sábado, 31 de janeiro de 2009

Do sorriso à gargalhada incontida

Andei hoje pela segunda vez nos novos articulados da Carris, os quais possuem sistema de anúncio de paragens tal como existe no metro e nos comboios. Da primeira vez que andei havia alguma coisa desregulada pois só se ouvia a campainha e depois uma voz muito sumida de uma senhora, tão sumida que não deu para ouvir patavina.
Hoje foi diferente. Tanto a campainha como a senhora mantiveram-se ao mesmo nível e foi isso que me fez passar por uma vergonha.
Notei que o sistema é mais lento que o autocarro, o que faz com que muitas paragens sejam anunciadas quando já lá vão. Depois verifiquei mais uma característica do sistema: as mensagens não foram gravadas tal como acontece noutros meios de transporte! A Carris (ou quem vendeu o sistema à Carris) optou por usar um daqueles softwares que traduzem os textos para voz, a qual, por sua vez, tem sempre um timbre robotizado. Isso fez-me sorrir quando comecei a ouvir tais mensagens.
Para ajudar à festa apareceu a meio do caminho a outra característica deste tipo de ferramentas: a incapacidade que elas têm de reproduzir certos fonemas da língua do Camões e do Eça. O resultado foi eu ter passado pela vergonha de me ter desatado a rir à gargalhada quando foi anunciado o "Campo d' Cib'Uólas" (lê-se cibe-pequena pausa tipo soluço-uólas).
Aparentemente mais ninguém naquele autocarro percebeu a piada!

Alguém sabe...

  1. ... qual vai ser o esquema de circulação de trânsito na Baixa de Lisboa, caso o plano Costa-Salgado avance? (notinha: no site da CMLisboa vem lá uma apresentação do plano, assim a atirar para o PowerPoint, mas em PDF, onde aparecem uns mapas ridiculamente pequenos e que não servem para nada do ponto de vista informativo)
  2. ... porque é que há tanto projecto para tanto hotel no centro de Lisboa?
  3. ... se todos estes projectos hoteleiros estão relacionados com o plano Costa-Salgado?
  4. ... porque é que sendo um dos objectivos deste plano a melhoria da circulação dos peões, a CMLisboa não apresenta um plano de melhoria dos passeios (acabando, por exemplo, com os passeios em calçada nos locais onde apenas se usa pedra branca) ou de optimização dos tempos de semaforização das passadeiras?
  5. ... se a Carris tem alguma norma interna que proíba os motoristas e guarda-freios de deixar entrar os passageiros nos veículos quando estes se encontram nos terminais antes da hora de partida?
  6. ... porque é que o caso Freeport está com tanta força novamente, mas o caso da Portucale e dos seus abatidos sobreiros desapareceu por completo?
  7. ... como é que alguns políticos ainda têm cara para ir à televisão dizer o que dizem depois de terem feito o que fizeram?
Sabem? Sabem? Sabem? Eu também não!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Eu não entendo

Nunca entendi as razões evocadas pela actual equipa na CMLisboa para o fecho ao trânsito do Terreiro do Paço aos Domingos e agora, com as obras a ocuparem a placa central, ainda menos.
Consultando o site da CMLisboa verifica-se que todas as actividades anunciadas se realizam ou dentro de edifícios ou em páteos interiores ou ainda debaixo das arcadas do lado nascente, poente e norte. Para a placa central anunciam "CASTANHAS, PIPOCAS, FARTURAS E OUTRAS GULODICES"!
Ora, sendo todas as actividades realizadas em locais onde nunca passam automóveis, não se percebe o motivo daqueles cortes e desvios de trânsito. Para me "baralhar" ainda mais o pensamento, o trânsito é desviado precisamente para onde há actividades e, supõe-se, maior concentração de peões. Assim temos:
  1. todo o trânsito que atravessa a Baixa no sentido nascente-poente e vice-versa é forçado a passar pela Praça do Munícipio, local que não está preparado para receber tantos automóveis e onde nem sequer há passadeiras semaforizadas, apesar de, curiosamente, nos Paços do Concelho haver sempre actividades aos Domingos
  2. na Praça do Comércio o topo norte mantém o trânsito dos restantes dias, ou seja, transportes públicos. Mais uma vez o trânsito é desviado precisamente para onde há actividades.
Junto ao rio, onde nada é anunciado é proíbida passagem! O mais grave disto tudo é que parece que estão contentes com os resultados e vai daí agora até querem espalhar esta "vírose" aos restantes dias da semana.
Pessoalmente acho que esta é a forma mais rápida de acabarem de vez com o centro histórico da cidade. Pode ser que, no futuro, ainda se dêem ao trabalho de manter as fachadas dos edifícios, criando assim um verdadeiro museu ao ar livre, com umas bonitas peças imobiliárias sem qualquer uso, e com a Baixa a abrir todos os dias, excepto segunda-feiras, das 10:00 às 18:00, tal como acontece com qualquer outro museu.
Se houver uma boa explicação para todas estas "medidas", por favor, digam-me qual é, porque eu não a consigo descortinar.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Déjà-vu

