... não era assim!
Deve ser das frases mais universais, quer geográfica, quer temporalmente. "No meu tempo não era assim!"
Eu era daqueles que, no meu tempo (lá está), dizia sempre que nunca diria tal coisa. O tempo veio desmentir-me e hoje quando vejo malta de, digamos, 18 anos, penso (e digo) com um misto de inveja (pela idade) e de reprovação: "No meu tempo...".
Quando oiço esta frase lembro-me sempre da minha avó a críticar a malta nova (malta que era, portanto, "do meu tempo") por se beijar na rua.
- No meu tempo não havia nada disto. Não andavamos assim aos beijos, a lamberem-se todos! Onde já se viu? Que pouca vergonha! Já não há respeito por nada!
E a lista de acusações seguia por aí fora.
Geralmente, e caso estivesse presente, entrava então o meu avô em cena.
Primeiro deixava-se rir, com aquele ar bonacheirão dele, depois lá lhe saía:
- Pois, não era! No nosso tempo não havia nada disso. Não andavamos aos beijos assim, não senhora! No nosso tempo só davamos, e às escondidas, "beijos à cinéfilo"!
Deve ser das frases mais universais, quer geográfica, quer temporalmente. "No meu tempo não era assim!"
Eu era daqueles que, no meu tempo (lá está), dizia sempre que nunca diria tal coisa. O tempo veio desmentir-me e hoje quando vejo malta de, digamos, 18 anos, penso (e digo) com um misto de inveja (pela idade) e de reprovação: "No meu tempo...".
Quando oiço esta frase lembro-me sempre da minha avó a críticar a malta nova (malta que era, portanto, "do meu tempo") por se beijar na rua.
- No meu tempo não havia nada disto. Não andavamos assim aos beijos, a lamberem-se todos! Onde já se viu? Que pouca vergonha! Já não há respeito por nada!
E a lista de acusações seguia por aí fora.
Geralmente, e caso estivesse presente, entrava então o meu avô em cena.
Primeiro deixava-se rir, com aquele ar bonacheirão dele, depois lá lhe saía:
- Pois, não era! No nosso tempo não havia nada disso. Não andavamos aos beijos assim, não senhora! No nosso tempo só davamos, e às escondidas, "beijos à cinéfilo"!
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