sexta-feira, 23 de junho de 2006

A RTP e as “minorias”

Em plena orgia futebolística a RTP resolveu mimosear a minoria de portugueses que gostam de assistir aos grandes prémios (GPs) de Fórmula (F1) com a não transmissão em directo dos GPs do Canadá e dos EUA, substituindo essas transmissões por resumos às 02:45 do dia 26 de Junho (GP do Canadá) e às 02:30 do dia 3 de Julho (GP dos EUA).

Isto pode-se até considerar normal numa TV como a RTP que, tendo comprado os direitos de transmissão dos GPs da F1, nunca tem um enviado junto do grande circo, limitando-se a ter 2 comentadores em estúdio (em Lisboa) a mandar uns bitates de vez em quando e a ler as classificações pela Internet. Por vezes, como aconteceu nos treinos de um dos últimos GP, o acesso à Internet fica lento ou empanca e ficam os ditos comentadores “à nora”. Para compensar, para o Mundial foram enviados pela RTP não sei bem quantos jornalistas e técnicos. O curioso é que a RTP nem sequer detém os direitos de transmissão dos jogos, ao contrário do que se passa com a F1.

Mas o desprezo que a RTP manifesta para com os espectadores dos GPs de F1 não fica por aqui. Em todas as transmissões de 15 em 15 minutos - confesso que não sei exactamente o intervalo de tempo, pelo que devem entender estes 15 minutos mais como expressão do que como valor real – há uma pequena interrupção para anúncios, onde, para além do bloco publicitário normal, ainda levamos com a interminável lista de patrocinadores. Ao fim de quase 5 minutos lá é retomada a transmissão do GP. Ora, em 5 minutos muita coisa pode acontecer numa corrida de F1, e muitas vezes ocorrem precisamente nesses tais 5 minutos de publicidade situações que marcam a corrida. No futebol, ou em qualquer outro “desporto de bola” essas interrupções nunca acontecem. Já imaginaram o que seria se fizessem o mesmo, por exemplo, num jogo de futebol da selecção? Caíria o Carmo e a Trindade

Acho eu.

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