segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dia de eleições

Pensava que iria levar com um aperto daqueles no autocarro, mas não, safei-me! Fui sempre sentado e o 28 nunca encheu.
Saí na segunda paragem a contar dos Jerónimos e cheguei com a maior das calmas à bancada nascente, sector 19, 3ª fila do Estádio do Restelo (ou do Belenenses, como também é conhecido), depois de mostrar o bilhete e dos apalpões policiais da praxe, para assistir à festa de anos dos Xutos.
Foi um grande espectáculo em todos os sentidos, desde o conteúdo à duração.
Começando pelos Pontos Negros que, pontualmente, começaram a sua actuação às 19:30, confesso que a única coisa que me ficou no ouvido foi aquela frase do "isto é uma onda laranja... da Optimus", numa alusão à cor predominante, obtida com o merchandising oferecido pela Optimus, enquanto patrocionador dos Xutos. Da música não ficou muito porque o nível a que o som estava não permitia muito mais. Estava demasiado alto o que provocava grandes distorções, pelo menos para quem, como eu, tinha ficado debaixo da pala do estádio. Provavelmente para quem se encontrasse mais abaixo na bancada ou no relvado esse problema não se fazia sentir (pelo menos com tanta intensidade).
Seguiram-se os Tara Perdida com um som a fazer-me lembrar o dos Censurados de há quase 20 anos (não fosse o vocalista de uns o mesmo do de outros), mas, mais uma vez, o nível a que se encontrava o som não ajudou. Não os conhecia, apenas de nome, mas deu para perceber que já têm um núcleo de fãs bastante interessante.
Seguiram-se aqueles rapazes por quem todos  esperavam, uns tais de Xutos & Pontapés. A entrada deu-se já passava bastante das 22:00 (seriam 22:30? Não reparei). Foi uma entrada daquelas... Só mesmo os Xutos para chegarem ao estádio de carrinha e dirigirem-se para o palco pelo meio do público!
Nas primeiras canções o som voltou a fazer das suas, mas depois ou foi corrigido ou os meus ouvidos habituaram-se, mas o que é certo é que o som ficou muito mais fluído a partir de uma certa altura.
Como convidados vieram o Pacman na voz, Manuel Paulo nas teclas, Pedro Gonçalves no baixo e Camané na voz. Mais uma vez, o Camané deixou-me fascinado. Aquele homem canta bem tudo (OK, nunca o ouvi cantar canto lírico ou gregoriano). Até parecia que o Homem do Leme tinha sido feito de propósito para ele!
Mais para o final vieram os discursos. O do Zé Pedro apelou à participação nas eleições ("não deixem que escolham por vocês"). Esta mensagem foi enviada principalmente para o pessoal mais novo com idade de votar, segundo palavras do próprio.
Ficou ainda na memória a provocação do Kalú mais a sua camisola do fecepê, com direito a beijo no símbolo e os muitos kms que o Zé Pedro terá feito naquele palco imenso. Também ficou na retina os grupos que dançam abrindo clareiras na multidão, em menor número que há uns anos atrás, mas curiosamente com os mesmos intervenientes de há 20 anos (pelo menos as carecas e as barrigas assim o faziam crer).
O grande final deste espectáculo para todas as idades foi com fogo de artifício. Só faltou mesmo foi a malta ter cantado os parabéns aos Xutos, que eles bem mereciam.
E assim começou o meu dia de eleições.
Off-topic (como se o resto do texto não o fosse): no regresso a casa cruzei-me com um autocarro da carreira 1 da rede Nightbus. Para um serviço que se diz ser grátis não percebi porque raios os passageiros tinham direito a segurança policial no interior do mesmo, enquanto que nas carreiras pagas cada um tem que se proteger como pode!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Bicicletas

