terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Quem foi o brindado?

Durante o período de tempo em que o Resmungão não resmungou um grupo de “patriotas” oriundos da tropa apresentou uma queixa-crime contra uma figura política portuguesa por “traição à pátria”. Quem foi a figura contemplada?

  1. Durão “Burroso” que vendeu a imagem do país ao Bush e ao Blair, deu cabo disto tudo e depois, sob pretexto de ter perdido umas eleições, fugiu para Bruxelas onde entretanto tinha arranjado um tacho para ser presidente da Comiss(x)ão Europeia?
  2. O ministro da saúde, Correia de Campos, que impunemente fecha maternidades, urgências hospitalares e ainda manda as mulheres irem ter os filhos a Badajoz?
  3. O ditador madeirense, Jardim de seu nome, que acusa tudo e todos de “colonialistas”, demonstrando com essa acusação que para ele a Madeira é um outro país dominado por uma potência estrangeira, no caso Portugal?
  4. O Eng. Guterres que depois de um governo para os amigos fugiu do país?
  5. O ministro dos transportes, Mário Lino, que defendeu publicamente o Iberismo?

Os “patriotas” acusaram o último da lista por “traição à pátria”, apesar de todos os outros terem feito mais contra a dita do que o ministro dos transportes ao ter defendido o Iberismo.

Pior que os actos são os pensamentos, mesmo que utópicos, está mais que visto. E eu que me ponha a pau, caso contrário ainda arranjo chatices por também defender o mesmo.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Certificações da Qualidade

Li no Destak de hoje que a CERTIF, que segundo o artigo é uma “instituição que tem vindo a colaborar com os vários operadores de transportes públicos” na obtenção das certificações da qualidade, concluiu a “elaboração dos requisitos técnicos que permitirão avaliar a qualidade do serviço prestado pelas redes do metro”.
Quer este relambório todo dizer que depois de algumas empresas de autocarros (e eléctricos no caso da CCFL) e ferroviárias (CP e Fertagus) a praga das certificações da cólidade vai agora atacar os metros (enterrado em Lisboa, desenterrado no Porto e atascado em Almada).
A vantagem destas certificações é, segundo a CERTIF, o aumento da procura dos transportes públicos.
Confesso que não entendo como é que tal é possível: as certificações de qualidade não têm qualquer efeito prático no fim dos atrasos dos transportes, continuo sem ter lugar sentado no comboio, deixei de andar nos autocarros da CCFL, depois de muitos anos a usá-los e sem estarem certificados. Esta gente esquece-se que o que as pessoas querem é isso mesmo: transportes com horários apelativos, com o mínimo de atrasos, com percursos adequados às necessidades de quem os utiliza, com transbordos e tempos de transbordo o mais minimizados possível. Se nada disto existe o pessoal está-se nas tintas para o autocolante ou cartazes a dizerem “Empresa Certificada”.
E como disse, antes da CCFL ser certificada eu era cliente, agora que ficou certificada passou a ter muito menos qualidade e eu deixei de ser cliente.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Rede 7

No dia 9 de Setembro de 2006, a CCFL (conhecida como Carris) brindou a Mui Nobre e Sempre Leal Cidade de Lisboa (conhecida como Lisboa) com uma coisa a que chamou de Rede 7.

Para explicar aos clientes o que era essa Rede 7 a CCFL gastou cerca de 300 000 euros (de acordo com artigos que li na imprensa nessa altura) em cartazes, folhetos e a banda da CCFL no piso superior de um antigo Daimler, ao qual lhe retiraram o tejadilho.

Essa Rede 7 acabou com várias carreiras, alterou muitas outras e criou algumas, sendo que essas “algumas” não são carreiras novas, mas sim renumerações ou carreiras que servem troços que anteriormente eram assegurados por carreiras que acabaram, foram encurtadas ou foram alteradas. Carreiras realmente novas: NADA! Na minha zona, e ao contrário do que a CCFL apregoou semanas a fio, o serviço ficou reduzido, sendo essa redução bem sentida à noite e aos fins-de-semana.

