quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Livros que me marcaram

Ao escrever o post sobre a leitura do livro de Gonçalo M. Tavares acabei por ficar a pensar nos livros que me marcaram negativamente, alguns para toda a vida (não incluí a "Máquina de Joseph Walser" por já ter dado a minha opinião sobre ele). Aqui ficam alguns.
  • Viagens na Minha Terra - Almeida Garrett (com o novo acordo ortográfico é capaz de passar a ser Garré): li-o "de castigo" no 11º ano, como qualquer aluno... do 11º ano! Foi um pesadelo ler aquilo, não só por ser chato, longo (pelo menos pareceu-me), com devaneios românticos em todas as páginas, mas principalmente por não ter alternativa a não ser lê-lo! Ainda hoje tenho a sensação que a sua leitura teve um importante contributo para que eu me tornasse naquilo que sou hoje: um tipo azedo e revoltado para com o resto do mundo!
  • Amor de Perdição - Camilo Castelo Branco: decididamente o romantismo não é para mim! Foi outro grande sacrifício naquele 11º ano. No final só me questionava sobre as razões que levaram o autor a não matar as personagens todas logo na primeira página em vez de ter esperado pelas últimas. Teria poupado muito tempo a toda a gente!
  • Vários - Fernando Pessoa (e os seus sei lá quantos heterónimos): mais outro para alegrar o 11º. ano!  Não li nenhum livro em particular, mas apenas poemas soltos, de acordo com o programa de português do 11º ano do final da década de 1980. Mesmo assim, foi de tal forma marcante que nunca mais tive vontade ou curiosidade em pegar num livro de Fernando Pessoa (ou qualquer um dos seus não sei quantos heterónimos), ao contrário do que aconteceu, por exemplo, com Camões, do qual li Os Lusíadas, já depois dos 30, tarefa que me deu um grande prazer.
  • Estórias Abensonhadas ou Na Berma de Nenhuma Estrada - Mia Couto: pois é, nem me lembro qual deles foi, se o "Estórias..." se o "Na Berma...". Apenas me lembro que comprei o livro na Feira do Livro de Lisboa, quando o mesmo se encontrava em Livro do Dia, e que depois de o ter lido tomei a decisão de que não tornaria a ler mais nenhum livro deste autor (até hoje consegui cumprir com esta resolução). Como informático que sou, comparo-o a um mero dump de memória, com o autor a despejar todo o lixo que tinha na cabeça no momento em que pegou na caneta e no papel. No fim da leitura eu não consegui reter qualquer ideia sobre o livro ou a história, se a havia, que lá era narrada. Foi como beber o sumo de uma laranja seca.
  • A Casa dos Budas Ditosos - João Ubaldo Ribeiro: sexo, sexo, sexo e... sexo! De tal forma que quando acabei o livro pensei em entrar numa ordem religiosa qualquer, apenas para desenjoar. Depois, quando já estivesse desenjoado, renunciaria aos votos. Do que não me cheguei a desenjoar foi do autor. Nunca mais li nada dele, nem tive vontade de tal coisa.

1 comentário:

  1. "A cidade e as serras", compensa tudo o que
    possamos ler com "sacrifício". Hoje em dia,
    parece-me haver prémios a mais o que é sempre, na minha opinião, muito subjectivo.
    M.J.F.

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