidente da JF. A mudança foi de tal ordem que no dia das eleições autárquicas acabei por votar na actual equipa (depois de ter votado em branco nas de 2005).
Não foi só a conversa que tivemos que me fez mudar de opinião. Foram outras (pequenas) coisas que, apesar de parecem, muitas delas, banais, são sinal de que há vontade de mudar.
Por exemplo, umas semanas antes das eleições foram colocadas floreiras em vários pontos de Xabregas. Eleitoralismo, poderão pensar todos e com alguma razão, mas a verdade é que já depois das eleições algumas das plantas foram atacadas por uma praga de lagartas que dizimou grande parte delas.  Poder-se-ia pensar que aquilo ficaria assim, com os troncos secos, mas não. Poucos dias depois as plantas que haviam sucumbido a tal invasão foram substituídas por novas! Aparentemente, aquelas floreiras não são resultado apenas de eleitoralismo e não vão ficar ao abandono durante os próximos 4 anos!
E vai-se vendo por outros cantos da freguesia trabalho feito, como acontece na Mata da Madre de Deus, que durante anos era um local que metia medo só de olhar.
Claro que nem tudo está bem. Os problemas que os centros de drogados vieram trazer persistem e os transportes continuam mal, mas vê-se que há vontade de melhorar, nem que seja com umas simples floreiras o que, numa zona onde os únicos espaços verdes sempre foram as ervas daninhas que crescem nos recantos das calçadas, já realmente muito.

sábado, 31 de outubro de 2009

Tradições

Festejar a noite das bruxas? Com certeza, assim que os anglo-saxónicos começarem a sair de casa para irem comer sardinhas assadas na noite de 12 para 13 de Junho!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

As pessoas não valem mesmo nada

Numa empresa é feito um concurso público para fornecimento de serviços de segurança, passando a haver apenas uma empresa fornecedora, contra as muitas existentes até então.
Há uma proposta que vence e muitas outras que perdem, sendo definido o dia 1 de Novembro como data para o ínicio do contrato com a empresa vencedora (e, consequentemente, o 31 de Outubro como data para o fim de contrato com as perdedoras que lá prestavam serviço).
No dia 30 de Outubro os funcionários que trabalham para as empresas que vão-se embora ainda não sabem oficialmente de nada: se mudam de posto de trabalho, se transitam para a empresa vencedora ou se vão para o desemprego.
O importante mesmo é que o concurso tenha sido feito, que tenha havido uma empresa vencedora e muitas empresas perdedoras. As pessoas, essas, pouco ou nada importam, porque, aparentemente, não valem mesmo nada nesta economia liberal e sem regras!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

50 anos

... mas continuam sempre jovens.


(desenho retirado do site oficial www.asterix.com)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Menos um carro

Mais uma grande medida em prol dos transportes públicos: http://www.menosumcarro.pt!
A única coisa que continua não proliferar neste país são as redes de transportes públicos coerentes e com capacidade de atrair gente.
Mau feitio da minha parte!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Transportes Públicos

A chuva de hoje de manhã obrigou-me a trocar a habitual caminhada matinal pelo autocarro. Cheguei à paragem pouco antes das 7:30 (por acaso a mesma hora a que saio de casa quando vou a pé) e enviei um SMS para ver quando tinha 718: viria um daí a 12/13 minutos (às 7:42) e outro às 7:59, quase 30 minutos depois! Acabou por aparecer um autocarro por volta das 7:32/7:33, quase 10 minutos antes do primeiro que havia sido anunciado, e às 7:40 estava em Braço de Prata a secar (literalmente) durante 20 longos minutos pelo comboio (que acabou por chegar com 3 ou 4 minutos de atraso). Deu para pensar: valeria a pena ter saído mais tarde para não ficar depois tanto tempo à espera de comboio? Se calhar não. É que fiquei sem saber se aquele era o autocarro das 7:42 ou outro que não foi anunciado pelo sistema da Carris, mas se fosse o anunciado, o autocarro seguinte passaria em Xabregas (quase) à mesma hora do comboio em Braço de Prata. Conclusão: faço bem em ir a pé!
À hora do almoço desloquei-me de Campolide-Gare para o Rossio, como o faço todos os dias para ir almoçar. A ida foi normal, com o comboio atrasado apenas 2 minutos à passagem por Campolide. O regresso já não o foi. A estação do Rossio estava às 14:10 vazia de comboios, exceptuando o reserva parado na linha 5, e o comboio que deveria lá estar desde as 13:56 para fazer o das 14:21 não aparecia. Quando finalmente se começou a ver umas luzes a aproximarem-se vindas de Campolide, eram 14:17 - o que leva a crer que o comboio que deveria ter chegado às 13:56 fora suprimido e o que estava a chegar seria o seguinte. Entretanto os paineis informativos mudam, passando o comboio das 14:21 a ser anunciado na linha 5 e não na 3, como é costume e estava anunciado há largos minutos. Tal mudança foi apenas "visual", já que não houve uma única chamada de atenção para a alteração vinda do sistema sonoro da estação. As poucas pessoas que se aperceberam lá passaram para a linha 5 (o que implicou uma caminhada em direcção às gates e um volta atrás). Entretanto lá veio um segurança mais zeloso que resolveu percorrer uma das duas plataformas que servem a linha 3 a avisar as pessoas que deveriam passar para a linha 5. Avisos do sistema sonoro só um: quando a hora de partida se estava a aproximar (por acaso o comboio acabou por sair com quase 5 minutos de atraso) e apenas para dizer o que sempre diz: "vai partir da linha número x o comboio com destino a y".
Transportes públicos...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O sítio do costume deixou de ser o que era!

Exmos. Senhores da Jerónimo Martins,

Venho por este meio questionar-vos sobre o que vos passou pela cabeça quando deram o aval àquele anúncio publicitário horroroso com que actualmente os espectadores dos vários canais nacionais são brindados!
Que foi feito daqueles anúncios de fazer crescer água na boca e que terminavam, invariavelmente, com "esta semana no Pingo Doce", mais tarde substituída pela não menos famosa "esta semana no sítio do costume"?
E o que foi feito de quem fazia e autorizava tais anúncios? Foram destituídos pelos que fizeram e autorizaram o actual?
Fazendo votos que o bom-gosto a que nos habituaram ao longo dos anos seja rapidamente reposto, despeço-me cordialmente com os melhores cumprimentos,

Iberista,
Resmungão Profissional

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tempo de mudança

Já há algum tempo que andava a precisar de um bom empurrão. Ele acabou por chegar na forma de uma casa. E com esta decisão da compra da casa vieram as outras limpezas e arrumações. Ontem foi a primeira, pequenina, mas mesmo assim a primeira. Nas próximas semanas e meses seguir-se-ão mais, umas já previstas e outras que poderão ser uma completa surpresa até para mim, tal como o foi a decisão da casa.
E apesar do stress que é comprar uma casa, sinto-me feliz! :)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Não era isto o que queriamos dizer


 
Retirado de um folheto publicitário de uma agência de viagens!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Vantagens...

