A 28 de Maio do ano passado mostrei aqui algumas fotos do estado em que se encontrava o Terreiro do Paço. As obras foram decorrendo durante meses (mais de um ano, se não me engano, mas como não tenho a certeza...). No final de Abril ou princípio de Maio de 2010 as mesmas pararam pois daí a umas semanas o Papa viria a Lisboa e realizaria ali, naquela praça, uma missa.
Veio o Papa, foi-se o Papa mas quanto a retoma de obras, nada! As imagens que se seguem falam por si. Apenas coloquei legendas para melhor esclarecimento do que ali está.
O topo norte, que, como vêem comparando com o post de há um ano, se encontra praticamente na mesma!
Numa obra que dizia ser para devolver a praça às pessoas, é estranho que só tenha encontrado estes dois bancos. Antes das obras havia bastantes destes na praça central, onde antes houve o parque de estacionamento.
Mas também, sejamos sinceros, colocar bancos numa torreira destas que nem uma sombra tem...
Voltemos ao topo norte...
Devido à obra, a Carris foi forçada a retirar os carris do lado nascente, onde durante décadas existiu o terminal do eléctrico 18, mais tarde substituído pelo 15. Da retirada desses carris ficou esta linda cicatriz no piso do topo norte.
Da bela calçada portuguesa que ladeava a placa central sobrou muito pouco e mesmo esses pequenos troços apenas em zonas que não chegaram a ser intervencionadas!
O passeio que ladeia a placa central está num belo cimento que no caso do topo norte termina subitamente na zona onde termina a linha desviada usada pelos eléctricos da Carristur, sensivelmente em frente à Rua Augusta.
No canto noroeste, junto à esquina com a Rua do Arsenal, ao lado da esplanada ali instalada, o solo "mereceu" este revestimento! Simplesmente lindo!
Falando em piso... Nesta passagem de peões, os referidos deverão prestar atenção ao trânsito de eléctricos ou ao chão que pisam?
Vamos mas é para o rio, que sempre deve estar mais fresco.
Antes das obras a praça era a direito, agora forma uma lomba que quase tapa metade das colunas do cais do mesmo nome! Mas para quê aquela lomba?
Ah, é para que se pudesse criar esta zona em escada, com quatro degraus! Carrinhos de bebé e cadeiras de rodas façam o favor de ir até um dos extremos da praça se quiserem atravessar para o lado do rio!
Os tais degraus junto à nova passagem de peões em direcção ao Cais das Colunas.
E por falar nisso, vamos dar uma vista de olhos ao rio. Para o lado do Campo das Cebolas...
... está diferente! Pode ser que para o outro lado, para o Cais do Sodré, a coisa melhore...
... ah, não, não melhorou! Mas não havia forma de tirar dali aquele bloco de betão?
Vou mas é voltar para trás!
Que engraçado! Aquele empedrado assim será para reduzir a velocidade dos automóveis, para torcer os pés dos peões ou simplesmente porque quem o fez não sabia da arte? Adiante...
Lembram-se de uma estação de correios que havia no Terreiro do Paço? Ainda existe, mas agora na Praça do Munícipio, nestas lindíssimas e modernas instalações!
Na porta do edíficio que se encontra ao fundo, do lado esquerdo da fotografia, vê-se esta cartaz, onde o vermelho-CTT já está num estranho tom laranja-amarelado a cair para o branco!
Seja como for, visto assim o Terreiro do Paço até nem fica feio.
Pena é vermos as coisas de perto e olhar para o resto da Baixa que, com este Terreiro do Paço, acabou por ficar ainda mais vazia do que já estava.
E, para terminar, aqui ficam as fotos e os nomes dos autores políticos e morais de tão grande obra!
António Costa, político
José Sá Fernandes, embargador de obras dos outros
Manuel Salgado, arquitecto