Hoje, por causa da chuva, optei por ir de autocarro até ao comboio. Por motivos probabilísticos a opção recaiu no 759 em detrimento do 718. O resultado daquela viagem foi...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Pequenos apontamentos para melhorar o serviço da Carris (uf, grande título)

  1. Fazer cumprir o disposto na legislação que rege o serviço de transporte colectivo de passageiros, nomeadamente o seu artº 189, segundo o qual será recusada a entrada nos veículos de transportes colectivos aos indivíduos em estado de embriaguez ou sujos (não refiro o ponto 2 - portadores de doenças que possam causar repulsa ou contagiar os restantes passageiros - por me parecer que não será lá muito constitucional, nem o ponto 4 - transporte de objectos perigosos ou armas de fogo - por concordar que nenhum motorista ou guarda-freio tem condições de impedir tal coisa!);
  2. Fazer cumprir o disposto na Lei nº 28/2006, de 4 de Julho, segundo o qual e através de muito palavreado se diz que quem viaja tem que pagar bilhete;
  3. Dar formação adequada aos tripulantes para que estes auxiliem as pessoas com mais dificuldade em validar os seus títulos de transporte, nomeadamente as pessoas de idade, guardando toda a valentia demonstrada nessas alturas para os casos indicados em 1. e 2.;
  4. Simplificar a informação disponibilizada nos veículos relativamente à carreira e destino. Temos actualmente a bandeira de destino, a qual alterna com outras mensagens que podem ser ou não sazonais, como "Viaje na Carris", "Feliz Natal", "Boas Festas", "10 anos do Museu da Carris", entre outras. Para além desta bandeira de destino temos ainda um círculo de acrílico de cores diferentes consoante a zona para onde se destina a carreira. Por vezes os autocarros passam de uma carreira para outra de uma zona diferente, ficando assim aquele círculo a mostrar uma côr que não devia. Aparentemente nunca nenhum passageiro foi afectado por isso. Continuando com a informação fornecida, temos agora os novos midis com bandeira multicolor, tendo o número da carreira um fundo da cor da zona onde circula, tal como a rodela acrílica. Só não se entende é porque nestes autocarros ainda se continua a usar a tal rodela. Com tanta informação dada ao passageiro, as frentes dos autocarros mais parecem o canal Bloomberg! Creio que a bandeira de destino é mais que suficiente para se saber ao que vamos, pelo menos assim o foi durante perto de 134 anos, altura em que entrou em funcionamento a primeira fase da Rede 7;
  5. Colocar nas paragens informações correctas e mapas legíveis. Há painéis com informações erradas (vejam o blog do Luís Cruz-Filipe) e paragens onde não há indicação do período em que determinada carreira passa naquele ponto (no caso de carreiras com percursos diferenciados ao longo do dia ou da semana), nem através das placas, nem pelos horários e percursos afixados. Os mapas são tão esquemáticos que se tornam inúteis para quem não conheça a cidade ou uma determinada zona da cidade;
  6. Começar a dar alguma atenção às queixas e sugestões que os clientes enviam. Há muito lixo nestas coisas (sei-o porque trabalho numa empresa de transportes), mas há muitas coisas que podem ser tidas em atenção e até implementadas sem mais custos ou afectação de recursos por parte da empresa. Agora responderem às reclamações com "o serviço agora está melhor" ou dizendo que "tal coisa é impossível de acontecer" não melhora coisa nenhuma e só afasta os clientes.
Até pode haver mais, mas assim de repente não estou a ver.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Deram-lhes um brinquedo de tamanho XXL