Há uns dias, uma das minhas ligações do Facebook escrevia qualquer coisa sobre uma coisa chamada "1ºs. Estafetas de Bicicleta de Lisboa", congratulando-se com as zero toneladas de emissões (os ciclistas não respiram nem sofrem de flatulência?)!
Claro que com o meu mau-feitio lá me senti na obrigação de fazer aquilo que sempre faço quando me falam de bicicletas em Lisboa: queixar-me dos ciclistas nunca pararem em semáforos ou passadeiras ou usarem tudo como faixa de rodagem! E, novamente claro, que houve quem se tivesse picado com isso e dissesse logo "e quando os peões não passam na passadeira ou atravessam com o sinal fechado ou ...?".
Pois bem, depois dessa interessante troca de mensagens eu já ia sendo atropelado por três vezes e sempre por bicicletas e em sítios onde não era suposto havê-las. A primeira foi, imagine-se, dentro da estação de caminhos-de-ferro do Cais do Sodré, no átrio junto ao Pingo Doce. Poucos minutos depois aconteceu-me a segunda, com um xico-esperto de duas rodas e pedaleira a quase albarroar-me quando eu estava calmamente parado na paragem do 781. A terceira foi ontem na Rua Augusta (curioso, tenho quase a certeza de lá existirem sinais de trânsito proíbido), quando tive que me desviar de algumas pessoas e por pouco não levava com mais um bicicletista que me apareceu por trás.
E estas foram só comigo. Poderia também contar outras semelhantes a que assisti, mas com outras pessoas, ou a do ciclista que teimou em passar entre o passeio e os autocarros que estavam parados na paragem do Sul e Sueste com passageiros a entrar e a sair...
Já agora, naquela corrida de ontem, patrocionada pelo Costa do Munícipio, alguém viu por onde e como foi o ciclista? É que de metro não há muito a dizer, o percurso é sempre o mesmo. No Porsche foram dando imagens em vários pontos do trajecto (sempre parado, ou não fossem os semáforos de Lisboa temporizados propositadamente para fazerem parar o trânsito), mas quanto ao ciclista não se mostrou nada. É que eu tenho curiosidade em saber como conseguiu ele fazer o percurso Campo Grande-Rossio mais depressa que o metro! Terá parado nos semáforos ou respeitado os sentidos de trânsito?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Apitó comboio

Eis uma canção que eu nunca suportei ouvir, mas que toda a gente pensa que, por gostar de comboios, eu  a adoro!
Não gosto daquilo! Ponto final!
Ainda há pouco recebi um e-mail com uma apresentação bastante interessante (para quem goste do tema) com uma reportagem fotográfica realizada a bordo de uma locomotiva numa viagem de um Inter-Cidades entre Santa Apolonia e Campanhã! São 41 fotografias, todas elas interessantes e bem legendadas, explicando tudo o que se passou naquele momento, mas, desgraça das desgraças, o autor da apresentação resolveu estragar a obra com... exactamente, essa coisa que vocês estão a pensar.
Se querem pôr música alusiva a caminhos-de-ferro, deixem de ser pirosos. Ponham em marcha o comboio descendente do Pessoa e do Zeca ou o combóio (assim mesmo, com acento no 'o') dos Trovante, mas evitem aquele lixo sonoro!