... do novo sistema viário da Baixa lisboeta:

No dia 5 de Outubro (2ª feira) o serviço regular da CARRIS sofrerá algumas alterações por motivo de ocorrência das celebrações da Implantação da República, na Praça do Município. Estas decorrem entre as 10:00 horas e as 12:00 horas.
Alterações ao serviço regular da CARRIS:
A Rua do Arsenal ficará cortada ao trânsito no período indicado, impossibilitando a ligação em autocarros e eléctricos entre o Cais do Sodré e a Praça do Comércio.
- As carreiras provenientes da Av. 24 de Julho (15E, 28, 714, 732) ou da Rua do Alecrim (92, 790) serão encurtadas ao Cais do Sodré;
- A carreira 60, vinda da Rua da Boavista será encurtada ao Corpo Santo;
- A carreira 36 passará a fazer terminal na Praça do Comércio, assim como todas as carreiras provenientes da Av. Infante D. Henrique (28, 35, 781, 794) ou da zona da Praça da Figueira e Martim Moniz (60, 790).
Ainda em consequência destas situações, as dificuldades de trânsito deverão alastrar a outras zonas da cidade, podendo resultar em perturbações pontuais no funcionamento de outras carreiras.


Antigamente desviavam-se as carreiras que passavam na Rua do Arsenal para a Ribeira das Naus, ficando apenas cortadas, por motivos óbvios, as carreiras de eléctrico!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ingratos

Na semana passada fiquei com curiosidade em saber como era o programa de governo daquele partido novo que apareceu (entre alguns outros) chamado Partido Trabalhista Português (PTP), cujo site é http://www.ptp.com.pt/. Na altura apanhei algumas ideias curiosas, mas, estupidamente, não guardei o PDF onde o mesmo era apresentado nem tão-pouco o encontro agora. Fico assim restrito a apenas duas ideias que fixei da sua leitura.
A primeira era o "não" ao TGV, mas o "sim" ao AGV. AGV? Saberão eles o que é este acrónimo? É que o AGV que conheço em caminho de ferro é, precisamente, as Automotrices à Grande Vitesse, que são, nada mais nada menos, que os TGV (Train à Grande Vitesse) de última geração! Confusa este proposta, não é?

E que dizem da segunda? Aeroportos em todo o lado, e aqui passo a citar de memória, "incluindo em Terlamonte, Covilhã". Perdão!? Terlamonte, Covilhã?! Mas o que há ali que precise de um aeroporto?! E porquê logo em Terlamonte?! Aparentemente o PTP não é só mau a fazer vídeos para o tempo de antena. O PTP parece ser mau até no próprio programa, com estas propostas de aeroportos em vários locais "incluindo em Terlamonte, Covilhã". E o pior de tudo, do ponto de vista do PTP, é que os terlamontanos não parece terem ido em cantigas e em todo o concelho da Covilhã, com os seus 51.258 eleitores, apenas 73 votaram no PTP, conforme se vê no site oficial do Ministério da Justiça. A isto é que eu chamo de ingratidão!

Já depois de ter finalizado a escrita deste post descubri o programa de governo do PTP no seu blog!
Fica aqui uma parte (aquela a que me refiro) do programa:
ECONOMIA E OBRAS PÚBLICAS
Contra o TGV, a favor do AGV a médio prazo.
Contra a nova Travessia sobre o Tejo
A favor do aeroporto no Montijo
A favor de outros aeroportos, incluindo em Terlamonte (Covilhã)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dia de eleições

Pensava que iria levar com um aperto daqueles no autocarro, mas não, safei-me! Fui sempre sentado e o 28 nunca encheu.
Saí na segunda paragem a contar dos Jerónimos e cheguei com a maior das calmas à bancada nascente, sector 19, 3ª fila do Estádio do Restelo (ou do Belenenses, como também é conhecido), depois de mostrar o bilhete e dos apalpões policiais da praxe, para assistir à festa de anos dos Xutos.
Foi um grande espectáculo em todos os sentidos, desde o conteúdo à duração.
Começando pelos Pontos Negros que, pontualmente, começaram a sua actuação às 19:30, confesso que a única coisa que me ficou no ouvido foi aquela frase do "isto é uma onda laranja... da Optimus", numa alusão à cor predominante, obtida com o merchandising oferecido pela Optimus, enquanto patrocionador dos Xutos. Da música não ficou muito porque o nível a que o som estava não permitia muito mais. Estava demasiado alto o que provocava grandes distorções, pelo menos para quem, como eu, tinha ficado debaixo da pala do estádio. Provavelmente para quem se encontrasse mais abaixo na bancada ou no relvado esse problema não se fazia sentir (pelo menos com tanta intensidade).
Seguiram-se os Tara Perdida com um som a fazer-me lembrar o dos Censurados de há quase 20 anos (não fosse o vocalista de uns o mesmo do de outros), mas, mais uma vez, o nível a que se encontrava o som não ajudou. Não os conhecia, apenas de nome, mas deu para perceber que já têm um núcleo de fãs bastante interessante.
Seguiram-se aqueles rapazes por quem todos  esperavam, uns tais de Xutos & Pontapés. A entrada deu-se já passava bastante das 22:00 (seriam 22:30? Não reparei). Foi uma entrada daquelas... Só mesmo os Xutos para chegarem ao estádio de carrinha e dirigirem-se para o palco pelo meio do público!
Nas primeiras canções o som voltou a fazer das suas, mas depois ou foi corrigido ou os meus ouvidos habituaram-se, mas o que é certo é que o som ficou muito mais fluído a partir de uma certa altura.
Como convidados vieram o Pacman na voz, Manuel Paulo nas teclas, Pedro Gonçalves no baixo e Camané na voz. Mais uma vez, o Camané deixou-me fascinado. Aquele homem canta bem tudo (OK, nunca o ouvi cantar canto lírico ou gregoriano). Até parecia que o Homem do Leme tinha sido feito de propósito para ele!
Mais para o final vieram os discursos. O do Zé Pedro apelou à participação nas eleições ("não deixem que escolham por vocês"). Esta mensagem foi enviada principalmente para o pessoal mais novo com idade de votar, segundo palavras do próprio.
Ficou ainda na memória a provocação do Kalú mais a sua camisola do fecepê, com direito a beijo no símbolo e os muitos kms que o Zé Pedro terá feito naquele palco imenso. Também ficou na retina os grupos que dançam abrindo clareiras na multidão, em menor número que há uns anos atrás, mas curiosamente com os mesmos intervenientes de há 20 anos (pelo menos as carecas e as barrigas assim o faziam crer).
O grande final deste espectáculo para todas as idades foi com fogo de artifício. Só faltou mesmo foi a malta ter cantado os parabéns aos Xutos, que eles bem mereciam.
E assim começou o meu dia de eleições.
Off-topic (como se o resto do texto não o fosse): no regresso a casa cruzei-me com um autocarro da carreira 1 da rede Nightbus. Para um serviço que se diz ser grátis não percebi porque raios os passageiros tinham direito a segurança policial no interior do mesmo, enquanto que nas carreiras pagas cada um tem que se proteger como pode!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Bicicletas

