terça-feira, 31 de março de 2009

A buracagem

Toda a gente diz que esta cidade está sempre em obras. E com razão! O exemplo mais mediático disto é, sem dúvida, o Terreiro do Paço, que depois de 10 anos com obras do metro levou agora com mais 4 meses (segundo as previsões) do mesmo.
Existem também as obras nada mediáticas, mas igualmente intrigantes pela sua coincidência espaço-temporal. Pertencem a esta categoria duas obras na Rua do Açúcar, em pleno coração da zona Oriental de Lisboa. Algures em Janeiro deste ano uma empresa qualquer (a EDP, a PT, ...?) abriu uma pequena vala junto ao edifício da Santa Casa da Misericórdia ali existente. Durante cerca de uma semana aquela vala ficou ali aberta para colocação de um cabo qualquer. Terminada essa semana a vala foi tapada e ficou perto de um mês (mas para cima) à espera que alguém calcetasse aquele pedaço de passeio. Esse trabalho foi finalmente feito já no final de Fevereiro (há um mês, assim a olhómetro). Ontem alguém resolveu abrir nova vala no mesmo local (a EDP, a PT, a mesma da outra vez, outra?), desta vez numa extensão maior que da primeira vez, mas aparentemente com o mesmo propósito: colocar cabos. Com isto, aquele pedaço de passeio durou cerca de um mês desde que foi refeito até ser desfeito.
E assim se vai gastando dinheiro de forma estúpida. E ficam sempre as eternas, como as obras, dúvidas:
  1. Porque ninguém faz, de uma vez por todas, a porcaria de umas calhas técnicas que permitam a colocação de cabos sem rebentar com uma rua inteira?
  2. Quando é que alguém diz, de uma vez por todas, que os passeios desta cidade passam a ser feitos como se faz em todo o lado, sem pedrinhas que demoram uma eternidade a serem recolocadas e que ao fim de pouco tempo já saíram todas, quer por nova obra, quer por má colocação?
E já agora, neste tipo de obra dá jeito criarem caminhos alternativos para os peões, principalmente numa rua que até tem largura para isso!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Maus vendedores

Aqui ficam alguns maus vendedores com quem tenho lidado:
  1. Quando quis comprar um leitor de DVD procurei primeiro por saber qual o modelo desejado e, depois de saber isso, procurei o melhor preço nalgumas lojas. Numa dessas lojas fui atendido por um homem que me pareceu ser o patrão. Quando lhe disse o modelo que pretendia a resposta foi estranha: "Para que quer você sucata? Isso é só sucata, mas se é o que você quer... Mas nós aqui não vendemos sucata". Só faltou dizer que eu era parvo. Para completar o cenário nunca me chegou a dizer porque era aquele modelo (e marca) sucata, mas em compensação ofereceu uma alternativa "aliciante": um outro modelo de uma outra marca (da qual eu não tinha boas referências) e que, segundo ele, já estava desbloqueado (creio ter sido esse o termo empregue) permitindo ver DVDs de outras zonas que não a nossa (para quê, perguntei-me eu)! Não comprei lá nada e nunca mais lá voltei.
  2. Certa vez precisei de materiais para as minhas maquetes (tintas, tapa-fendas e outras coisas para madeira) e dirigi-me a uma casa da especialidade. Ia ser atendido por uma funcionária quando um homem, que mais uma vez me pareceu ser o patrão, se intrometeu e me perguntou o que eu desejava. A velocidade a que tudo foi feito foi de tal forma elevada que eu, desconhecedor daquele tipo de produtos, mal tinha tempo para pensar e acabei por sair da loja pouco mais de 5 minutos depois com um saco com alguma tralha, parte da qual, acabei por descobrir mais tarde, não me servia para nada! Nunca mais lá voltei.
  3. Há uns anos comprei um CD numa discoteca. Chegado a casa o leitor nem sequer lhe pegava. Volto à loja para reclamar. Uma empregada mal-disposta atende-me e mete o CD num leitor que eu não conseguia ver. "Está a lê-lo". "Mas eu não oiço nada". "Isso é porque não posso tirar o CD que está actualmente em escuta na loja". Nunca cheguei a ouvir aquele CD, nem a ver aquele leitor a pegar nele. Mas ouvi a empregada a dizer-me que não podiam trocar porque era política da loja. Respondi-lhe que se essa era a política da loja então teriam que a rever pois não era legal. A coisa azedou e eu acabei por sair de lá com o CD na mão pois, pelo preço que tinha sido (pouco mais de 1000$00), achei que não valia a pena tanto escarcéu. Passado pouco tempo encontrei o mesmo CD numa grande superfície, muito mais barato e a funcionar. Nunca mais voltei à loja nem muitos dos meus colegas de trabalho da altura e amigos, alguns dos quais iam lá frequentemente.
  4. Há umas semanas fui, como já contei, a uma carpintaria encomendar madeiras para as minhas maquetes. Prometeram-me um orçamento logo para esse dia. Uma semana depois voltei lá a perguntar "então como é". Tudo isto foi na semana de Carnaval. Estamos, neste momento, a uma semana e 4 dias da Sexta-feira Santa! Nunca mais lá voltei nem nunca mais lá voltarei.
  5. Hoje ao almoço fui a um restaurante de centro comercial. O menú incluia prato do dia e uma bebida. O funcionário dá o prato à minha colega com um obrigado e vai-se embora, sendo substituído por outro. A minha colega já se estava a ir embora quando a recordei que tinhamos pago também uma bebida. Lá lhe foi dada a bebida. Ainda pensamos que o problema se tinha devido àquela "rendição", mas quando chegou a minha vez a coisa repetiu-se: o empregado (o segundo) dá-me o prato e agradece, preparando-se para se dirigir ao cliente seguinte. "E quero uma água natural"! Trouxe o prato, a água e a certeza de que não volto lá.