sábado, 19 de setembro de 2009

Big Brother

No meu local de trabalho, e depois de alguns problemas de segurança ocorridos com uma tentativa de assalto - quase consumada - e de vários apedrejamentos a vidros e aos seguranças de serviço está-se, finalmente, a instalar um sistema de videovigilância mais abrangente que o actual com as suas 3 câmaras que apenas monitorizam as entradas.
A equipa que está a instalar o sistema optou por colocar os cabos pelo interior do edifício, usando as calhas já existentes sobre o tecto falso e isso teve, até ao momento, um efeito extremamente interessante em alguns dos meus colegas: para eles, agora "Vamos a passar a ser controlados!". "Olhem que não!", lá disse o casmurro do costume. "As câmaras ficam todas lá fora, menos 2 que ficam na recepção e uma terceira que fica no corredor da minha sala. As vossas nem sequer levam com câmaras!". Claro que nada disto teve qualquer efeito nos meus colegas, que continuam muito aflitos (o mais correcto seria dizer "aflitas") com toda esta vigilância!
Saí de ao pé deles a pensar nesta enorme "falta de privacidade". E cheguei à seguinte conclusão: eles têm razão! É que já não bastava:
  1. Os telemóveis e a sua tecnologia celular andarem constantemente a registar informação sobre onde nos encontramos;
  2. As lojas, bancos e transportes públicos estarem pejados de câmaras de video-vigilância;
  3. A rede Multibanco registar todas as nossas transacções, incluindo a localização espaço-temporal das mesmas;
  4. O nosso banco saber tudo sobre a nossa vida;
  5. E vendermos toda a nossa privacidade àquela cadeia de lojas em troca de um cartão fantástico que nos oferece €5,00 de descontos por cada €5.000,00 de compras (desde que a média mensal dos últimos três meses seja de €4.500,00),
para agora nos virem pôr câmaras de video-vigilância no nosso local de trabalho!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Medidas simpáticas

Sim, simpáticas, mas inúteis! Refiro-me às duas "borlas" da semana da mobilidade. São simpáticas porque assim o parecem à partida e a quem não esteja dentro do assunto "transportes públicos", mas inúteis quando se começa a pensar nos seus resultados práticos.
Há ainda a questão da justiça de tais medidas. São altamente prejudiciais para os utentes habituais dos transportes públicos, já que para quem tenha passe ambos os dias já foram pagos. E como se isso não chegasse, nesses dois dias ainda correm o risco de serem ainda pior servidos do que o costume, pois levam com uma avalanche de "paraquedistas" que aproveitam para andar a fazer não se sabe o quê à conta do erário público.
Tenho dúvidas se algum desses "paraquedistas" volta a usar os transportes públicos de forma assídua durante o resto do ano e aqui volta a aperecer a questão da utilidade destas medidas. Quem use os transportes nesse dia só para ver como é, ficará assim tão maravilhado que opte por trocar a viatura particular por eles? E, relembro, nesses dias há sempre a possibilidade dos transportes encherem ainda mais, devido, precisamente, à "borla" dada!
Fica aqui uma sugestão para o próximo ano, caso haja novamente esta coisa das duas "borlas": que carreguem nesse mês os passes dos clientes habituais com 32 em vez de 30 dias, sem alteração de preço, claro! É o mínimo que se pode fazer por quem ainda teima em usar transportes públicos neste país!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fujam!

A Carris já começou a anunciar a 3ª fase da Rede 7 para o início do próximo ano. Com as memórias tenebrosas que tenho das outras duas fases desta Rede 7, só de ouvir falar na terceira fico logo todo arrepiado!
Fujam!

sábado, 12 de setembro de 2009

Três coisinhas

Na leitura da edição de hoje do Diário de Notícias ficaram-me na retina três coisas.
A primeira foi uma pequena notícia sobre a tendência para o desuso do bidé em Espanha. A mim, que não dispenso a lavagem mais "pormenorizada" de certas partes de mim, sempre me fez confusão a falta de uso dada àquela peça de loiça sanitária. E, aparentemente, este hábito, importado de regiões mais setentrionais e badalhocas da Europa, está a crescer, havendo quem acredite ou defenda que um duche é suficiente para a limpeza de tais regiões corporais. Comigo, essa não pega.
A segunda foi um título de um artigo sobre mais uma ciclovia, desta feita na Ponte Gustave Eiffel em Viana do Castelo. Fiquei a pensar nesta história toda das ciclovias e a reforçar a ideia que, desde há algum tempo, se instalou na minha cabeça sobre o tema: Portugal, em virtude dos acordos internacionais assinados e das Directivas Comunitárias, precisa diminuir as suas emissões de CO2, as quais são, em grande parte, produzidas pelo tráfego automóvel. Ora, para que essas emissões sejam diminuídas, este país terá que "tirar" pessoas dos automóveis e pô-las noutro lado qualquer. Sendo as redes de transportes públicos portuguesas aquilo que se sabe, alguém achou que a melhor solução/estratégia seria pôr toda a gente a dar ao pedal! Assim, sem se gastar muito (nem se ter trabalho) para se criarem verdadeiras redes de transportes, tenta-se ou espera-se reduzir as emissões de CO2.
A terceira foi uma daquelas colunas de mais e menos que aparecem nos jornais. No lado do menos vinha lá a Senhora Ferreira Leite e um comentário às suas prestações nos vários debates televisivos, no qual se afirmava que a senhora demonstrava não conhecer os programas dos seus adversários e ter lido o seu próprio programa na diagonal. Mas, qual a admiração? Eu ainda sou do tempo em que essa mesma senhora se defendia de asneiras feitas enquanto ministra com argumentos extremamente interessantes como "assinei, mas não li". Afinal de contas, isto até é merecedor de um sinal positivo pela coerência de atitude demonstrada.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Necrologia

