domingo, 18 de maio de 2008

Será para levar a sério?

Ao fim de 2 semanas recebi a seguinte resposta da Carris (em itálico e a bold) sobre o que pensa fazer do serviço em Xabregas, depois de mais uma seca à espera do 759.

De momento, não estão previstas alterações ao serviço prestado na zona do Beato/Xabregas.

De facto, com a primeira fase da Rede 7, verificou-se uma reformulação do serviço prestado à zona do Beato/Xabregas, cuja principal alteração consistiu na supressão da carreira 105, tendo, então, sido efectivamente reforçadas as carreiras 718, 742, 759 e 794. -A sério? A 759? Tem graça. Olhando para o horário actual e o que havia antes da rede 7 não se vê isso em lado nenhum! Ou está igual ao que era ou está com uma frequência menor. E no 718 há, de facto, uma grande melhoria, mas no papel. Pena não se dar por ela no terreno.

Referimos e continuamos a afirmar, que é melhor ter menos carreiras, mas melhores carreiras. Sendo verdade que, embora possam resultar prejuízos para alguns clientes, porque passam a ter necessidade de, por vezes, efectuar um transbordo adicional, a realidade demonstra que para a maioria dos passageiros a situação melhora, por redução dos tempos de espera e, por consequência, dos seus tempos de deslocação. É a diferença entre ter muitas carreiras, mas com intervalos grandes entre autocarros (o que acontecia com a 105, com intervalos na ordem dos 19 minutos), e ter menos, mas com intervalos de 10 minutos, por exemplo. -Têm razão. Já tinham referido e continuam a afirmar isso mesmo, mas o que querem? Eu sou como eles e também refiro e continuo a afirmar o contrário! E o 105 tinha realmente intervalos dessa ordem (19 minutos), mas nunca estive à espera de um mais do que 20/25 minutos. Já no 759-maravilha, mesmo sendo muito melhor que o 105, já estive à seca, 10, 15, 20, 35 e o recorde foi de 45 (quarenta e cinco) minutos! Carreiras melhores?

No caso concreto de Xabregas, todas as carreiras melhoraram, globalmente, o serviço prestado, tendo passado a proporcionar novas ligações. A carreira 718 passou a ligar ao Centro Comercial das Amoreiras, por exemplo, e a carreira 759 passou a ligar à zona do Parque das Nações. Também houve uma melhoria do serviço prestado pela carreira 794, embora um pouco mais afastada de zona central de Xabregas. A carreira 742 foi, igualmente, reforçada, tendo melhorado substancialmente o espaçamento entre viagens. Também a carreira 81 (actualmente 781), passou a efectuar paragem em Xabregas (Av. Infante D. Henrique). -Ai sim? Vejamos:

- 718 passou a ligar ao Centro Comercial das Amoreiras. De facto, não sei como vivi tantos anos sem esta ligação. Ainda por cima tendo transporte directo para a Rua de Campolide e Arco do Carvalhão a cerca de 300/400 metros. Ainda bem que o 718 passou a ir às Amoreiras e a perder (imenso) tempo para atravessar a Av. Duarte Pacheco, para me poupar aquela caminhada imensa;

- 759 passou a ligar a zona do Parque das Nações. Que fixe! Até me esqueço que antes já tinha uma ligação muito mais rápida e directa através do 28! Ainda por cima foi essa ida ao Parque das Nações (À Gare do Oriente, para ser preciso) é que deu cabo da carreira. Enquanto o 759 foi até aos Olivais Norte (no primeiro mês de vida da Rede 7) as coisas até andaram mais ou menos bem!

-794 melhoria do serviço. Houve, sim senhor. Em vez de 15 minutos passou a 14 ou qualquer coisa desse género. Ah, eles não dizem, mas esta também passou a ir à Gare do Oriente. FIXE! Outra ligação boa com uma volta enorme por Chelas.

- 742 com melhoria de serviço substancial: antes o intervalo era 8 minutos à hora de ponta, agora é 7! Fantástico melga!