Num processo de rejuvenescimento iniciado pela Carris há alguns anos os antigos motoristas e guardas-freio tem saído de cena e entrado outros mais novos. Aparentemente os resultados estão a ser excelentes (afirma a empresa), com uma melhoria na imagem e na qualidade do serviço oferecido aos clientes e percebido por estes segundo os inquéritos feitos. Como disse no meu parêntesis, isto é o que afirma a empresa.
Fora do discurso oficial da empresa oiço muita gente a queixar-se destes novos "recrutas". Há uns dias o meu pai juntou-se ao coro com esta:
- Hoje andei num autocarro onde parecia que o motorista tinha ganho o autocarro no Natal. Ia mesmo contente com o "brinquedo" que lhe puseram nas mãos!
Pois é, infelizmente eu, o meu pai e muitos outros não partilhamos da mesma visão da Carris nem da das pessoas que respondem aos tais inquéritos. Muitos dos novos motoristas são autênticos Carlos Sainz esquecendo-se dos passageiros que levam lá dentro e das toneladas de autocarro que têm entre mãos.
A isto ainda acrescento a falta de vontade que geralmente demonstram, mais notada nos terminais das carreiras, quase sempre com cara de frete e sem respeito pelos clientes que transportam, dando-se ao luxo de deixarem estes ao frio e à chuva enquanto eles se mantêm fechados lá dentro a ler o seu jornal desportivo ou o 24 Horas ou, na pior das hipóteses, a fumar um cigarrinho "para descontrair". Só quando se está em cima da hora de partida é que lá abrem a porta, muito a contragosto, e lá se consegue entrar no carrinho que o patrão lhe deu.
E depois disso, já se sabe, "deixa cá aproveitar o meu brinquedo, quisto inda é melhor que os jogos da PSP" e arrancam sem mais delongas!

domingo, 11 de janeiro de 2009

50 palermas e um bufo

Este ano novo parece estar a começar bem (mal)!
Já no final do ano passado apareceu no Youtube mais um vídeo "caseiro" feito numa sala de aula onde aparecia um energúmeno apontava uma pistola à professora ameaçando-a no intuito de esta lhe dar positiva e mais uns quantos anormais que assistiam e davam apoio ao coleguinha. Na altura logo apareceu quem dissesse que aquilo não passava de uma brincadeira de mau-gosto e que o pior era mesmo o vídeo ter sido feito e colocado na internet!
Ontem fiquei a saber pelos jornais o desfecho do caso: a aluna que filmou tudo aquilo levou 8 dias de suspensão. O mancebo que brincou aos cowboys de pistola de plástico apontada à professora levou 6, tal como outro imbecil que fingiu estar numa cena de pugilato onde a professora fazia de saco de boxe. Outros anormais que se dirigiram à professora com palavras sobre as quais não vale a pena tecer mais comentários levaram 5 dias. Resumindo, para que não se percam e para que tenham a certeza que leram bem:
  1. Filmar cena: 8 dias de suspensão
  2. Apontar pistola de plástico à cabeça de uma professora a exigir melhor nota e encenar murros na mesma para apoiar o colega: 6 dias de suspensão
  3. Faltar verbalmente ao respeito a uma professora: 5 dias de suspensão.
A pena que a "operadora de câmara" levou deve-se ao facto de esta ter mentido, dizendo que não tinha sido ela a autora da filmagem. Espero que com isto a pequena tenha aprendido várias lições, a saber:
  1. Chibar os colegas é foleiro
  2. Mentir é foleiro
  3. Apontar uma pistola de brincar a um professor para se obter bons resultados escolares é foleiro, mas um bocado menos que os pontos 1 e 2
  4. Aproveite o Carnaval que se aproxima e compre acessórios alusivos à quadra que tenham pelo menos uma arma de plástico. Vai ver que as notas do segundo período poderão melhorar com o uso adequado da mesma.
Esta situação é de bradar aos Céus e de deixar qualquer um desalentado com o futuro do país, mas felizmente há quem se preocupe com isso e nos envie uma nota de esperança e optimismo, embora de um forma muito subliminar mas nada discreta: 50 palermas andaram ontem em cuecas no Metropolitano de Lisboa com esse propósito e ainda o de apanharem alguma pneumonia!

