sábado, 19 de setembro de 2009

Big Brother

No meu local de trabalho, e depois de alguns problemas de segurança ocorridos com uma tentativa de assalto - quase consumada - e de vários apedrejamentos a vidros e aos seguranças de serviço está-se, finalmente, a instalar um sistema de videovigilância mais abrangente que o actual com as suas 3 câmaras que apenas monitorizam as entradas.
A equipa que está a instalar o sistema optou por colocar os cabos pelo interior do edifício, usando as calhas já existentes sobre o tecto falso e isso teve, até ao momento, um efeito extremamente interessante em alguns dos meus colegas: para eles, agora "Vamos a passar a ser controlados!". "Olhem que não!", lá disse o casmurro do costume. "As câmaras ficam todas lá fora, menos 2 que ficam na recepção e uma terceira que fica no corredor da minha sala. As vossas nem sequer levam com câmaras!". Claro que nada disto teve qualquer efeito nos meus colegas, que continuam muito aflitos (o mais correcto seria dizer "aflitas") com toda esta vigilância!
Saí de ao pé deles a pensar nesta enorme "falta de privacidade". E cheguei à seguinte conclusão: eles têm razão! É que já não bastava:
  1. Os telemóveis e a sua tecnologia celular andarem constantemente a registar informação sobre onde nos encontramos;
  2. As lojas, bancos e transportes públicos estarem pejados de câmaras de video-vigilância;
  3. A rede Multibanco registar todas as nossas transacções, incluindo a localização espaço-temporal das mesmas;
  4. O nosso banco saber tudo sobre a nossa vida;
  5. E vendermos toda a nossa privacidade àquela cadeia de lojas em troca de um cartão fantástico que nos oferece €5,00 de descontos por cada €5.000,00 de compras (desde que a média mensal dos últimos três meses seja de €4.500,00),
para agora nos virem pôr câmaras de video-vigilância no nosso local de trabalho!

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