Há uns dias, uma das minhas ligações do Facebook escrevia qualquer coisa sobre uma coisa chamada "1ºs. Estafetas de Bicicleta de Lisboa", congratulando-se com as zero toneladas de emissões (os ciclistas não respiram nem sofrem de flatulência?)!
Claro que com o meu mau-feitio lá me senti na obrigação de fazer aquilo que sempre faço quando me falam de bicicletas em Lisboa: queixar-me dos ciclistas nunca pararem em semáforos ou passadeiras ou usarem tudo como faixa de rodagem! E, novamente claro, que houve quem se tivesse picado com isso e dissesse logo "e quando os peões não passam na passadeira ou atravessam com o sinal fechado ou ...?".
Pois bem, depois dessa interessante troca de mensagens eu já ia sendo atropelado por três vezes e sempre por bicicletas e em sítios onde não era suposto havê-las. A primeira foi, imagine-se, dentro da estação de caminhos-de-ferro do Cais do Sodré, no átrio junto ao Pingo Doce. Poucos minutos depois aconteceu-me a segunda, com um xico-esperto de duas rodas e pedaleira a quase albarroar-me quando eu estava calmamente parado na paragem do 781. A terceira foi ontem na Rua Augusta (curioso, tenho quase a certeza de lá existirem sinais de trânsito proíbido), quando tive que me desviar de algumas pessoas e por pouco não levava com mais um bicicletista que me apareceu por trás.
E estas foram só comigo. Poderia também contar outras semelhantes a que assisti, mas com outras pessoas, ou a do ciclista que teimou em passar entre o passeio e os autocarros que estavam parados na paragem do Sul e Sueste com passageiros a entrar e a sair...
Já agora, naquela corrida de ontem, patrocionada pelo Costa do Munícipio, alguém viu por onde e como foi o ciclista? É que de metro não há muito a dizer, o percurso é sempre o mesmo. No Porsche foram dando imagens em vários pontos do trajecto (sempre parado, ou não fossem os semáforos de Lisboa temporizados propositadamente para fazerem parar o trânsito), mas quanto ao ciclista não se mostrou nada. É que eu tenho curiosidade em saber como conseguiu ele fazer o percurso Campo Grande-Rossio mais depressa que o metro! Terá parado nos semáforos ou respeitado os sentidos de trânsito?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Apitó comboio

Eis uma canção que eu nunca suportei ouvir, mas que toda a gente pensa que, por gostar de comboios, eu  a adoro!
Não gosto daquilo! Ponto final!
Ainda há pouco recebi um e-mail com uma apresentação bastante interessante (para quem goste do tema) com uma reportagem fotográfica realizada a bordo de uma locomotiva numa viagem de um Inter-Cidades entre Santa Apolonia e Campanhã! São 41 fotografias, todas elas interessantes e bem legendadas, explicando tudo o que se passou naquele momento, mas, desgraça das desgraças, o autor da apresentação resolveu estragar a obra com... exactamente, essa coisa que vocês estão a pensar.
Se querem pôr música alusiva a caminhos-de-ferro, deixem de ser pirosos. Ponham em marcha o comboio descendente do Pessoa e do Zeca ou o combóio (assim mesmo, com acento no 'o') dos Trovante, mas evitem aquele lixo sonoro!

sábado, 19 de setembro de 2009

Big Brother

No meu local de trabalho, e depois de alguns problemas de segurança ocorridos com uma tentativa de assalto - quase consumada - e de vários apedrejamentos a vidros e aos seguranças de serviço está-se, finalmente, a instalar um sistema de videovigilância mais abrangente que o actual com as suas 3 câmaras que apenas monitorizam as entradas.
A equipa que está a instalar o sistema optou por colocar os cabos pelo interior do edifício, usando as calhas já existentes sobre o tecto falso e isso teve, até ao momento, um efeito extremamente interessante em alguns dos meus colegas: para eles, agora "Vamos a passar a ser controlados!". "Olhem que não!", lá disse o casmurro do costume. "As câmaras ficam todas lá fora, menos 2 que ficam na recepção e uma terceira que fica no corredor da minha sala. As vossas nem sequer levam com câmaras!". Claro que nada disto teve qualquer efeito nos meus colegas, que continuam muito aflitos (o mais correcto seria dizer "aflitas") com toda esta vigilância!
Saí de ao pé deles a pensar nesta enorme "falta de privacidade". E cheguei à seguinte conclusão: eles têm razão! É que já não bastava:
  1. Os telemóveis e a sua tecnologia celular andarem constantemente a registar informação sobre onde nos encontramos;
  2. As lojas, bancos e transportes públicos estarem pejados de câmaras de video-vigilância;
  3. A rede Multibanco registar todas as nossas transacções, incluindo a localização espaço-temporal das mesmas;
  4. O nosso banco saber tudo sobre a nossa vida;
  5. E vendermos toda a nossa privacidade àquela cadeia de lojas em troca de um cartão fantástico que nos oferece €5,00 de descontos por cada €5.000,00 de compras (desde que a média mensal dos últimos três meses seja de €4.500,00),
para agora nos virem pôr câmaras de video-vigilância no nosso local de trabalho!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Medidas simpáticas

Sim, simpáticas, mas inúteis! Refiro-me às duas "borlas" da semana da mobilidade. São simpáticas porque assim o parecem à partida e a quem não esteja dentro do assunto "transportes públicos", mas inúteis quando se começa a pensar nos seus resultados práticos.
Há ainda a questão da justiça de tais medidas. São altamente prejudiciais para os utentes habituais dos transportes públicos, já que para quem tenha passe ambos os dias já foram pagos. E como se isso não chegasse, nesses dois dias ainda correm o risco de serem ainda pior servidos do que o costume, pois levam com uma avalanche de "paraquedistas" que aproveitam para andar a fazer não se sabe o quê à conta do erário público.
Tenho dúvidas se algum desses "paraquedistas" volta a usar os transportes públicos de forma assídua durante o resto do ano e aqui volta a aperecer a questão da utilidade destas medidas. Quem use os transportes nesse dia só para ver como é, ficará assim tão maravilhado que opte por trocar a viatura particular por eles? E, relembro, nesses dias há sempre a possibilidade dos transportes encherem ainda mais, devido, precisamente, à "borla" dada!
Fica aqui uma sugestão para o próximo ano, caso haja novamente esta coisa das duas "borlas": que carreguem nesse mês os passes dos clientes habituais com 32 em vez de 30 dias, sem alteração de preço, claro! É o mínimo que se pode fazer por quem ainda teima em usar transportes públicos neste país!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fujam!