Internai-me num manicómio, porque eu tenho cada vez mais medo dos malucos que andam cá por fora!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Por uma questão de justiça

Digo sempre mal da Carris, concordo, mas desta vez vou dizer bem da Carris, ou melhor, de um motorista da Carris, do qual não sei o nome, mas que conduziu o autocarro da carreira 759 que saiu hoje dos Restauradores às 20:22.
Este motorista fez-me lembrar os da "velha guarda". Chegou aos Restauradores vindo da Estação do Oriente, fez todas as formalidades de fim de viagem, virou a bandeira e, ao contrário do que acontece com muitos outros colegas, dirigiu-se logo para a paragem, permitindo assim que as pessoas que lá se encontravam à espera não ficassem ao frio, mas sim comodamente sentadas dentro do autocarro enquanto não chegasse a hora de partida.
Quando chegaram as 20:22, hora de saída dos Restauradores, arrancou, mas parou logo de seguida para permitir que um passageiro que vinha a correr do lado da Avenida (ou seja, pelo lado de trás do autocarro) entrasse. Muitas vezes os colegas deste motorista nem quando têm um passageiro vindo de frente param! O mesmo se passou em Santa Apolónia, quando uma passageira atravessou a Infante D. Henrique a correr e ele esperou que ela chegasse à paragem, mesmo estando o semáforo aberto para o autocarro!
Saí daquele autocarro a pensar na razão para que a maioria dos motoristas da Carris não façam nada disto. Admito que por vezes possam não se aperceber da chegada de passageiros quando eles já estão a arrancar, mas quando estes estão a correr virados de frente para o autocarro... O mesmo se passa com as paragens nos terminais das carreiras. O que custa aos motoristas terem a porta aberta enquanto esperam pela hora de partida permitindo assim que as pessoas entrem? Chegam até a ficar lá dentro de porta fechada a fumar! Onde é que isto se via antigamente?
São estas pequenas coisas que fazem a diferença entre um bom serviço e um serviço "sofrível", e estas "pequenas coisas", como eu chamei e a que me habituei ao longo dos anos foram, a pouco e pouco, desaparecendo da Carris, principalmente o hábito de nos terminais deixar entrar as pessoas antes da hora de partida.
E para isto não são precisas certificações nenhumas, basta um pouco de educação e respeito pelo cliente.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Prémios 2008

Agora que findou mais um ano, é altura de fazer um balanço do que se passou e para tal nada melhor que atribuir prémios em várias Categorias subdivididas por Prémios, a saber:

Categoria Políticos e Suas Políticas

Prémio “O acossado”
VENCEDOR: Cavaco Silva, por ter feito um comunicado em que se demarcava de eventuais ligações ao BPN surgidas, supostamente, após rumores e boatos que circularam não se sabe muito bem por onde, já que a maioria dos portugueses só ouviram falar desses mesmos rumores e boatos precisamente quando o comunicado foi transmitido!

Prémio “Pena não ter feito nada quando fui governo”
VENCEDOR: Paulo Portas, pelas suas constantes soluções para os mais diversos problemas da nação!

Prémio “Renovação recauchutada”
VENCEDOR: Manuela Ferreira Leite. Já foi ministra da educação quando eu era estudante e não gostei, foi ministra das finanças quando eu era (e ainda continuo a sê-lo) contribuinte e também não gostei. Esta senhora vai trazer o quê de novo? É que nem aquele que é apontado como candidato do PSD à CMLisboa é uma inovação! Fica este pequeno gráfico com a evolução do PIB entre 1998 e 2008. Se quiserem saber quem era o ministro das finanças naquele "baixio" de 2003 vejam aqui. Não é para defender o "engenheiro" Sócrates, mas como a memória dos eleitores costuma ser bastante curta...

Prémio “Emprego qualificado”
VENCEDOR: A política de emprego do governo de Sócrates para quem os Call Centers são o supra-sumo dos empregos qualificados e bem pagos. Tristeza de ideias, é só o que me ocorre.

