terça-feira, 13 de abril de 2010

Uma aventura nos transportes públicos

Primeiro foi com o comboio. Alguns minutos depois da hora surgiu nos altifalantes da Estação de Campolide a primeira mensagem, gravada, a informar que o comboio de Alcântara-Terra para Castanheira estava atrasado 5 minutos. Passaram-se esses 5 minutos e no lugar dele apareceu um comboio da Fertagus. Depois veio outro aviso de que estava atrasado mais uns minutos. Quando parecia que ia ser daquela vez afinal o que lá vinha era o Pendular. E, finalmente surge o comboio, com a bandeira de Reservado: mau! Mas trazia gente lá dentro! Assim que pára todos saem de lá ao mesmo tempo que é dito, numa mensagem não gravada, que aquele comboio terminava ali a sua marcha por motivos técnicos, mas que iria sair um outro comboio da linha número 1. Correria para a linha 1, que nem sequer está sinalizada. Muita gente perdida na Estação de Campolide à procura de uma linha 1 que só é usada para comboios fora de serviço e que tem poucas condições para uso público. A entrada para ela é feita por duas portas duplas, mas apenas uma delas estava aberta e mesmo essa apenas metade permitia a passagem. Lá se conseguiu chegar junto da linha 1 onde para além de não haver cobertura (e estava a chover) também não havia comboio. E entretanto já se tinham passado cerca de 20 minutos desde a hora prevista de partida. Ao 25º minuto informam que afinal o comboio já não ia sair da linha 1, mas sim da 6 (ou seja, o substituto não foi feito e o que lá vinha era o comboio seguinte). Como não me apeteceu ir num comboio que iria fazer o serviço de dois, optei por ir para a linha número 4, onde à hora certa passou o comboio para o Rossio. Depois apanharia o autocarro.
E aqui começa o segundo capítulo. Parece simples e lógico ir de Campolide-Gare para o Rossio para apanhar um autocarro nos Restauradores, mesmo em frente à Loja do Cidadão. Mas não é, ou não estivessemos a falar do 759! Cheguei à paragem e não vi ninguém, sinal de que teria acabado de sair um autocarro. Do outro lado da Praça vi um 759 lá parado. Como no 759 a frequência "oficial" é relativamente elevada àquela hora deixei-me ficar. Um minuto antes da hora de partida indicada na paragem, o autocarro arranca do outro lado da Praça em direcção à Avenida e voltando para os Restauradores. Nova surpresa: a bandeira dizia "Reservado" (estão a ver, senhores da Carris, afinal não é só às 8 da noite e quando vão recolher que os autocarros seguem como "Reservados" sabe-se lá para onde). Depois disso ainda fiquei lá uns 5 minutos, mas como não apareceu mais nada resolvi fazer o que deveria ter feito assim que saí do comboio: ir até à Rua da Alfândega onde passam carreiras de autocarro (o 759 é uma disfunção de autocarro). Finalmente, por volta das 18:40, mais de uma hora depois de ter saído do emprego, que fica a escassos 4 Km (se tanto) da Rua da Alfândega, lá consegui entrar num autocarro que me levava a casa e 15 minutos depois, quase 90 minutos depois de ter saído do emprego, que fica a 6 ou 7kms de distância de minha casa, lá meti a chave na fechadura.
E os comodistas dos portugueses ainda preferem andar de automóvel!

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