sábado, 21 de julho de 2012

Todos diferentes e realmente todos iguais

Com o recente falecimento de José Hermano Saraiva, assisti, através da internet, a um fenómeno que já antes havia visto quando do falecimento desse outro grande vulto da cultura nacional, de seu nome José Saramago: uma chuva de mensagens que minimizam ou desprezam por completo o trabalho intelectual e cultural da pessoa em causa devido às suas posições políticas.
Não concordo, nem concordei ou concordarei com as posições políticas de José Hermano Saraiva (ainda ontem na RTP 1 foi emitida uma entrevista dele onde dizia que "Salazar era um santo"!), da mesma forma que não concordo, concordei ou concordarei com posições tomadas por José Saramago, nomeadamente no que dizia respeito a Cuba. Mas não querer conhecer ou querer esconder a importância dos seus trabalhos "não-políticos" é revelador de uma pobreza de espírito atroz e de uma enorme falta de tolerância.

Perante isto, apenas posso concluir que o autor (ou autores) do famoso slogan contra o racismo e a discriminação racial estavam mais que certos: toda a gente se arma em diferente e melhor que o adversário, mas logo no topo - sem precisarmos de ir ao fundo - somos mesmo todos muito iguais.

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