A Carris já começou a anunciar a 3ª fase da Rede 7 para o início do próximo ano. Com as memórias tenebrosas que tenho das outras duas fases desta Rede 7, só de ouvir falar na terceira fico logo todo arrepiado!
Fujam!

sábado, 12 de setembro de 2009

Três coisinhas

Na leitura da edição de hoje do Diário de Notícias ficaram-me na retina três coisas.
A primeira foi uma pequena notícia sobre a tendência para o desuso do bidé em Espanha. A mim, que não dispenso a lavagem mais "pormenorizada" de certas partes de mim, sempre me fez confusão a falta de uso dada àquela peça de loiça sanitária. E, aparentemente, este hábito, importado de regiões mais setentrionais e badalhocas da Europa, está a crescer, havendo quem acredite ou defenda que um duche é suficiente para a limpeza de tais regiões corporais. Comigo, essa não pega.
A segunda foi um título de um artigo sobre mais uma ciclovia, desta feita na Ponte Gustave Eiffel em Viana do Castelo. Fiquei a pensar nesta história toda das ciclovias e a reforçar a ideia que, desde há algum tempo, se instalou na minha cabeça sobre o tema: Portugal, em virtude dos acordos internacionais assinados e das Directivas Comunitárias, precisa diminuir as suas emissões de CO2, as quais são, em grande parte, produzidas pelo tráfego automóvel. Ora, para que essas emissões sejam diminuídas, este país terá que "tirar" pessoas dos automóveis e pô-las noutro lado qualquer. Sendo as redes de transportes públicos portuguesas aquilo que se sabe, alguém achou que a melhor solução/estratégia seria pôr toda a gente a dar ao pedal! Assim, sem se gastar muito (nem se ter trabalho) para se criarem verdadeiras redes de transportes, tenta-se ou espera-se reduzir as emissões de CO2.
A terceira foi uma daquelas colunas de mais e menos que aparecem nos jornais. No lado do menos vinha lá a Senhora Ferreira Leite e um comentário às suas prestações nos vários debates televisivos, no qual se afirmava que a senhora demonstrava não conhecer os programas dos seus adversários e ter lido o seu próprio programa na diagonal. Mas, qual a admiração? Eu ainda sou do tempo em que essa mesma senhora se defendia de asneiras feitas enquanto ministra com argumentos extremamente interessantes como "assinei, mas não li". Afinal de contas, isto até é merecedor de um sinal positivo pela coerência de atitude demonstrada.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Necrologia

Carris - Lisboa
18 de Novembro de 1991
*
9 de Setembro de 2006

3 anos de imensa falta

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

País Maravilhoso

Acabou a crise? O desemprego diminuiu ou desapareceu de todo? A pandemia de gripe já está controlada? O número de acidentes de viação baixou? Alguém descobriu a cura para o câncro?
Não?
Então qual a razão para que neste momento a única "preocupação nacional" seja a saída da "jornalista" Moura Guedes da TVI e o fim do seu tablóide televisivo?
É que no meio desta historieta toda, não vejo razão para tanta agitação: o jornalismo português não perdeu nada, muito pelo contrário. E o público português idem!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Como apanhar comboios

Se há coisa que nunca entenderei é a estratégia adoptada por muitas pessoas quando apanham comboios. Geralmente o que fazem é:
  1. Se ainda falta meia hora para o comboio partir entram logo na primeira porta que encontram e depois percorrem o comboio todo, passando de carruagem em carruagem, à procura de lugar sentado - no caso de comboios sem reserva de lugar - ou do lugar que consta no bilhete - caso dos comboios com reserva de lugar;
  2. Se já só faltam 30 segundos para a partida do comboio resolvem ir a correr pela plataforma fora ao lado do comboio, a olhar para dentro dele para ver qual a carruagem mais vazia - se não for caso de comboio com reserva de lugar - ou da carruagem correcta - quando há reserva de lugar. Geralmente acabam por ficar apeados;
  3. Ainda há um misto das duas anteriores que, por força das circunstâncias, apenas ocorre em comboios compostos por mais do que uma unidade múltipla (como são os da linha de Sintra, compostos por duas UQEs - Unidade Quadrúpla Eléctrica). Quando ainda faltam 5 minutos, suficientes para percorrer a pé pela plataforma a distância que vai da última carruagem da composição à primeira carruagem da unidade seguinte, entram logo na primeira porta que encontram. Os 5 minutos seguintes são passados na travessia da primeira unidade (que pode ter 3 ou 4 carruagens), com o respectivo abre-portas, o qual faz perder tempo. Quando chegam à última carruagem dessa unidade e a uma das cabines de condução, resolvem sair do comboio para passar para a unidade seguinte. Geralmente esta opção é tomada a 30 segundos da partida. Resultado: depois de andarem a passear durante 5 minutos pela composição, acabam por ficar apeados a olhar para o sinal de cauda a afastar-se!
Em jeito de conclusão, e para que aprendam alguma coisa:
  1. Se ainda faltar tempo para a partida caminha-se ao longo da gare até se chegar à carruagem pretendida;
  2. Se o comboio estiver quase a partir entra-se logo na primeira porta que se encontre e depois, já lá dentro, procura-se (o) lugar - aquele "o" está entre parêntesis,  pois em comboios com reserva de lugar terá que ser o lugar que consta no bilhete.
Esperando que com isto os apeanços diminuam substancialmente, despeço-me com amizade.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Hino à estupidez

Faz hoje 70 anos que começou um dos episódios mais estúpidos da História da nossa espécie. E aparentemente não serviu para nada.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Com pompa e circunstância

Na semana passada a Carris anúnciou, pomposamente, o lançamento de duas novidades. Uma é a nova carreira 780 (que iniciou o serviço hoje) a ligar, em forma de expresso, o Saldanha a Benfica, via Campo Grande e Segunda Circular. A outra é o prolongamento do período de funcionamento da carreira, também expresso, 781 aos fins-de-semana e feriados, a começar no próximo.
Nesta última, a coisa é apresentada como sendo um esforço da Carris para "corresponder às expectativas dos seus clientes" (palavras da empresa), passando a ficar "asseguradas todos os dias dos ano" a "ligação ao cemitério dos Olivais e a articulação da zona oriental da Cidade à Estação de Santa Apolónia" (sim, continua a ser palavras da empresa).
A estupidez no meio de toda esta história é que tudo isto já existia ainda os Olivais estavam em construção e desapareceu há cerca de 3 anos, quando a Rede 7 foi implementada e todo o serviço da Carris na zona Oriental de Lisboa passou a ser feito em função de Chelas. A partir dessa altura a única ligação entre os Olivais e Santa Apolónia passou a ser a do 81 (mais tarde 781), a qual só funcionava aos dias de semana.
Hoje foram, finalmente, publicados no site da empresa o novo horário desta carreira (http://www.carris.pt/fotos/produtos/a781_1.pdf e http://www.carris.pt/fotos/produtos/a781_2.pdf). Quando comparado com o horário da carreira 105 (a que fazia esta ligação à data da implementação da fase 1 da Rede 7), vê-se a grande "melhoria" que esta "novidade" representa!
Bem-hajam os senhores da Carris, mais as suas novidades e, principalmente, as suas melhorias que ficam a anos-luz do que havia antes.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Hoje não me apetece escrever

