No próximo dia 11 de Fevereiro ir-se-á realizar o segundo referendo relativo à questão da legalização do aborto.
Votarei, tal como o fiz há 8 anos, pela despenalização/legalização do aborto, não porque concorde pela realização de abortos como forma de controlo de natalidade, mas porque os mesmos sempre se fizeram e sempre se farão, seja ou não legal. Legalizando-se o aborto este deixará de ser feito de qualquer maneira, sem as mínimas condições de higiene e saúde e permitirá às portuguesas terem mais esta opção, mas de forma segura.
E também tal como há 8 anos crítico aqueles que defendem o “não”, quer pelas razões que apontam, quer pelas alternativas que nunca apresentam ou concretizam.
Os defensores do “não” insistem no respeito pela vida, mas esquecem-se sempre que o facto de o aborto não ser legal em Portugal não impede que este se continue a fazer. Ainda nessa onda, reclamam que ao se abortar está-se a negar uma vida, mas esquecem-se que muitas dessas vidas não são bem-vindas, o que normalmente conduz a situações de maus tratos e violência contra crianças com as consequências que todos conhecem. Também reclamam que a legalização do aborto em Portugal irá provocar uma sobrecarga no serviço nacional de saúde e que os nossos impostos não devem servir para tais práticas, mas esquecem-se, igualmente, que muitas das mulheres que praticam o aborto clandestinamente acabam por ir parar às urgências hospitalares devido às consequências de tais abortos, em situações que acabam por ser mais onerosas para o serviço nacional de saúde, quer em termos de meios (mais tempo de internamento) quer em termos económicos (tratamentos mais caros). Por outro lado, e tal como há 8 anos, referem, e bem, que existem alternativas ao aborto, e que deveria haver educação sexual, mas esquecem-se que nesses 8 anos que passaram desde o último referendo esses defensores do “não” nunca fizeram nada para implementar essas alternativas e nalguns casos “mais católicos” até condenam o uso dessas práticas.
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