segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mais uma petição

Depois da petição encabeçada por Miguel Sousa Tavares (MST), denominada "Lisboa é das Pessoas. Mais contentores não!" contra a ampliação do Terminal de Contentores de Alcântara, apareceu uma outra criada por João Carlos Quaresma Dias e contrária à de MST, intitulada "Em Defesa de Lisboa", a qual eu assinei. As razões para isso são simples: Lisboa nasceu devido ao porto natural que é e sempre foi o estuário do Tejo. Acabar com o seu porto é matar uma parte importante não só da cidade, mas também e principalmente da sua História e mesmo da sua razão de ser.
Quanto a MST continua na sua luta pois, segundo ele, um terminal daquela dimensão iria criar uma parede de contentores com 15 metros de altura (são 5 contentores empilhados) por não sei quantos de largura, tapando todo o rio e mais não sei o quê. Ora, MST esquece-se, ou talvez nem saiba, que um contentor é um objecto que é feito para andar de um lado para o outro e não para ficar parado, pois isso só traz prejuízo a quem o possui e a quem o aluga, o que implica que a tal parede de 15 metros de altura é "volátil", desaparecendo tão
rapidamente da face da terra como apareceu. E neste aspecto sei o que digo, pois moro mesmo em frente ao Terminal de Contentores de Santa Apolónia. Se há dias em que os contentores ficam empilhados até aos tais "15 metros", também é certo que passado um ou dois dias no máximo essa "parede" (que nem me tapa assim tanto a vista do meu 3º andar) já desapareceu.
Tendo exposto tudo isto chega agora a minha vez de propôr uma 3ª petição. A minha proposta de petição não se destina à defesa de Lisboa, mas sim a lutar contra o roubo do campo alentejano. Até se poderia chamar "O Alentejo é de todos nós. Mais reservas de caça e eventos de todo-o-terreno não!". O que acham desta ideia?
Actualmente o campo alentejano está todo dividido, sendo grande parte dessa divisão para permitir a existência de reservas de caça, actividade muito ao gosto de MST. Também as estradas de terra batida costumam ser muito usadas pelos amantes do todo-o-terreno, escorraçando ainda mais os que gostam de ir ao campo para usufruir da calma e tranquilidade que o campo pode(ria) oferecer. Engraçado, também o todo-o-terreno é uma predilecção de MST!
Pois é. Aparentemente para MST tudo o que é "bom" deve ser preservado, mas pelos vistos só é "bom" o que é "compatível" com os seus interesses e gostos pessoais. Para MST o país teria que se organizar em função dos seus gostos pessoais. Eu também gostaria que isso fosse assim, mas em relação aos meus gostos. Pode ser?
Já agora, ao apoiarem a petição de MST estão a colocar em risco muitos postos de trabalho e a contribuir para o aumento de preços de muitos produtos, devido ao aumento de custos de transporte que a saída do porto de Lisboa acarretaria para a cidade e toda a sua Área Metropolitana. Valerá a pena por causa da birra de uns quantos intelectuais da nossa praça? Não me parece.
A bem da cidade!

1 comentário:

  1. Concordo plenamente. Devo dizer que já assinei a petição "Em Defesa de Lisboa". Espero que os cidadãos desta cidade entendam o que está em jogo e a importância do porto para o nosso desenvolvimento económico e social.

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