Sim, hoje não me apetece escrever nada, apesar de ontem, e por ordem cronológica:
  1. Uma colega minha, que me havia enviado um e-mail há umas semanas sobre um esquema (que não é, diz ela) de pirâmide, ter-me apanhado no corredor e me ter dado uma seca daquelas para me tentar provar que aquilo não é pirâmide e que as pessoas têm uma ideia errada do que isso é e que tudo funciona como uma pirâmide, incluindo a CP, onde trabalhamos os dois (curioso, tenho que rever quais as funções que me estão atribuídas pois não em recordo de nelas constar a angariação de pessoas para ficarem no nível abaixo do meu)
  2. Depois de uma interessante troca de e-mails acabei por ter uma reunião com o Sr. Presidente da Junta de Freguesia do Beato, da qual saí com uma boa impressão dele, apesar de não concordar com algumas das ideias, principalmente nas que aos transportes dizem respeito - ok, eu sou radical nestas coisas. Mas, no geral, tudo o que ele me apresentou até vai de encontro ao que eu penso e sinto, incluindo o prolongamento, arriscaria eu, quase natural, da linha azul do Metro até ao Oriente.
  3. Cheguei a casa a tempo de ver nos noticiários o programa de governo da Srª. Leite e do seu partido, a qual me tirou uma dúvida angustiante que me perseguia há meses: em quem votar? Obrigado PSD e Srª. Leite por me terem esclarecido.
Como vêem, não há assim muito para contar.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Afinal as pessoas tinham razão!


A CARRIS tem procurado, ao longo dos anos, corresponder às expectativas dos seus clientes. Nesse sentido, a CARRIS resolveu alargar o serviço e as ligações proporcionadas por esta carreira, nos dias úteis, também aos Sábados, Domingos e Feriados.

A CARRIS facilita as suas deslocações, de uma forma mais económica, mais confortável, tornando, assim, o seu quotidiano mais sustentável.

A CARREIRA 781 permite-lhe chegar onde quiser.

O Acesso ao cemitério dos Olivais e a articulação da área oriental da Cidade à Estação de Santa Apolónia passam a ficar asseguradas todos os dias o ano.

Para quem não conheça a zona oriental de Lisboa (que não se resume ao Parque das Nações) o que aqui está é a correcção de um tremendo erro feito pela Carris quando criou a Rede 7 e acabou com esta ligação aos fins-de-semana.

Mas nem tudo está bem com esta alteração. Antes a carreira era "normal", com paragem em todas as "estações e apeadeiros" e agora é Expresso, parando apenas nalguns locais.

A luta terá mesmo que continuar!

domingo, 23 de agosto de 2009

Turismo, uma aposta nacional

Ficam aqui com algumas imagens que provam que, de facto, o turismo é uma das grandes apostas portuguesas. Foram obtidas ontem de manhã num dos ex-líbris de Lisboa, o Miradouro (se ainda o for) de Santa Luzia!




O único turismo que posso imaginar olhando para todo este panorama é o do cinematográfico. Poderiam começar a alugar estes espaços a Hollywood para a feitura de filmes-catastrofe (poupando os produtores muitos milhões em décors) e, quem sabe, se isso não começaria a atrair uma multidão de fãs a procurar ver "o sítio onde foi feito".

Com o que se vai vendo por esta cidade desde há muitos anos a esta parte, começo a ficar com a sensação de que 1755 não passou de uma brincadeira de crianças!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Justiça

Dois polícias são agredidos e o caso termina em tribunal. Os criminosos alegam e apresentam provas de que são pobrezinhos e o tribunal, que os havia condenado, não só lhes perdoa o pagamento das indemnizações às vítimas como ainda passa para estas a "factura" com as custas do processo.
Em Viana do Castelo, o ourives assaltado há cerca de dois anos resolveu tornar público o vídeo com o assalto de que foi vítima, depois dos assaltantes terem sido soltos devido a um erro processual. Para além do assalto, na altura estes energúmenos ainda mataram uma pessoa durante a fuga.
Em Lisboa, uma jovem é violada e obrigada a estar 12 horas sem sequer se poder lavar de forma a que não destrua as provas, tudo porque em Agosto o Instituto de Medicina Legal fecha à noite por alegada falta de pessoal (má organização na gestão desse pessoal, opino eu).
Querem saber porque me orgulho tão pouco de ser português, ao ponto de dizer que este é um país que não deveria existir por ser contra-natura?

Sul e Sueste

Ontem fui ao Barreiro para dar uma mão na maquete da APAC que se encontra exposta no recinto das festas da cidade.
Fi-lo indo de barco e, para tal, tive que usar a Estação do Sul e Sueste (única no país, porque, tendo sido ferroviária e tendo sempre funcionado, nunca por lá passou comboio algum). Aquilo é um espectáculo desolador.
Do lado de fora é o que se vê, com um passeio imenso do lado do Ministério das Finanças, que não me parece que tenha grande serventia, e uma placa de betão mal-amanhada do lado do rio. As paragens de autocarro ficam, inexplicavelmente, longe e os acessos do Metro não fazem qualquer ligação real à estação!
Do lado de dentro ainda é pior! Todo aquele vasto e impressionante átrio está atulhado de colunas e estacas provisórias (a segurar o tecto?), não sendo sequer possível ver as belas paredes decoradas com os emblemas das cidades servidas pela antiga Companhia do Sul e Sueste. Para se chegar à bilheteira temos que ficar literalmente de lado, já que uma dessas colunas fica a tapar parte do guichet. Tanto de um lado do edifício como do outro apenas existem ruínas das antigas estações da Transtejo para Cacilhas, Montijo e Seixal. Aparentemente, todo este cenário se deve às obras do metro, as quais, já deveriam estar mais que prontas, já que aquele troço de rede foi inaugurado em Dezembro de 2007!
O pior disto tudo é que não se vê qualquer forma de se ultrapassar este problema já que um dos dois principais candidatos à CMLisboa afirma que "acabou o suplício das obras que nunca mais acabam" - ou seja, para ele está tudo bem - e o outro promete fazer mais obras!
Ainda se fala de 1755!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Por comodismo