sábado, 28 de março de 2009

Dois maus exemplos

O primeiro exemplo é o actual estado do trânsito na Baixa de Lisboa. Apesar do Presidente da Câmara (e seus correligionários) estar satisfeito com as alterações feitas ao sistema viário dessa zona, querendo até prolonga-las ad aeterno, a verdade é que na prática e para o cidadão comum essas mesmas alterações são um verdadeiro pesadelo. Ontem só para descer a Rua do Ouro de autocarro (que até tem faixa própria) foram "apenas" 20 minutos. Trânsito melhorado com estas alterações? Só se for para quem ande de carro oficial!
O segundo exemplo é a tal parvoíce que andam para aí a papaguear e que consiste numa coisa chamada "Hora da Terra". O mote é nobre (protejer o ambiente e o habitual nestas coisas), mas os meios são imbecis ou até mesmo ignorantes. Algumas câmaras municipais vão desligar as iluminação dos monumentos. Daí não virá grande mal ao mundo, excepto em locais como a Rua da Madre de Deus onde apenas os holofotes que iluminam o convento do mesmo nome funcionam! O problema surge quando algumas "cabeças iluminadas" pretendem alargar esta iniciativa a tudo o mais. Só mesmo por ignorância é que se pode defender tal coisa. Qual o efeito de uma tal coisa numa rede eléctrica, dimensionada para um determinado consumo e que, subitamente, deixa de ter consumidores? E quando essa hora acabar? A rede que, caso não tenha dado o estoiro logo ao início, quando se desligou tudo, acabou por se reorganizar para o actual "consumo quase-zero" leva de repente com uma sobrecarga de "interruptores a ligar". O que acontecerá então à rede e às centrais eléctricas? E não pensem que estas "excelentes" medidas são só recebidas via e-mail ou sites na internet. Estas coisas são defendidas, como acabei de ver, na televisão por conhecidas figuras de topo de organizações ambientais!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Utilizadeiros!

A todos os utilizadores informáticos (utilizadeiros para os profissionais da matéria): quando ligarem para uma linha de apoio ao utilizador digam de forma clara o que realmente se passa. Receber chamadas a dizer que "a aplicação tem um erro" é o mesmo que nada!
Ou será que quando vão ao médico a única coisa que dizem é "Senhor Doutor, estou doente" e a partir daí o médico que se desenvencilhe?