Ao fim de quase 3 meses de Rede 7 (fase 1: sim, parece que a CCFL não ficou contente com a bosta que fez em Setembro e ainda quer mais) e do que já vi:

• Os serviços novos (carreiras que tiveram o percurso alterado ou que passaram a funcionar a horas a que antes não funcionavam) ainda não conseguiram captar novos clientes. Já vi alguns (70)1 (Charneca-C.Ourique) na zona de Campolide à hora do almoço sempre com menos de 10 pessoas lá dentro. No (7)32, que agora funciona aos fins-de-semana ao contrário do “antigo” 32, nunca o vi, na zona da Baixa e aos fins-de-semana, com mais de 5 pessoas. Com o (7)55, que parte do Poço do Bispo, acontece o mesmo.

• Nas zonas onde diminuíram o serviço a procura também foi “atrás”. O (7)18, única carreira a fazer o eixo Xabregas-Poço do Bispo pelo interior do Beato, anda agora mais vazio do que quando o “antigo” 18 tinha como companheiro o 105, que, por “falta de procura” foi suprimido com a Rede 7.

• Há carreiras que têm que fazer o “trabalho” de 2 ou 3, como acontece com o (70)8 e o (7)59 na zona dos Olivais. O resultado são carreiras com percursos estupidamente longos, com voltinhas que nunca mais acabam e que por isso acabam por ser pouco atraentes para quem as queira usar.

• Aos fins-de-semana os horários foram reduzidos e mesmo assim há falhas, estando-se por vezes 45 minutos (como já estive) à espera de um autocarro de uma carreira que “oficialmente” tem um frequência de passagem de 20 em 20 minutos.

• Depois ainda há uma situação de bradar aos céus: a CCFL retirou de serviço por terem atingido a sua vida útil os MAN 10150 HOCL, os tais autocarros médios que andavam pelo Castelo, na 100 e na 13, mas não se precaveu desse facto e não comprou autocarros que os substituíssem. Para compensar comprou carrinhas Mercedes-Benz, tipo cigano-da-feira, com meia dúzia de lugares e resolveu dividir algumas carreiras em 2 troços, 1 com autocarros standard e outro, nas zonas mais sinuosas, com carrinhas destas, obrigando as pessoas a fazerem transbordo. Como todos sabemos o sonho de qualquer viajante é poder andar a mudar de transporte constantemente e não ter um transporte directo desde a sua origem até ao destino pretendido…. Gente estúpida.

• E o Presidente da CCFL ainda dizia que só havia 25 queixas e que o problema era de falta de hábito das pessoas!

Apesar de ter estado a deitar abaixo a Rede 7 da CCFL, pessoalmente até ganhei com ela. Agora faço todos os dias uma caminhada de perto de 2 Kms (só ida, porque a volta é outro tanto) o que me provocou uma perda de massa corporal (vulgo, gordura) da ordem dos 3 Kgs em 2 meses, fora o dinheiro que tenho poupado com a não compra do passe. E o engraçado é que, ao contrário do que a CCFL afirmou na altura, a oferta não melhorou mesmo nada e eu faço esses tais cerca de 2 Kms em cerca de 25 a 30 minutos e são frequentes as vezes em que nesse longo período de tempo não passa por mim nenhum autocarro. E estou a falar de dias da semana, à hora de ponta. Será de atrasos? À tarde até pode ser que sim, mas às 7:30 da manhã!!!!?????

Um grande bem-haja aos moços que já moraram em Santo Amaro e agora moram em Miraflores, que com isto o mais certo é não virem a ganhar novos clientes mas que, com toda a certeza, irão perder parte dos antigos.

E, já me esquecia, RETIREM A MERDA DAS BOLINHAS COLORIDAS DA FRENTE DOS AUTOCARROS E PONHAM AS PLACAS DAS PARAGENS SEM ESSA MERDA TAMBÉM. Aquilo não serve para nada.

E eu que até defendo o uso do transporte público...

A Cidade Muda, a Carris Piora