Há a ideia em Portugal de que os portugueses não usam os transportes públicos por comodismo. Acredito que em muitos casos isso até possa ser verdade. Basta ver os nossos dirigentes políticos ou empresariais que, invariavelmente, se deslocam uns em carros oficiais, outros em carros da empresa, em ambos os casos sempre com motorista. Temos ainda os engarrafamentos imensos que param todas as cidades portuguesas, tenham ou não elas redes de transportes públicos.
Mas quando começo a olhar para aquilo que essas redes oferecem começo a ficar com dúvidas sobre as razões que levam muitas pessoas a não usarem os transportes públicos.
Há situações em que para se fazer uma viagem de autocarro se demoram 45 minutos, quando a mesma viagem feita de automóvel demora cerca de 15 a 20 minutos. Será comodismo preferir o automóvel? E não se está, ainda, a falar do tempo de espera por esse autocarro. Quantas vezes não se passa mais tempo à espera do transporte que em viagem? Quando tal acontece, será possível críticar as pessoas que optam pelo transporte individual, acusando-as de comodismo? E nas situações onde as ligações entre os vários transportes simplesmente não existem ou funcionam mal? Sim, convém não esquecer que serão poucas as pessoas neste país que usam apenas um meio de transporte para irem de casa para o trabalho e vice-versa. Se do total do tempo de viagem, cerca de metade for dispendido nesses transbordos, não será mais ajuízado a opção pelo carro, mesmo com engarrafamentos pelo meio?
Não será este "comodismo" mais uma reacção à má qualidade dos transportes? O que se passou na zona do Porto não deixa de ser curioso, atendendo a que estamos a falar de um país de "comodistas". Com a abertura do metro do Porto e a reformulação da oferta da CP, com a criação de novos serviços e a colocação em serviço de novas composições, o número de passageiros transportados aumentou em toda a rede de transportes do Grande Porto, assistindo-se em muitos eixos a uma passagem do transporte individual para o colectivo.
Terão deixado de ser comodistas? Ou terão os transportes daquela área metropolitana tido um aumento qualitativo e quantitativo que justificou essa mudança? E se assim foi, será que noutros lados as pessoas não usam os transportes apenas por comodismo? Ou será que estes simplesmente não satisfazem as necessidades das pessoas?
Não passará a desculpa do comodismo de uma forma simplista de ver o problema dos transportes em Portugal? Afinal sempre é mais cómodo para os transportadores e responsáveis políticos dizer que a culpa é do comodismo das pessoas do que tentar descobrir as verdadeiras razões das coisas serem assim.
É irónico, não é?

sábado, 15 de agosto de 2009

A Silly Season agudizou-se

Pois é, agora é que a silly season entrou na pior fase.
Na rádio e aos fins-de-semana já chegamos à época em que música e noticiários só se ouvem de manhã, ficando o resto do dia ocupado com o jogo de bola.
Na televisão continuo a ter que ver notícias sobre o Michael Jackson, os alegados filhos e esposas e mais não sei quê.
De vez em quando aparecem outras notícias que ainda arrepiam mais, como aquela que vi na SIC-Notícias relativa ao festival que decorreu nos últimos dias na zona de Sagres. Perguntava a jornalista aos jovens que pela praia deambulavam quem tinha sido o Infante de Sagres. Ninguém sabia! Uma das entrevistadas ainda se aproximou quando disse que "até há uma estrada que se chama do Infante". Nova pergunta: "Que cabo é aquele?". As respostas que ouvi foram "Cabo de Sagres" (OK até nem foi muito mau), "Cabo Ruivo" (esta foi dada por um com pinta de se orgulhar de ser burro)... Pelo meio fiquei a saber que o importante é que "a malta tá-se a divertir" e "tamos aqui a apanhar um solzinho" e ainda "isto bom pró sârfe").
Ainda tive que levar com o merdas da Madeira a dizer não sei o quê sobre o INE e que só ele é que tem razão (isso já não é notícia, todos sabemos que o merdas da Madeira é que é o dono da verdade e mais ninguém tem razão).
Metam-me num manicómio que eu estou cada vez com mais medo dos que andam cá fora!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

As paragens "user-unfriendly"

Antigamente, nas zonas em que as paragens da Carris eram desdobradas, havia sempre o cuidado de agruparem as carreiras de acordo com os seus destinos e/ou percursos, o que facilitava, e bastante, a vida de quem as usava.
Actualmente parece que tal prática deixou de existir ou, no mínimo, de ser uma preocupação premente por parte da Carris.
Nos Restauradores existem duas paragens para as carreiras que vindas da Avenida continuam em direcção ao Rossio, cada uma delas a servir 3 carreiras. Numa das paragens temos 2 carreiras que vão para o C.Sodré e outra que vai para Santa Apolónia. Na outra temos 2 carreiras que vão para o Terreiro do Paço/Rua da Alfândega (seguindo o caminho daquela que vai para Santa Apolónia) e outra que vai para Caselas (seguindo o mesmo caminho das duas que vão para o C.Sodré). Perceberam? Tem lógica?
No Cais do Sodré, na zona onde existem os terminais das várias carreiras, temos uma paragem para a carreira 782 que fica logo no início daquela fileira (do lado da Praça Duque da Terceira), uma segunda paragem, que eu nem sei de que carreira é, e uma terceira, já junto ao rio, para a carreira 781. Estas duas carreiras, a 781 e a 782, têm um percurso comum desde ali até à zona do Poço do Bispo. Coerente, não é?
Em Santa Apolónia a mesma coisa. Temos uma paragem onde param as já referidas 781 e 782 juntamente com a 745 (que termina uns metros mais à frente) e outra para as 28 e 759 que, tal como as 781 e 782 continuam para lá de Santa Apolónia.
Acredito que haja mais situações destas.
E sei que dá "imenso jeito" ter que andar a correr de uma paragem para a outra pelo simples facto de ninguém na Carris se ter lembrado ou preocupado com a arrumação correcta das carreiras pelas paragens. Num dos casos relatados (o do Cais do Sodré) a "correria" chega a implicar uma travessia de estrada!
Oh senhores da Carris, não dá para verem este tipo de coisas? É que são bem mais úteis que outras coisas como as corezinhas das carreiras!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Tempo maravilhoso

Passo o Inverno a ouvir gente a queixar-se que "está frio" ou "esta chuva, não há meio de parar" e que "nunca mais chega o bom tempo e o calor".
Chego ao Verão e oiço as mesmas pessoas dizerem "que calor, nem se pode" ou "como é que se pode viver com um tempo destes".
O curioso é que quando pessoas, que como eu, dizem que se está melhor no Inverno que no Verão, as outras pessoas, as que tanto se queixam do calor no Verão como do frio no Inverno aparecem logo a dizer "ai credo, lá estás tu".
E depois eu é que sou resmungão.
Sai uma temperatura de 21º C para a mesa do canto!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Fantástico