Risco elevado

É do senso comum que nunca se deve "deitar cá para fora" informações a mais que possam ir "cair" em "ouvidos errados". Com certeza que se forem de férias não vão colocar um letreiro no café do bairro a dizer que a vossa casa vai estar sem ninguém durante 15 dias a partir do próximo Sábado. Ou que a fechadura da porta do prédio está avariada e a porta do vosso apartamento não fecha bem!
Tudo isto é verdade menos no que diz respeito a incêndios. Sempre que as condições são propícias à propagação de fogos surgem em todos os meios de comunicação social grandes títulos a dizer coisas como "alto risco", "barril de pólvora" e outros.
Ora, não será isto um aumento desnecessário do risco? Não ficarão todos os pirómanos e outros interessados extremamente agradecidos perante tais informações?

segunda-feira, 23 de março de 2009

Balanços logo ao início

Há uns anos havia na nossa praça um conhecido jogador de futebol (ou seria um treinador?) que ao lhe perguntarem sobre as previsões que fazia para um determinado jogo respondia "prognósticos só no fim".
Os tempos mudaram e agora já não se fazem "prognósticos só no fim", agora fazem-se balanços logo ao início.
O primeiro deste novo tipo de balanço foi feito pela CMLisboa que logo no primeiro (ou segundo) dia de fecho do Terreiro do Paço fez uma balanço positivo daquelas alterações, afirmando então que os automobilistas tinham seguido as indicações e as sugestões dadas pela CMLisboa sobre alternativas, não tendo, por essa razão, havido problemas de maior (pelo menos naquela zona). Depois disso nunca mais houve balanços do que quer que fosse, nem mesmo ao fim do primeiro mês, mas o trânsito, que nos primeiros dias era reduzido, foi, paulatinamente, aumentando até chegar à confusão que actualmente vejo às 20 e picos das 2ªs., 4ªs. e 6ªs. quando regresso da natação. Calculo que nos outros dias seja igual e que até meia hora antes daquela a que passo seja pior.
O segundo balanço do género foi feito esta semana pelo Diário de Notícias, relativamente ao seu novo site. Foi um sucesso, segundo o jornal, com milhares de visitantes "logo no primeiro dia". Ora, todos sabemos que uma coisa nova e ainda por cima publicitada atrai sempre gente que quer ir espreitar. E isso não é motivo ou base para fazer balanços de espécie alguma, como o DN fez! E, se os outros cibernautas forem como eu, muito provavelmente este "balanço" fabuloso do primeiro dia não se irá repetir (sinceramente não gostei do site)!
Esperemos que no final, tanto num como noutro caso, os "prognósticos" sejam mais realistas e comedidos!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Os imbecis dos skates

Depois de ter falado dos meninos das bicicletas, agora vou falar de outra praga ainda mais irritante que a primeira e que nos últimos anos se tem vindo a instalar e a multiplicar na zona da Baixa de Lisboa: os imbecis dos skates.
Há alguns anos (que não sei dizer quantos) começaram a aparecer alguns destes imbecis na placa central da Praça da Figueira, a rolar pelo meio dos traseuntes, sem qualquer preocupação com a segurança, seja deles, seja dos outros. Com o passar do tempo o número de imbecis tem vindo a aumentar e, com esse aumento, também o perigo. Como aparentemente o espaço na Praça da Figueira já começa a ser "curto", já começaram a procurar outros sítios, como a placa central da Praça dos Restauradores (de triste memória para um iberista como eu), onde eu também já os vi.
O que mais impressiona em toda esta "actividade" é não se ver uma autoridade qualquer, seja PSP ou Polícia Municipal, que ponha cobro a esta situação.
Qualquer pessoa que passe por um daqueles locais arrisca-se a ser atropelado por uma besta daquelas. E se isso acontecer como é que é o resto da história? Quem é o responsável?
Tal como com os meninos das bicicletas, também com estes imbecis o mete-nojo em que eu me tornei nunca facilita! E, mais uma vez, poderei ficar todo partido, mas dar-me-á um gozo tremendo ouvir a queda que o outro dará!

quinta-feira, 19 de março de 2009

No meu tempo... (Parte II)