- 81 passou a parar em Xabregas: sim, têm toda a razão, mas esquecem-se que esta nova paragem não foi propriamente planeada. Foi assim mais como reacção à merda que tinham feito um mês antes desta alteração (na fase 1 da Rede 7). Nem sequer publicitaram isto, de tal forma que a primeira vez que usei o 81 foi porque alguém queria sair em Santa Apolónia e tocou no Beato a pensar que não parava em Xabregas. Eu e mais uns quantos que estavam na paragem aproveitamos a "boleia" para entrar, mas, tal como eu, ninguém sabia da mudança.

Contudo, por vezes, quando ocorrem situações excepcionais, como seja a ocorrência de acidentes, avarias, etc., com impacto na circulação automóvel, podem resultar intervalos anormais. Assim, quando tal ocorrer, agradecemos que nos informem, através da comunicação da carreira, data, hora, local e sentido de marcha, de modo a averiguarmos as causas e, se for caso disso, tomarmos as medidas correctivas. -Eu até os informo, mas sempre que o faço levo com a resposta-tipo do "não temos culpa, é o trânsito" ou outra coisa qualquer que não está sob controlo da Carris. Mas agora pergunto eu: porque tenho que os informar destas anomalias? Então e o sistema de controlo e de acompanhamento de tráfego da Carris? Não é para isso que ele serve?

A este propósito, convém esclarecer que a Certificação das Carreiras é atribuída por uma entidade externa e independente da Carris, no caso o CERTIF. Não é a Carris que diz que o seu serviço é certificado. Trata-se de uma avaliação, incluindo viagens efectuadas por técnicos daquela organização, que atestam que o serviço obedece a critérios de qualidade. Claro que temos de admitir que possam existir falhas. Não estamos livres que um autocarro possa avariar, por exemplo. Esclarecemos, ainda, que temos de fazer entrega periódica ao CERTIF de dados, em formato electrónico, obtidos através do nosso sistema de localização de viaturas, que atestam a conformidade com o serviço anunciado. Para além deste aspecto, aquele organismo promove visitas surpresa às carreiras certificadas, através da figura do “Cliente Mistério”, que verificam a conformidade com o anunciado. -Que emoção, um cliente mistério. Querem ver que é um dos andrajosos de que eu me queixei há umas semanas e que nem bilhete pagam?

Quando ocorrem perturbações no serviço, a Carris tem a obrigação de as justificar perante o CERTIF, sob pena da certificação do serviço ser retirada. Até ao momento, as irregularidades sentidas não puderam ser atribuídas a um acto doloso da Carris, como se pode provar até ao momento.

Finalmente, no que se refere à carreira 39, informamos que a ligação entre Xabregas e Santa Apolónia pode ser efectuada através da carreira 759, a qual manteve inalterado o seu nível de serviço, mesmo com o prolongamento do serviço do metropolitano a Santa Apolónia. Com efeito, continuam a ser oferecidas viagens a cada 9/10 minutos, nas horas de ponta e a cada 14 minutos, no período compreendido entre as 10:00 e as 17:00 horas. Do ponto de vista da procura, pelos dados que dispomos, não existem motivos que sugiram uma necessidade de prolongamento da carreira 39 a Santa Apolónia, mesmo com o prolongamento do metro. Lembramos que, de Xabregas, é possível ligar a outros locais, onde existe metro, como é exemplo a Praça do Chile, através das carreiras 718 e 742. -Em termos de procura não existem motivos para que haja necessidade de prolongarem o 39 a Santa Apolónia!? Mas a Rede 7 não é para isso mesmo? Para tornar a rede da Carris complementar à do metro? E não é também objectivo da Rede 7 a inversão da tendência de perda de clientes? Pela resposta não é nada disto, limitando-se a Carris a fazer o que sempre fez: perde passageiros, tira autocarros, perde ainda mais passageiros, tira ainda mais autocarros... E esta gente conhecerá a cidade? Que raio de ideia mandar as pessoas apanhar o metro no Chile através do 18 e do 42, havendo uma linha em Santa Apolónia a apenas 1,5 Km e a 5 minutos de viagem a partir de Xabregas (ligeiramente menos que os 20 minutos que se gasta normalmente à hora de ponta para se chegar à Pr. Chile)!

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