Um grupo organizado anda durante a noite e pela cidade de Lisboa com um escadote de três metros, encosta-o ao edifício dos Paços do Concelho, sobe por ele até à varanda do edifício e troca a bandeira da cidade pela bandeira monarquica. Tudo isto sem que a polícia, ou qualquer outra autoridade, tivesse dado por nada.
Por acaso só levavam uma bandeira. Podiam levar outra coisa qualquer. Uma bomba, por exemplo.
E depois ainda há quem me pergunte por que raios eu acho que este país não deve existir!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Silly season agora na publicidade

Sim, a silly season também existe na publicidade.
Há agora por aí uns anúncios que até me fazem ficar saudoso do saudoso (ok, hoje não estou inspirado) slide do Quitoso e do seu menino piolhoso a coçar o couro cabeludo.
Temos um a um fixador de placas no qual a ideia que aquilo me transmite é que as substâncias químicas que compõem o produto acabam por ser absorvidas pelo organismo, ficando os seus utilizadores completamente tontinhos, o que faz com se ponham a cantar e a tentar demonstrar que sem isso morreriam de tédio.
No género "pacote" vêm os da TMN. Num aparece uma caixa de supermercado a fazer já nem me lembro o quê e, logo de seguida, aparece um boneco a dizer-lhe umas balelas. O anúncio é tão mau que nem consigo fixar o que pretendem vender nem qualquer outro tipo de mensagem. Ainda da TMN há um outro onde aparece uma jovem de sotaque brasileiro e que pede a um imbecil o portátil deste para fazer uns uploads de fotos sugestivas com ela. O mocinho fica todo atordoado e eu sem perceber, mais uma vez, o que se quer vender. Num terceiro há um tipo que desmaia, umas jovens que o tentam ajudar e ele diz "boca-a-boca" e eu mudo de canal.
Ah, também existe um da Optimus a falar de telemóveis pré-históricos cujo toque faz sair de uma gruta um troglodita que se vai aproveitando para se roçar nas meninas que se encontram na praia.
E ainda falavam do "Quitoso - Loção e shampoo"!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Silly season

É quando os vizinhos de baixo resolvem ligar, durante a noite e com uma temperatura do ar a rondar os 20º C, um aparelho de ar condicionado que não funciona bem e produz uma tremenda vibração (abençoados tampões para ouvidos da natação que também servem para o ruído).
É quando a Refer resolve fechar o acesso automóvel à estação de Braço de Prata para criar lugares para entidades que, até ver, nunca precisaram dos mesmos (agora temos o estacionamento da estação sempre vazio).
É quando toda a gente vai para Albufeira e Armação de Pêra por já não aguentarem a confusão de Lisboa.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Amigos do ambiente

Existe em Portugal a ideia de que afunilar ruas, atravancar o trânsito ou temporizar mal os semáforos é uma boa medida para reduzir o volume de tráfego nas estradas e, assim, ser-se amigo do ambiente. Ontem à tarde assisti a um bom exemplo deste tipo de políticas.
Ao regressar da Aroeira demorei a chegar ao Cais do Sodré uns escassos 20 minutos. Daí até Santa Apolónia foi quase outro tanto ou até mais. Isto porque:
  1. A Ribeira das Naus afunila
  2. A Ribeira das Naus e o semáforo junto à Estação do Sul e Sueste atravanca
  3. Todos os semáfores entre as Estações do Sul e Sueste e Santa Apolónia estão mal temporizados
A primeira é já conhecida de todos os que têm a infelicidade de ter que atravessar aquela zona. Ao afunilar aquela via, o trânsito é forçado a andar em filinha pirilau. E agora parece que ainda querem lá (re)pôr autocarros para atrapalhar ainda mais a vida das pessoas.
A segunda também é bem conhecida, embora menos perceptível. O semáforo da Infante D. Henrique junto ao terminal da Rua da Alfândega/Estação do Sul e Sueste está temporizado para facilitar a vida aos autocarros que venham da Rua da Alfândega, coisa que aos Domingos é quase digna de primeira página de um qualquer tablóide de notícias sensacionalistas, tal a quantidade de autocarros a circular na cidade. O resultado é termos uma fila interminável desde o Cais do Sodré a tentar sair dali rapidamente, mas que ficam presa num semáforo que só está aberto uns 30 segundos e fechado 90!
E chegamos à terceira etapa da nossa prova de paciência. Daí para a frente e até Santa Apolónia todos os semáforos estão trocados. Paramos num e vemos o seguinte aberto. Quando arrancamos daquele em que estamos parados fecha o da frente. E isto repete-se...
E depois afirmam que com estas medidas se diminui o trânsito na cidade e se melhora o ambiente! Com tanto pára-arranca e automóvel parado só se for na imaginação de alguma mente mais obtusa, porque na vida real acontece exactamente o contrário.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pavilhão Atlântico - 30 de Julho de 2009 - 21 horas

Excelente!
É como eu defino o espectáculo de Leonard Cohen a que tive o privilégio de assistir ontem no Pavilhão Atlântico.
Foram 2 horas e meia, com um intervalo de 15 minutos ao fim dos primeiros 60, em que o cantautor desfolhou o albúm de recordações musicais da sua carreira com um vigor que até nos faz esquecer que estamos a ver um homem de 74 anos.
Na retina ficam as suas saltitantes saídas de palco, como se fosse um menino, e aquele sorriso, às vezes quase traquinas, com que brindava o público. E que voz... aos 74 anos!
O naipe de músicos que o acompanha nesta digressão é de primeira apanha (excelentes aquele guitarrista catalão, o soprista e uma das senhoras do coro - que voz - isto, claro, sem desprimor para os restantes 7 - pena não me lembrar dos nomes deles). Não se ouviu uma fífia que fosse.
O som! Que maravilha de som! Quem disse que o Pavilhão Atlântico tem problemas acústicos? Ontem ficou provado que o problema não está no Pavilhão, mas talvez em quem não saiba adaptar o som, principalmente o seu volume, às condições do mesmo. Não se ouviu ou sentiu um feedback ou um eco que fosse. Bastou manter o volume a um nível q.b., sem decibéis a mais, para que a coisa funcionasse na perfeição. E com tudo perfeitamente audível.
Já tenho o CD da digressão, mas depois disto vou também comprar o DVD. Vale a pena!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Não, não sou o único

No Jornal de Negócios Online de hoje vem:

Federação ibérica é ideia que entusiasma mais portugueses que espanhóis
"De Espanha nem bons ventos, nem bons casamentos" parece ser um adágio completamente desajustado do que pensam hoje os portugueses sobre o país vizinho.


Eva Gaspar
egaspar@negocios.pt

“De Espanha nem bons ventos, nem bons casamentos” parece ser um adágio completamente desajustado do que pensam hoje os portugueses sobre o país vizinho.