Carris - Lisboa
18 de Novembro de 1991
*
9 de Setembro de 2006

3 anos de imensa falta

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

País Maravilhoso

Acabou a crise? O desemprego diminuiu ou desapareceu de todo? A pandemia de gripe já está controlada? O número de acidentes de viação baixou? Alguém descobriu a cura para o câncro?
Não?
Então qual a razão para que neste momento a única "preocupação nacional" seja a saída da "jornalista" Moura Guedes da TVI e o fim do seu tablóide televisivo?
É que no meio desta historieta toda, não vejo razão para tanta agitação: o jornalismo português não perdeu nada, muito pelo contrário. E o público português idem!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Como apanhar comboios

Se há coisa que nunca entenderei é a estratégia adoptada por muitas pessoas quando apanham comboios. Geralmente o que fazem é:
  1. Se ainda falta meia hora para o comboio partir entram logo na primeira porta que encontram e depois percorrem o comboio todo, passando de carruagem em carruagem, à procura de lugar sentado - no caso de comboios sem reserva de lugar - ou do lugar que consta no bilhete - caso dos comboios com reserva de lugar;
  2. Se já só faltam 30 segundos para a partida do comboio resolvem ir a correr pela plataforma fora ao lado do comboio, a olhar para dentro dele para ver qual a carruagem mais vazia - se não for caso de comboio com reserva de lugar - ou da carruagem correcta - quando há reserva de lugar. Geralmente acabam por ficar apeados;
  3. Ainda há um misto das duas anteriores que, por força das circunstâncias, apenas ocorre em comboios compostos por mais do que uma unidade múltipla (como são os da linha de Sintra, compostos por duas UQEs - Unidade Quadrúpla Eléctrica). Quando ainda faltam 5 minutos, suficientes para percorrer a pé pela plataforma a distância que vai da última carruagem da composição à primeira carruagem da unidade seguinte, entram logo na primeira porta que encontram. Os 5 minutos seguintes são passados na travessia da primeira unidade (que pode ter 3 ou 4 carruagens), com o respectivo abre-portas, o qual faz perder tempo. Quando chegam à última carruagem dessa unidade e a uma das cabines de condução, resolvem sair do comboio para passar para a unidade seguinte. Geralmente esta opção é tomada a 30 segundos da partida. Resultado: depois de andarem a passear durante 5 minutos pela composição, acabam por ficar apeados a olhar para o sinal de cauda a afastar-se!
Em jeito de conclusão, e para que aprendam alguma coisa:
  1. Se ainda faltar tempo para a partida caminha-se ao longo da gare até se chegar à carruagem pretendida;
  2. Se o comboio estiver quase a partir entra-se logo na primeira porta que se encontre e depois, já lá dentro, procura-se (o) lugar - aquele "o" está entre parêntesis,  pois em comboios com reserva de lugar terá que ser o lugar que consta no bilhete.
Esperando que com isto os apeanços diminuam substancialmente, despeço-me com amizade.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Hino à estupidez

Faz hoje 70 anos que começou um dos episódios mais estúpidos da História da nossa espécie. E aparentemente não serviu para nada.