quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A agridoçura da situação

A vontade é cada vez menor!
Para tudo!
Há três semanas que não escrevo nada aqui! O meu hobby de eleição, o modelismo, está parado ainda há mais tempo!
Nada me anima.
A reacção dos portugueses às medidas recentemente anunciadas e que deu origem à maior manifestação desde a do 1º de Maio de 1974 deixou-me um sabor agridoce. Se por um lado parece que o pessoal começa a despertar, por outro entristece-me que só agora é que muita gente se apercebeu do mal que se tem andado a fazer à causa pública.
Como trabalhador de uma empresa do sector do estado acabo por levar por tabela dos dois lados, tendo "direito" a tudo o que há de mau na função pública (mas sem ter direito ao que possa haver de bom no funcionalismo público - afinal de contas não sou funcionário público) e ao que há de mau nas empresas privadas (mas sem ter direito ao que possa haver de bom no sector privado - afinal de contas trabalho para o Estado).
Há quase 2 anos que tenho cortes no meu vencimento, mas quando reclamava disso havia sempre quem me dissesse que eu tinha que aguentar, que as coisas estavam más e que eu e os meus pares só olhavamos para o nosso umbigo e que para o bem da nação teríamos que fazer um esforço!
Agora que esse esforço se "democratizou" para a restante classe média, algumas dessas pessoas mudaram de opinião. Agora a hora não é para "aguentar" e para se fazer um "sacrifício". Agora as coisas já "não podem ser assim" e "temos que ir à luta"!
E a sensação com que fico é que se houver um recuo nas medidas anunciadas há 15 dias, tudo voltará ao que era até ao tal anúncio, comigo e os meus pares a levarmos com as medidas de contenção "porque tem que ser", sem qualquer solidariedade dos que agora tanto gritam que "não pode ser", continuando com os cortes no vencimento que sofremos desde Janeiro de 2011 e ainda com a agravante de no próximo ano irmos receber o subsídio de férias que não recebemos este anos, em suaves prestações mensais, prestações que poderão aumentar ainda mais a carga fiscal, pois não está posto de lado o risco de todos (eu e os meus pares) subirmos de escalão do IRS à conta disso e desse imposto ainda ser pago a "preços" de 2013!
De facto, não há mesmo nada que me anime!

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