quarta-feira, 24 de junho de 2009

Fim do passe?

Pois é, lá se passou um mês e por isso mesmo termina hoje a validade do meu passe. Nesse período vi, aconteceu, senti, sofri, ouvi e, principalmente, cheirei:
  • A regularidade da Carris parece-me estar pior (a fazer lembrar o início da década de 1990, talvez por efeito das demasiadas obras do Costa do Município, mas não só). Quando viajei numa de aventureiro, sem destino definido e sem estar à espera de autocarro ou eléctrico, limitando-me a entrar num carro qualquer quando este aparecia e eu estava junto a uma paragem, a coisa até correu bem, mas quando tinha destino definido...;
  • A meio do jogo mudaram as regras e assim o dia 12 de Junho passou a levar com o horário de Verão (ou seria uma redução de serviço equivalente ao horário de Verão?), quando antes era anunciado como estando em vigor o horário de férias escolares;
  • Fui obrigado a assistir ao espectáculo degradante dos motoristas quase baterem nas velhinhas que não conseguem validar o título de transporte, ao mesmo tempo que tinha que partilhar o pivete que um mangas qualquer deixava no ar e que por acaso até tinha entrado na paragem antes da paragem da velhinha sem picar o bilhete e sem que ninguém fizesse nada contra isso;
  • Aliás, parece-me que actualmente uma parte importante da clientela da Carris é composta por todo o tipo de mal-cheirosos. Numa das viagens que fiz a parte de trás do autocarro estava completa com um grupo de drogados e respectivo smell #5 e um grupo de imigrantes de leste completamente embriagados e cujo cheiro a vinho azedo chegava à frente do autocarro;
  • Não sei se para compensar atrasos ou por terem mesmo o pé pesado e as mãos rígidas, o certo é que me fartei de levar com acelerações despropositadas, seguidas de travagens bruscas e curvas feitas com uma suavidade de fazer ir ao chão mesmo quem ia sentado. Numa das viagens cheguei a levar com a porta de saída em cima e nem sequer era o último a querer sair e noutra o motorista resolveu usar o travão de estacionamento quando o autocarro ainda estava em movimento;
  • Apesar de os autocarros andarem geralmente atrasados eu ainda apanhei com motoristas apressados que saíam do terminal antes do horário afixado (em dois casos fiquei apeado, num terceiro tive a felicidade de me ter despachado mais cedo da natação e ainda apanhei o autocarro. Depois da saída antecipada fomos o resto do caminho a pisar ovos;
  • No metro há estações fechadas e continuei a não conseguir ter nas estações mais recentes (Terreiro do Paço e Santa Apolónia) uma boa ligação aos autocarros;
  • Para ajudar a isto tudo ainda há o novo sistema de circulação da Baixa que não afecta apenas os automobilistas, ao contrário do que o arrogante presidente de câmara actualmente em funções pretende fazer crer.
Nem tudo foi mau.
  • No dia em que resolvi comprar um compressor para o meu aerógrafo tive sorte: apanhei um autocarro da 742 com um motorista espectacular que até ficou parado à espera que eu me acabasse de arrastar (mais ao compressor) até um lugar sentado;
  • Uns dias depois na estação de Roma, um maquinista do Metro esperou por mim (é a vantagem de terem colocado as portas de entrada do lado Sul em linha de vista com a linha)!
Mas estes dois episódios não chegaram para limpar a imagem com que fiquei dos transportes de Lisboa. Contudo, e dado que actualmente ando num processo de procura activa de casa, acabo por ficar preso a esta triste realidade.
Assim, e mesmo quando se avizinha na Carris uma época com 3 horários distintos e reduzidos (férias escolares, Verão e Agosto) e calculando eu que no Metro também haverá redução de serviço, mesmo que noutros moldes, lá terei que renovar o passe, nem que seja por apenas mais um mês (sim, em Agosto não me está mesmo nada a apetecer andar com um passe no bolso que me custará o mesmo que no resto do ano, mas que em troca apenas terei direito a metade do que deveria)!

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