Prémio “Ai que já me troquei toda”
VENCEDOR: Ana Paula Vitorino, pela confusão que fez durante a apresentação das novas extensões do Metropolitano de Lisboa relativamente ao tamanho de uma delas, entre Amadora-Este e Reboleira (200 metros segundo a senhora secretária-de-estado!).

Prémio “Jamé direi jamé
VENCEDOR: Mário Lino, pois está claro.

Prémio “Um dia eu direi uma coisa acertada”
VENCEDOR: Manuel Pinho. Precisam que eu faça um desenho?

Prémio “Pelos trabalhadores, contra o capital”
VENCEDOR: Senhor presidente da junta de freguesia de São Vicente de Fora, concelho de Lisboa, eleito pela CDU e que, como afirmei aqui, se recusava a pagar o que devia aos professores de natação da piscina municipal de Alfama por “motivos políticos”. Avante camarada, avante!

Prémio “República Anarquista Portuguesa”
VENCEDOR: Bloco de Esquerda. A “necessidade de liberdade” destes senhores é tanta que chegaram a dizer que “o PCP se colou à extrema-direita” quando este último partido pediu mais policiamento depois de um Verão assaz problemático em termos de segurança pública! Pelo menos têm uma coisa fora do comum face a outras forças políticas: são coerentes. Ainda me lembro do programa do BE para JFBeato apresentado nas eleições de 2005, onde defendiam a criação de jardins e áreas ajardinadas por forma a que os toxicodependentes tivessem “um local condigno onde passar o dia”. Felizmente que o BE nunca irá ganhar eleições (espero eu)!

Prémio “Raciocínio profundo”
VENCEDOR: Partido Nacional Renovador. Para este partido os estrangeiros são a origem de todo o mal do mundo (português, entenda-se). Quem sabe se parte dos crimes que têm ocorrido não tem o cunho destes senhores? Não seria a primeira vez, em termos históricos, que tal aconteceria, já para não falar no caso de um dos dirigentes desta área política que foi condenado por posse de um arsenal bélico ilegal. No dia em que eles conseguirem fazer o que se propõem (pôr os estrangeiros todos daqui para fora) tenciono contratar um deles para me vir fazer as limpezas cá de casa! Tal como o BE, felizmente que o PNR nunca irá ganhar eleições (espero eu)!

Prémio “Baixa as calças”
VENCEDOR: Governo britânico que acedeu à criação de tribunais islâmicos no Reino Unido!

Prémio “Omnipresente”
VENCEDOR: Ana Paula Vitorino (a mulher é boa nisto de ganhar prémios), pela enorme quantidade de vezes que aparece em público a anunciar não se sabe bem o quê. Fizesse mais e melhor e aparecesse menos, era o que os verdadeiros especialistas e entusiastas em matéria de transportes desejavam.

Prémio “Ética? Moral?”
VENCEDOR: Betoneira, perdão, Ferreira do Amaral pela sua resposta sobre se achava moral ter ido para a presidência da Lusoponte. Claro que é perfeitamente normal, afinal de contas o ministro das obras públicas, transportes e comunicações que deu a concessão de todas as pontes sobre o Tejo a jusante de Vila Franca até se chamava Betoneira, bolas, lá estou eu, Ferreira do Amaral.

Prémio “Moral? Ética?”
Vencedor: Jorge Coelho por ter feito uma parecida com a do Betoneira… não, porra, do Ferreira do Amaral, ao ter ido para a presidência do grupo Mota-Engil, depois de ter sido ministro das obras públicas, transportes e comunicações. Estranhas ligações estas entre antigos “donos” do MOPTC e as empresas de construção civil ou concessionárias de bens públicos. Pelo meio fica a história do prolongamento da concessão do terminal de contentores de Alcântara até 2052!

Prémio “Em defesa dos desfavorecidos”
Vencedor: Almeida Santos. Já nos tempos em que era a 2ª figura do Estado Português, que é como quem diz, Presidente da Assembleia da República, este senhor se preocupava muito com a “injustiça” remuneratória em que os deputados viviam/vivem! O último episódio desta saga deu-se quando quis justificar as faltas constantes dos deputados às sextas-feiras precisamente com a má remuneração dos mesmos: os homens (e mulheres) têm que fazer isso para poderem manter a sua vida profissional fora do Parlamento, caso contrário sentiriam grandes dificuldades financeiras! Que falta de decoro!