... o pessoal já era, segundo as gerações mais velhas, menos instruido que antigamente, mas quando vejo os jovens de agora...
Hoje, quando vinha no comboio de regresso a casa, sentou-se um casal de namorados à minha frente (sim, no meu tempo já davamos beijos). Ela trazia livros e cadernos. Ele levava uma capa que tinha escrito "Olisipo".
Às tantas, no meio da conversa de arrulho (OK, isto é dor de cotovelo), ele pergunta-lhe apontando para a palavra "Olisipo":
- Sabes o que é isto?
- Não! (Nesta altura o queixo do narrador caiu)
- É o nome que davam a Lisboa há uns anos! (O narrador pensa: OK, o gajo sabe, mas com aquela do "há uns anos" está nitidamente a gozar com ela)
- Quer dizer, era antigamente, há bué de anos, não sei bem quantos! (Desilusão total para o narrador. Afinal o gajo não estava a gozar com ela. O comboio chega a Braço de Prata e o narrador sai com tudo na mão para que não caisse mais nada).
Serei eu um freak, um anormal, por saber estas coisas? Mais ninguém sabe? O pessoal do meu tempo, pelo menos aquele com quem eu me dava, sabia estas coisas. E na escola secundária! Não era preciso nenhum curso superior para ter este tipo de conhecimento. Isto é cultura geral, e nem é nada de transcende, é lana caprina!
Fiquei siderado!
Se por acaso aquele casalinho, na casa dos 18/20 anos, for um caso de rara ignorância então peço, caso tenha ofendido com esta história alguém dessa faixa etária, muita desculpa!

No meu tempo...

... não era assim!
Deve ser das frases mais universais, quer geográfica, quer temporalmente. "No meu tempo não era assim!"
Eu era daqueles que, no meu tempo (lá está), dizia sempre que nunca diria tal coisa. O tempo veio desmentir-me e hoje quando vejo malta de, digamos, 18 anos, penso (e digo) com um misto de inveja (pela idade) e de reprovação: "No meu tempo...".
Quando oiço esta frase lembro-me sempre da minha avó a críticar a malta nova (malta que era, portanto, "do meu tempo") por se beijar na rua.
- No meu tempo não havia nada disto. Não andavamos assim aos beijos, a lamberem-se todos! Onde já se viu? Que pouca vergonha! Já não há respeito por nada!
E a lista de acusações seguia por aí fora.
Geralmente, e caso estivesse presente, entrava então o meu avô
em cena.
Primeiro deixava-se rir, com aquele ar bonacheirão dele, depois lá lhe saía:
- Pois, não era! No nosso tempo não havia nada disso. Não andavamos aos beijos assim, não senhora! No nosso tempo só davamos, e às escondidas, "beijos à cinéfilo"!

sábado, 14 de março de 2009

Assim não dá!

Hoje demorei de Xabregas ao Rossio, uma distância de cerca de 4,5 Kms, cerca de 50 minutos. Esta estonteante velocidade média de 5,4 Km/h não foi atingida deslocando-me a pé, mas sim no 759! Destes 50 minutos perto de 30 foram passados na paragem, à espera! Diz o horário que consta no site da Carris que àquela hora eu deveria ter ficado à espera 13/14 minutos! Mas estive 30. E como resultado disso acabei por não apanhar o comboio que tencionava apanhar, o qual saía 45 minutos depois da hora a que cheguei à paragem!
Mas isto não acaba aqui. Chegando à estação do Rossio, 5 minutos depois da partida do comboio que tencionava apanhar, deparo-me com o átrio principal desta fechado. Motivo: uma qualquer cerimónia, com direito a cadeirinhas, palanque e um "convite" aos plebeus para que estes fossem dar a volta, não digo ao bilhar grande, mas antes ao edifício, entrando no piso intermédio (ou pelo metro, como eu fiz)!
E não se esqueçam: a bem do ambiente, da sustentabilidade e de mais uma série de coisas, usem os transportes públicos! Dizem eles (ou será melhor escrever Eles, com 'E' maiúsculo?)!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Os meninos das bicicletas

