Queixo-me dos transportes, mas a verdade é que por usá-los diariamente, à conta de ter esta paranóia com a condução, acabo por ganhar "brindes" que enriquecem a vida do dia-a-dia rotineiro do casa-trabalho-casa.
O regresso a casa de hoje foi bastante rico.
No comboio o "brinde" veio de duas senhoras que acaloradamente falavam das coisas que uma terceira fazia, metendo um homem pelo meio da história. Seria o objecto da conversa a vizinha de alguma delas ou de ambas? Conhecida? Familiar? A conversa continuava, cada vez mais intensa, com uma a dizer e a outra a apoiar.
Finalmente, a meio de toda aquela história, surge um nome que eu conheço: Teresa Guilherme! E assim, lá iam as duas, cada vez mais entusiasmadas (e por vezes exaltadas) a conversar sobre o concurso (?) da moda, como se se tratasse de um assunto de família e a tratarem os concorrentes quase por tu.
Passo para o autocarro: novo brinde! Desta vez era um senhor que ia todo contente, sentado no banco por cima da roda da frente, daqueles voltados para trás, com uma qualquer grafonola electrónica a debitar música pimba, num volume "generoso", suficiente para que nas últimas filas ainda se conseguisse ouvir a cacofonia por cima do ruído do motor.
A posição estratégica deste passageiro, virado de costas para o caminho, mas de frente para toda a "assistência", permitia-lhe gozar bem toda a situação, tendo eu ficado com a sensação que lhe dava até mais prazer ver a cara de enfado que a sua música provocava nos restantes passageiros que a audição da música em si.
São estas pequenas coisas que quem não anda de transportes públicos perde e que acabam por dar um outro gostinho ao ramerrame diário!
(Crónica escrita enquanto assistia ao Telejornal da RTP1, onde foi noticiada uma cena de pancadaria entre padres dentro de um templo!!!!!!!)
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