sábado, 30 de maio de 2009

Mudai a lei eleitoral

Carlos César, presidente do governo regional açoreano, afirmou que para combater a abstenção o voto deveria passar a ser obrigatório.
Como eleitor eu proponho outra abordagem: os resultados eleitorais deveriam ser calculados em função do número de eleitores e não de votos. Passo a explicar.
Como os resultados calculados em função do número de votos (A teve 30% dos votos, B 20%...) todos os lugares a eleição são sempre preenchidos - não estou a considerar as eleições presidenciais. Ora, se o total (os 100%) não fosse relativo aos votos, mas sim aos eleitores, no final uma percentagem de lugares, equivalente ao peso da abstenção, ficariam por preencher.
Do ponto de vista cénico, e no caso da Assembleia da República, o resultado seria o mesmo de agora, com as bancadas vazias! Do ponto de vista político o resultado já seria outro e talvez assim os partidos começassem a pensar em mudar, apresentando ao eleitorado candidatos de valor e não nomes que de valor pouco ou nada têm.
Como vê, Senhor Carlos César, provavelmente a maioria dos que não vão a votos não o faz por desleixo ou falta de sentido cívico. A maioria fá-lo porque não tem em quem votar ou que seja merecedor de tal confiança. E se tiver dúvidas é uma questão de descer desse pedestal em que vive e ir para a rua ouvir a conversa do povo. Vai ver que vai aprender muito.

2 comentários:

  1. Concordo e não concordo. Gosto da tua proposta de medida, sim senhor! Mas não acho que não votar seja justificável. Prefiro ir lá e votar em branco.

    Gostava, isso sim, que voltassem a fazer como nos anos oitenta, em que os votos brancos e nulos apareciam separados da abstenção. Isso sim, permitia perceber muita coisa.

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  2. Eu já fui abstencionista por duas vezes e sempre para as eleições europeias. Noutras eleições já votei em branco.
    As razões para isto são simples: no caso das eleições para o parlamento europeu eu nem sequer sei para o que estou a votar. Apenas oiço falar nesse tal de parlamento europeu quando há eleições ou quando um deputado tipo Pimentinha resolve saltar de indignação até ao tecto. Fora isso, e da "Europa", só oiço falar da presidência rotativa e da comissão europeia, e neste último caso acho que na maioria das vezes apenas por o cabecilha daquilo ser o Durão Barroso :P
    Ah, e, muito honestamente, a Europa é uma coisa que não precisa ser decidida pelos cidadãos, pelo menos quando se tratam de coisas realmente importantes (e do pouco que conheço o parlamento europeu não me parece ter uma relevância assim tão grande quanto isso - admito que possa estar completamente errado quanto a isto). Nessas "coisas realmente importantes" estão a própria entrada de Portugal na CEE, o Euro, o Tratado de Lisboa e todos os outros...
    Nas outras eleições é diferente. Sei ao que vou! O problema surge quando lá chego e me põe nas mãos um boletim com as mesmas personagens de sempre e que, para mim, já deram provas mais que suficientes da sua incompetência para o que seja!
    Os dias de eleições valem para mim apenas pela roullote das farturas à porta da minha mesa de voto! (vá, matem-me por não comer coisas "politicamente correctas").

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