A grande moda actual em termos de mobilidade é andar de bicicleta. Toda a gente vai ter que andar de bicicleta. E já se começaram a gastar os primeiros milhões em infraestruturas para se andar de bicicleta.
Agora apresento o reverso da medalha. Terão os bicicleto-mobilizados capacidade para se moverem dessa forma?
É que para estes meninos, que tanto se queixam da falta de condições, tudo é pista de ciclismo e código da estrada é coisa que não se aplica (a eles). Quantas vezes é que eles param num sinal de stop? E num de cedência de prioridade? E num semáforo que se encontre fechado? E as zonas pedonais e os passeios e passagens de peões? Serão para andar montados em bicicleta?
É que estes meninos podem ter azar quando fazem estas manobras e outras tropelias e dar de caras com um mal-humorado como eu que não tenha vontade de parar quando tem o sinal verde para ele ou de se desviar quando vai num passeio ou zona pedonal.
Posso ficar todo partido da cacetada que levar, mas dar-me-á muito gozo ouvir o ruído da queda que o outro dará!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Crise? Mas qual crise?

Por todo o lado sugem notícias alarmantes da gravíssima crise económica e financeira que se abateu sobre todo o Mundo. Os bancos deixaram de emprestar, os consumidores deixaram de consumir, os vendedores de vender e os produtores de produzir. Tudo entrou em colapso, segundo dizem.
Contudo, nas últimas semanas, aconteceram-me duas coisas que me fizeram duvidar de tudo isto.
A primeira teve origem num dos dois bancos de que sou cliente. Ligaram-me um dia para o telemóvel a perguntar se eu tinha recebido em casa uma carta a indicar que me tinham dado crédito pessoal pré-aprovado. Não a tinha recebido na altura, mas a carta apareceu-me em casa passados uns dias (por culpa dos CTT a fazer fé na data que lá constava). Perguntaram-me também se eu não estava interessado naquela oferta. Afinal de contas estavam-me a oferecer crédito pré-aprovado. Respondi-lhes que não estava interessado e que quando precisasse de dinheiro eu iria ter com o banco. Contra-responderam: mas não está mesmo? Olhe que já está pré-aprovado. Aí saltou-me a tampa e respondi-lhes de maus modos: não é por me darem um crédito pré-aprovado que eu vou a correr a gastar dinheiro estupidamente. Eu não preciso de nenhum crédito pessoal, perceberam? Quando precisar eu vou ter convosco, OK?
Fica aqui a prova de que a crise financeira não existe e que a história dos bancos não emprestarem dinheiro com tanta facilidade é treta.
A segunda história ainda não teve epílogo. Há duas semanas dirigi-me a uma carpintaria para encomendar uns módulos em contraplacado para a minha maquete. Disse-lhes o que queria, deixei-lhes o contacto e... Durante uma semana não aconteceu nada. Passada essa semana resolvi voltar lá. Tinham-se esquecido de me ligar a perguntar se podiam usar placas de 8 mm em vez das de 10 mm. Claro que podem usar. Não são menos 2 mm de espessura que vão dar fragilidade à coisa. Passado 2 ou 3 dias ligaram-me. Estavam com dúvidas numa coisa e precisavam de uns esclarecimentos. Lá lhes dei os esclarecimentos pedidos. Hoje, duas semanas depois, ainda estou à espera de dois módulos (ou das peças cortadas, mesmo que não estejam montadas) de 40x92x10 cm mais duas placas de 32x92 cms.
Assim cai o segundo mito desta crise, o de ninguém comprar nada e isso provocar uma reacção em cadeia em toda a economia. Comprar até quero, mas aparentemente ninguém quer vender!
Imaginem o que seria a minha vida se:
  1. Os bancos andassem a conceder créditos a torto e a direito;
  2. O consumo fosse tão desenfreado que os fornecedores não conseguissem dar resposta a tanta procura.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Bater na mesma tecla assim como quem chove no molhado