Categoria Transportes

Prémio “Nem assim”
VENCEDOR: Companhia dos Carris de Ferro de Lisboa. Segundo dados publicados na imprensa em Agosto, no 1º semestre do ano, altura em que os preços do petróleo e dos combustíveis bateram todos os records criando assim uma conjuntura favorável ao uso dos transportes públicos a Carris conseguiu ser, de todas as empresas públicas de transportes que publicaram os seus resultados, uma das duas a registar quebras de procura, perdendo 1,5 milhões de clientes. É obra! A outra foi a Transtejo que perdeu 200.000 passageiros).Na altura a Administração da empresa alegou que essa perda se devia à transferência de passageiros para o metro. Infelizmente o ML não disponibilizou números para confirmar isto, mas tenho algumas reservas quanto a essa explicação, já que o ML defende-se sempre das críticas aos enormes intervalos de tempo entre passagens de comboios precisamente com a redução da procura. A Carris também se procurou defender dizendo que “a partir de Setembro” as coisas podiam mudar “com o início do ano lectivo”! Mas durante todo o primeiro semestre do ano as escolas lisboetas estiveram fechadas? Algo vai muito mal nos transportes públicos da capital.
Tenho pena de não ter reencontrado o tal artigo quando decidi dar estes prémios, mas houve mais alguém que leu o mesmo que eu li.

Prémio “Renovação de frota”
VENCEDOR: Companhia dos Caminhos-de-ferro Portugueses, pela renovação efectuada na frota de automóveis do Conselho de Gerência e das Comissões Executivas das várias Unidades de Negócio numa altura em que só se fala de crise e em que a frota de material do serviço regional anda a cair de velha, com paragens de comboios e supressões de serviço frequentes.

Prémio “Imobilização geral”
VENCEDOR: Lisboa e toda a Área Metropolitana, quer pelos transportes públicos que estão cada vez piores (a terminarem mais cedo, com menor frequência e cada vez mais desconexos), quer ainda pelos constantes encerramentos e cortes de artérias ao trânsito pelas mais diversas razões, desde feiras como a do Terreiro do Paço ao Domingo, até à realização de muitas (demasiadas) provas desportivas, passando ainda pela segurança de uma certa embaixada e pela realização de actividades publicitárias a diferentes marcas de automóvel! Fica na minha memória o Dia Europeu Sem Carros, com o caos instalado na Rua dos Fanqueiros!

Prémio “Brincar ao faz de conta”
VENCEDOR: Quem quer que seja que tenha tido a ideia idiota de criar serviços especiais e gratuitos de transporte aos fins-de-semana para levar os noctívagos não se sabe muito bem para onde. Os outros, os que trabalham, além de terem que pagar as viagens têm carreiras com frequências menores que algumas das que foram “inventadas” nesta ocasião! Assim se faz de conta que se está a apostar nos transportes públicos.

Prémio “Apoio aos calões”
VENCEDOR: Quem quer que seja que tenha tido a ideia idiota de apenas permitir o cartão 4_18 aos estudantes do ensino primário e secundário. Um aluno que nunca chumbe e que entre com 18 (ou até mesmo 17) anos na universidade perde o direito ao cartão. Um que tenha essa idade e que seja um burro de primeira, nunca tendo passado do 1º ano (é possível isto acontecer actualmente?), pode ter o cartão!

Prémio “Somos uns gajos porreiros para tramar os outros”
VENCEDOR: Metropolitano de Lisboa por apresentar no seu site o projecto de prolongamento da linha amarela entre o Rato e a Estrela nos seguintes modos: “A construção desta nova estação melhorará as condições de mobilidade da Estrela, uma zona com densidade habitacional elevada, mal servida de transportes públicos e com poucos lugares de estacionamento.” A Carris agradece e eu pergunto: então e porque não alargar a rede a outras zonas tão mal ou ainda pior servidas de transportes que a Estrela? A fonte desta sapiência fica precisamente aqui.