Segundo os resultados de um barómetro realizado pela Universidade de Salamanca, hoje divulgados pela agência Lusa, os portugueses mostram-se inclusivamente mais favoráveis do que os espanhóis perante a ideia de avançar com uma união política entre os dois países.

Uma eventual federação ibérica é apoiada por quase 40% dos portugueses e por cerca de 30% dos espanhóis inquiridos (com outros 30% a dizerem-se indiferentes).

Quando se trata de avaliar as relações entre os dois países, a opinião maioritária dos dois lados da fronteira é que são boas ou mesmo muito boas, apesar da persistência de contenciosos delicados, nem sempre valorados de igual forma. É o caso do aproveitamento da água dos rios, assunto considerado "muito problemático" por 25,3% dos portugueses, mas apenas por 6,1% dos espanhóis.

Em relação às áreas prioritárias de cooperação, portugueses e espanhóis estão de acordo, ao pôr no topo da lista a melhoria da colaboração policial, judicial e militar.

Também vêem com bons olhos a realização de reuniões trimestrais entre os dois governos (actualmente são anuais), bem como a supressão de barreiras à mobilidade laboral e empresarial. Já a harmonização fiscal surge mais para o fim, e como uma prioridade muito mais reclamada pelos portugueses (60%) do que pelos espanhóis (37%).

Os negócios entre os dois países são considerados relativamente simples, mas em Portugal a visão é um pouco mais pessimista, com 17% a avaliá-los como "muito ou bastante" problemáticos (contra 12% de espanhóis).

As ligações viárias e ferroviárias satisfazem a maioria, com 10,5% dos portugueses dizem serem muito ou bastante difíceis – percentagem que curiosamente duplica em Espanha, com 20,7% a queixar-se das ligações ao vizinho do Atlântico.

Com uma amostra de 876 pessoas (363 portugueses) o barómetro de Opinião Luso-Espanhol foi realizado em Abril e Maio pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Salamanca com o apoio do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa de Lisboa.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Estranho rótulo

Fiquei hoje a saber que em Portugal ainda há glaciares. Pelo menos é o que dá para deduzir de uma garrafa de água do Pingo Doce que diz "Água de Nascente" e por baixo, numas letras mais pequenas "Água de Nascente Glaciar".
Estranhei aquele "Nascente Glaciar" e pus-me a ver as letrinhas mais miúdinhas da garrafa à procura do local da captação. Fiquei a saber que este se situa na "histórica nascente glaciar situada a 1400 metros de altitude no coração da zona protegida do Parque Natural da Serra da Estrela".
Como qualquer nascente glaciar é de águas provenientes do degelo dos glaciares, da próxima vez que for à Estrela irei estar com atenção para ver se vejo o tal glaciar, do qual veio a água que estou a beber neste momento!

Uma agradável surpresa

Sempre tive uma ideia do Windows Vista muito má, com aquele sistema operativo a ser muito pesado, a não trazer nada de novo a não ser mariquices e nada em termos de utilidades e por aí fora.
Com a avaria do meu antigo PC e a consequente compra de um novo acabei por ter que ficar cliente do Vista e, para grande surpresa minha, até nem acho aquilo tão mau como isso.
É certo que consome recursos do sistema que, a meu ver, são excessivos, mas também é certo que traz algumas coisinhas bem interessantes e úteis lá pelo meio. Uma delas é a forma como o sistema lida com os problemas das aplicações (crashes, desliganços, etc.). Ao contrário do que acontecia no XP, que apenas se limitava a enviar para a Microsoft os dados referentes ao problema ocorrido, agora com o Vista há a possibilidade de se receber soluções para essas avarias. Aconteceu-me mais do que uma vez, e se na maioria das (poucas) vezes em que isso aconteceu os programas até eram da Microsoft, ficando, portanto, tudo em casa, numa das vezes o programa que bloqueou não o era, e mesmo assim o Vista foi capaz de ir ao site da softwarehouse que lançou aquele programa e descobrir a solução para o problema (consistiu na instalação de um patch).
Afinal de contas, o Vista até nem é assim tão mau. Pena é que peça tanto do hardware.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Especialização

Costumava dizer que fazia o trabalho que gostava e que tinha escolhido: trabalhar em informática. Contudo, nos últimos anos tenho sentido pelo que faço um desinteresse cada vez maior ao mesmo tempo que sinto uma vontade cada vez maior de dar uma volta de 180º em termos profissionais de forma a fazer qualquer coisa que não tenha que ver com computadores.
Mas quando se passou uma vida inteira (ou quase) a trabalhar e a preparar o caminho para se fazer uma determinada actividade, a capacidade para se dar tal volta é, literalmente, nula.
E assim vou passando os dias, a detestar cada vez mais os computadores, os utilizadores, os problemas que uns e outros criam e a informática em geral, mas sem ver que mais poderia eu fazer para ganhar a vida.
São os efeitos perversos da especialização que a sociedade actual nos obriga.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Obviamente não o renovo

Refiro-me ao passe! Obviamente não o renovo!
Ainda hoje pensei ir de autocarro até Braço de Prata. Chegado à paragem resolvi enviar um SMS para saber quando chegaria o próximo 718. A resposta deixou-me boquiaberto: o primeiro autocarro só chegaria dali a 20 minutos, escassos 15 minutos antes da partida do comboio que eu queria apanhar em Braço de Prata. Como demoro, geralmente, 20 a 25 minutos a pé até à estação optei por essa alternativa. O autocarro passou por mim estava eu já na Fernando Palha (a 5 minutos, a pé, do meu destino).
Fez-me lembrar uma outra ocasião em que fui trabalhar num Sábado. Nesse dia fui para a paragem 45 minutos antes da hora de partida do comboio que eu tencionava apanhar no Rossio e esperei perto de 30 pela chegada de um autocarro que, segundo informações da Carris, deveria chegar, na pior das hipóteses, 13 a 14 minutos depois. Acabei por chegar à Estação do Rossio 5 minutos depois da saída do comboio (e 50 minutos depois de ter chegado à paragem de Xabregas).
Não sei se a culpa destes atrasos é toda da Carris, mas sei que já houve tempos em que estas situações acabavam por ser minimizadas pelo serviço então existente em Xabregas. Agora, com as "melhorias de serviço" (nome dado pela Carris a tudo o que seja "alterações de serviço") adoptadas pela Carris nos últimos anos, a probabilidade de se passar o dobro do tempo (ou mais) numa paragem do que aquele que passamos no interior do autocarro é extremamente elevado.
E, parece-me, isso não ajuda a fidelizar clientes, quanto mais atrair novos!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Quem comanda a vida

Não sei se se deve ao 40º. aniversário da alunagem da Apollo XI, mas o que eu sei é que hoje não consigo tirar da cabeça a Pedra Filosofal. E ainda bem.

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarela voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
Rómulo de Carvalho, sob o pseudónimo de António Gedeão
(retirado do site da Biblioteca Nacional)