Este post é mesmo isso: bater na mesma tecla, chover no molhado.
Cheguei à paragem do 759 nos Restauradores - paragem onde inicia a carreira - por volta das 20:00 e pouco (ainda não eram 20:05) e preparei-me para esperar ao frio pelas 20:09, hora a que sairia o próximo autocarro. Seriam umas 20:06 ou 20:07 quando o autocarro apareceu do lado do Rossio e estacionou do lado nascente da Praça dos Restauradores num local que, por ficar atrás do monumento, não era visível da paragem.
As 20:09 chegaram e passaram e do autocarro nem sinal. Às 20:10 lá apareceu por detrás do monumento, quando já passava um minuto da hora de partida que consta do horário.
E ainda tinha que ir à primeira transversal da Avenida de Liberdade para voltar para trás e dirigir-se à faixa lateral do lado poente, em frente ao Éden, para fazer o serviço, coisa que, devido aos semáforos demorou cerca de 3 ou 4 minutos.
Tendo sido o 3º ou 4º passageiro a entrar no autocarro senti logo um imenso cheiro a tabaco dentro do autocarro, cheiro esse que se tornava mais ténue à medida que me encaminhava para a retaguarda. Dado que, para além do motorista, não havia ninguém dentro do autocarro quando este chegou à paragem, presumo que tenha sido ele o prevaricador.
Às 20:17 o autocarro das 20:09 saiu, finalmente, da paragem. Seguiu-se uma viagem de solavancos, com arranques tão bruscos quanto o eram as travagens, talvez para compensar o atraso com que saímos do terminal. Mesmo assim o autocarro chegou a Xabregas ainda uns 4 ou 5 minutos depois da hora a que normalmente passa por lá!
Reclamar para a Carris?
Não creio que valha a pena. As respostas que a empresa envia para os clientes ou são vagas, ou completamente disparatadas ou, quando são casos destes, apenas demonstrando uma preocupação mórbida em fazer rolar cabeças perguntando:
- Mas quem ia a conduzir o autocarro?
Ao que só me apetece responder:
- Lembro-me perfeitamente de quem era! Era um tipo vestido de azul!
Certificações de Qualidade, ISOs não sei das quantas e mais não sei o quê, mas com que propósito? Não seria tudo mais simples como estava antigamente, sem nada disto, mas com tripulantes bastante mais educados e civilizados que estes?

As incongruências da pobreza

Numa notícia do Telejornal de ontem afirmava-se que devido à crise muitas pessoas da classe média estão a recorrer aos balneários públicos para que possam tomar um banho regularmente, já que muitas terão a água e/ou o gás cortado(s) por falta de pagamento. Durante a reportagem pergunta-se a alguém como é que se sabia que essas pessoas eram da classe média. A resposta foi: "Pelas roupas e por virem de carro"
São estas as grandes incongruências dos novos-pobres nacionais!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Assim vai ser rápido

Qual o motivo para que uma obra que implica o fecho ao trânsito automóvel de uma importante artéria da cidade não seja feita 24 sobre 24 horas, 7 dias por semana?
É que hoje passei pelo Terreiro do Paço por volta das 20:15 e não se via ninguém a fazer o que quer que fosse em todo aquele estaleiro!

segunda-feira, 2 de março de 2009

A enjeitada

Xabregas é uma zona pouco querida da cidade. É-o não só pela população em geral, mas, e principalmente, pelas autoridades quer da câmara, quer da freguesia do Beato. Vem isto a propósito de um artigo publicado hoje no DN sobre a nova ponte sobre o Tejo.
Neste artigo é novamente referido que uma das condições que a autarquia colocou para aprovar a nova ponte foi (e passo a citar o artigo) «
o rebaixamento do tabuleiro em sete metros, de forma a diminuir a "intrusão visual" que a primeira versão do estudo prévio deixava antever».
OK, os motivos para tal até são nobres, mas, pergunto eu, qual o impacto desse rebaixamento em termos ambientais junto à ponte? O barulho não será maior? Sei que são apenas 7 metros, mas nestas coisas qualquer metro a mais é sempre benvindo.
E mais uma vez para que outros possam ter uma vista desafogada, lá vai Xabregas ser prejudicada, isto a pedido da CMLisboa, que não tem nem nunca teve qualquer preocupação com aquela zona da cidade, e com a complacência da JFBeato, que não tem nem nunca teve qualquer vontade de defender a própria casa.