Categoria Sociedade

Prémio "Infalível"
VENCEDOR: A justiça (?) portuguesa. Desde cidadãos estrangeiros que são apanhados com um arsenal bélico de fazer inveja a muitos exércitos, até ao cidadão português que desatou aos tiros numa esquadra ferindo gravemente um homem que ia apresentar queixa contra ele, toda a gente fica solta! No fim do ano ainda tivemos o caso incrível de um homem que degolou uma mulher e mesmo assim o “máximo” que conseguiu foi ficar preso em casa guardado pela GNR!!!!

Prémio “Com amigos destes”
VENCEDOR: Querqus e a sua rúbrica televisiva “Minuto Verde”, pelo efeito contrário que aquele programa me cria relativamente à causa ambientalista. Sózinhos fazem mais que todos os detractores da causa juntos! ‘Bora deitar abaixo umas árvores? Estas pessoas viverão em que planeta?

Prémio “Deixa ver se ninguém me vê”
VENCEDOR: SOS – Racismo. Por onde andavam quando ocorreram os problemas com alto teor racista entre africanos e ciganos na Quinta da Fonte? Pois é! O racismo não é só da maioria étnica contra todos os outros!

Prémio “A gente semos pobres
VENCEDOR: Ciganos da Quinta da Fonte. Casas com rendas de 4 a 5 euros/mês que não pagam, atingindo os muitos milhares de euros as dívidas acumuladas sem que sejam despejados, como acontece a qualquer outro cidadão nas mesmas condições, e ainda se queixam que ficaram “sem os plasmas e as playstations” e mais não sei o quê. Tenham vergonha!

Prémio “Jornalismo-esparguete”
VENCEDOR: Todos os canais de televisão nacionais mais os seus intermináveis noticiários, com muito lixo para encher no meio das notícias que são realmente notícias.

Prémio “Rigor para os outros”
VENCEDOR: António Nunes (da ASAE) que logo nos primeiros minutos do ano se borrifou para “lei do tabaco” recém-entrada em vigor (às 00:00 desse dia). Não era com ele! Teve azar, um fotógrafo apanhou-o em flagrante delito.

Prémio “Não desmaia quando vê sangue, pois não?”
VENCEDOR: Administração Regional de Saúde do Alentejo. A falta de médicos (será?) é tal que a ARS Alentejo chegou a contratar um dentista reformado para preencher uma vaga na urgência de um dos hospitais da região.

Prémio “Teremos os melhores alunos do Mundo e até da Europa”
VENCEDOR: O facilitismo vigente no sistema de ensino português. Depois dos “miraculosos” resultados dos exames de Matemática, em que até os próprios examinandos afirmaram que aquilo parecia um “exame de 4ª classe”, segue-se o Português. Para já o facilistismo vem disfarçado de “Acordo Ortográfico”, o qual deixa cair tudo o que seja consoantes ditas mudas (embora eu não concorde com esta das “consoantes mudas”. Já repararam que acção lê-se de maneira diferente que ação? Pelo menos eu leio de maneira diferente!). Para além destas consoantes há outras alterações como os h’s que desaparecem do início de algumas palavras. As notas irão melhorar com a diminuição dos erros ortográficos! Os 20 valores ainda não estão garantidos pois ter-se-á que continuar a escrever coisas como “que” em vez de “k” ou “acho” em vez de “axo”. Nunka fasselitão a vida ó ppl!

Prémio “Inovar é que é preciso”
VENCEDOR: Pais do Amaral e o seu Grupo Leya. Pela primeira vez em muitos anos consegui ir à Feira do Livro sem comprar nada da Editorial Caminho e das Publicações D. Quixote entre outras, tudo porque o Espaço Leya, nome pomposo para um conjunto de pavilhões arrumados de forma diferente, não me agradou nem me ofereceu o que eu queria. Apenas vendiam o que pensavam que o público queria ou que lhes era mais vantajoso vender e isto depois de uma teimosia que por pouco não fechou a Feira do Livro de Lisboa 2008 ainda antes da mesma abrir. Mas isto é apenas fruto de uma opinião demasiado pessoal.
O pior veio em Setembro, com o início do ano lectivo e uma enorme falta de manuais escolares, todos eles editados por editoras do Grupo Leya, o qual não foi capaz de prever ou planear com a devida antecedência a procura que esses manuais iriam ter. Vantagens das concentrações empresariais e da arrogância de quem gere tudo isto.

Que 2009 traga menos prémios destes, são os meus mais sinceros votos!