segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Amigos do ambiente

Existe em Portugal a ideia de que afunilar ruas, atravancar o trânsito ou temporizar mal os semáforos é uma boa medida para reduzir o volume de tráfego nas estradas e, assim, ser-se amigo do ambiente. Ontem à tarde assisti a um bom exemplo deste tipo de políticas.
Ao regressar da Aroeira demorei a chegar ao Cais do Sodré uns escassos 20 minutos. Daí até Santa Apolónia foi quase outro tanto ou até mais. Isto porque:
  1. A Ribeira das Naus afunila
  2. A Ribeira das Naus e o semáforo junto à Estação do Sul e Sueste atravanca
  3. Todos os semáfores entre as Estações do Sul e Sueste e Santa Apolónia estão mal temporizados
A primeira é já conhecida de todos os que têm a infelicidade de ter que atravessar aquela zona. Ao afunilar aquela via, o trânsito é forçado a andar em filinha pirilau. E agora parece que ainda querem lá (re)pôr autocarros para atrapalhar ainda mais a vida das pessoas.
A segunda também é bem conhecida, embora menos perceptível. O semáforo da Infante D. Henrique junto ao terminal da Rua da Alfândega/Estação do Sul e Sueste está temporizado para facilitar a vida aos autocarros que venham da Rua da Alfândega, coisa que aos Domingos é quase digna de primeira página de um qualquer tablóide de notícias sensacionalistas, tal a quantidade de autocarros a circular na cidade. O resultado é termos uma fila interminável desde o Cais do Sodré a tentar sair dali rapidamente, mas que ficam presa num semáforo que só está aberto uns 30 segundos e fechado 90!
E chegamos à terceira etapa da nossa prova de paciência. Daí para a frente e até Santa Apolónia todos os semáforos estão trocados. Paramos num e vemos o seguinte aberto. Quando arrancamos daquele em que estamos parados fecha o da frente. E isto repete-se...
E depois afirmam que com estas medidas se diminui o trânsito na cidade e se melhora o ambiente! Com tanto pára-arranca e automóvel parado só se for na imaginação de alguma mente mais obtusa, porque na vida real acontece exactamente o contrário.

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